Floátis

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Já havíamos andado cinco dias seguidos depois que Grece morreu, eu estava ficando louca, paranóica, completamente sanguinolenta e fria, eu mesma nunca pensei que pudesse chegar a este ponto, mas cheguei...
- Você está legal Kim?
- Estou.
- Não parece.
- Nunca viu ninguém pensando não?
- Já falei que não adianta tentar ser grossa comigo.
- Olha, que se dane Patrick, só me deixa quieta, tá bom?
- Ok.
- Mas o que...- Ouvi Cally dizer e olhei para ver o que a surpreendia tanto.
Vi uma nave na nossa frente, me lembrava algumas que eu costumava ver na televisão no Antigo Mundo.
Um homem de roupas azuis desceu da nave.
- São todos humanos?
- Somos.
- Quero ver os olhos de vocês, um por um.- Ele pegou uma lanterna, e começou a olhar nossos olhos, quando terminou, guardou a lanterna e deu um suspiro de alívio.- Entrem na nave, por favor.
- Não iremos a lugar nenhum se não nos disser aonde vamos.
- Não confia na própria espécie?
- É difícil confiar em alguém por aqui, não acha?
- Sinto muito, sei que aqui em baixo a situação é crítica.
- O que quis dizer com "aqui em baixo"?
- Entre na nave junto com seu grupo, e vai descobrir.
Cally fez um sinal para que entrássemos, e obedecemos.
Ele sentou no banco do piloto.
- A propósito, meu nome é Gregory O'Hansen.
- Prazer, sou Callyssa King Johnson.
- Nome legal.
- Obrigada.
Encostei a cabeça no ombro de Patrick.
- A gente vai ficar legal?
- Eu prometo que vamos.
- Você tem certeza?
- Precisa confiar em mim Kim, assim como confio em você.
- Desculpa Pat, estou passando por um momento muito difícil, você é o melhor amigo do mundo.
- Ainda continuamos sendo só amigos?- Ele sorriu irônicamente, e eu sorri também.
- Possivelmente.
- Acho que posso mudar isso, não é?
- Possivelmente.
Ele começou a rir, até que uma freada brusca quase me fez cair no chão, Cally caiu no chão.
- Gregory, que porra foi essa?!- Noah disse enquanto ajudava Cally.
- Foi mal, é que já chegamos.
- Aonde estamos exatamente?- Ela perguntou franzindo as sobrancelhas.
- Bem vindos a Floátis, o paraíso flutuante.- A nave parou repentinamente.
- Foi bem rápido.
- Concordo plenamente Pat.
Assim que descemos vimos um lugar tinham várias janelas deixando o ambiente iluminado.
Haviam várias salas e portas diferentes, havia uma mulher de cabelos verdes, e roupas brancas no centro da sala principal olhando pela janela com os braços cruzados.
- Morgana, achei humanos novos.
A garota olhou para nós com empolgação e sorriu gentilmente.
- Olá.
- Olá
- Sou Morgana Ortega Kirkman.
- Prazer Morgana, sou Callyssa King Johnson.
- Não sabe o quanto estou feliz por ainda restarem mais humanos do que eu esperava! Estou realmente muito feliz mesmo!
- Também estou feliz, mas, pode nos explicar aonde estamos?
- Em Floátis, o único abrigo flutuante para humanos construído em toda a cidade de Chicago.
Somos perfeitamente pacíficos, porém procuramos preservar as leis do Antigo Mundo, mas as penas para qualquer crime contra a humanidade são absolutamente severas.
Até agora temos mais de duzentos habitantes o que já é significativo para a humanidade.
- Tudo bem, e qual é o lançe das naves na terra?
- Existem vários tipos de trabalhos por aqui...Gregory O'Hansen, meu amigo íntimo e braço direito, ele é um exterminador, seu dever é matar maníacos na terra.
- Como um caçador?- Patrick perguntou.
- Exatamente meu amigo.- Gregory disse levantando as sobrancelhas.
- Ok.
- Muito bem, pretendem ficar aqui conosco?
- Eu não sei.
- Ok, eu vou arrumar quartos para vocês, duas pessoas em cada quarto tá?
- Tá bom.
Claro que escolhi ficar com Patrick, ele é a única companhia que consigo imaginar para esta situação.
Morgana é receptiva e sorridente, nos deu comida, água, roupas novas, e mandou que alguns médicos nos examinassem e cuidassem de alguns pequenos ferimentos.
Tomamos banho e colocamos a espécie de "uniforme" que as pessoas vestem em Floátis.
- Pat?
- O que foi?
- O que está achando...de Floátis?
- Aqui é bem legal, todo mundo sorri, é confortável.
- Que bom.
- Você não sabe puxar assunto mesmo não é garotinha?
- Pra ser sincera, eu não...- Começei a rir.
- Precisa aprender.
- Você não me deixou terminar a frase...eu não sei puxar assunto com a maioria das pessoas, mas sei puxar assunto com você.
- É mesmo?
- Sim.
- Muito bem, prova então.
Me aproximei dele, puxei o pescoço dele fazendo com que nossos rostos ficassem a centímetros de distância.
- Ainda acha que não sei puxar assunto com você?- Sussurrei.
- Eu gostei desse assunto.- Ele sorriu e colocou a mão na minha nuca e me puxou, o beijo dele era suave, me fazia esquecer de tudo ao meu redor.
Ficamos nos beijando e só paramos por falta de oxigênio.
- Eu te amo garotinha.- Ele sussurrou perto do meu ouvido.
- Eu sei seu bobo.
Sorri e vi ele sorrir também.
Quando nos afastamos um pouco mais percebi que suas bochechas estavam coradas.
- Pat, você está vermelho.
- É sério?
- É.
- Que droga.
- Você fica muito fofo assim, é sério da vontade de te morder.
- Pode me morder o quanto quiser Kimberly- Ele sorriu maliciosamente e piscou.
Empurrei ele de leve.
- Babaca.
- Acho você linda quando diz essa palavra.
Franzi as sobrancelhas.
- Por que você é um idiota?
- Não, porque tenho bom gosto.
Ele me beijou mais uma vez, depois disso apagamos as luzes e fomos dormir...

Diário de uma sobrevivente_Livro 1Where stories live. Discover now