Cidade da morte: Parte um

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Passamos três dias sem nenhuma missão, até que aconteceu uma, era uma missão muito importante: Tínhamos que nos infiltrar na cidade (que foi apelidada por nós de Cidade da Morte).
Apenas alguns exterminadores foram selecionados para irem para a terra.
Eu e Patrick fomos dois dos dez exterminadores selecionados para a nova missão.
Coloquei um pequeno fone no meu ouvido e as lentes em meus olhos e me observei no espelho...eu simplesmente não consegui me imaginar daquele jeito, não de verdade, não consegui me imaginar como aquelas criaturas cruéis e assassinas, aqueles olhos me traziam agonia só de olhar, me dava vontade de gritar ou quebrar o espelho em mil pedaços, mas minha sanidade mental ainda não me permitiu esse tipo de coisa.
- Você seria uma maníaca linda.- Patrick disse sorrindo, ele já havia colocado as lentes, vê-lo daquele jeito também me trazia aflição e a seguinte pergunta vinha a minha cabeça: "Será que um dia seremos deste jeito?"
- Odeio ver a mim mesma assim Patrick.
- Não deveria, continua linda.
- Eu não quero...me sinto mal...me olhar no espelho e me ver como aquelas coisas, me trás desespero.
- Kim, não fica estressada, ok? É só uma missão.
- Eu sei Pat, desculpa.
Ele me abraçou e logo depois me beijou, eu sorri.
- Agora acabei de me sentir como se tivesse sido beijada por um maníaco.- Eu disse rindo.
- Garotinha, se fossemos maníacos, provavelmente seríamos os mais felizes do mundo inteiro.
- Você tem razão.
Beijei ele, e escutamos batidas na porta.
- Droga...
- Tá tudo bem, precisamos ir mesmo.
Abri a porta, era Miranda.
- Venham rápido, Raymond está furioso hoje por alguma razão, não quer que ninguém se atrase.
- Tudo bem.
Fomos para a nave rapidamente e fomos descendo lentamente até a terra.
- Muito bem...vou explicar tudo a vocês, maníacos são extremamente frios, estratégicos e assassinos, então terão que agir como eles em todas as hipóteses, entendido?
- Sim.- Respondemos todos ao mesmo tempo.
- Outra coisa, eles não se preocupam em machucar ninguém, se tiverem que machucar uns aos outros para ganhar a confiança dele, façam.
- Está propondo que sejamos como aqueles animais?- Perguntei levantando as sobrancelhas.
- Faz parte da missão Kimberly.
- É uma missão, não um jogo Gregory.
- Sinto muito, não sou eu que faço as ordens, se fosse acha que eu deixaria que fizessem isto?
- Eu não sei, eu não te conheço.
- Mas eu te conheço melhor do que você acha, sei que está nervosa mas precisa se acalmar.
Dei um suspiro.
- Tá bom.
A nave parou e percebi que já estávamos no chão, Gregory abriu a porta, e fomos descendo.
- Kimberly.
- Que foi?
- Não morra, ok?- Gregory disse franzindo as sobrancelhas.
- Ok comandante.
Desci da nave e vi ela decolar até Floátis.
- E agora?- Patrick perguntou, parecia não fazer a mínima idéia do que iríamos fazer.
- Primeiro vamos com o resto do grupo até a cidade, se infiltrar faz parte.
- Ok.
Andamos um pouco até chegarmos na cidade, o ambiente era escuro e as ruas completamente bagunçadas, o maior prédio feito era provavelmente o lugar em que o líder deles estava. Ainda não sabíamos direito quem era o líder, mas eu tinha a certeza absoluta de que descobriríamos logo.
Fomos até o prédio mais alto e subimos até o último andar, tinha um maníaco de costas para uma janela.
- Novos membros para a nossa gloriosa espécie?
- Nos observou não é?
- Apenas dentro dos limites da cidade.
Ele se virou e lá estava ele, o líder, o mesmo que matou Grece e Jason, cheguei a tremer de ódio ao ver seu rosto.
- Ora ora ora, vejamos o que temos aqui.- Ele sorriu cinicamente.- A rebeldezinha dos olhos claros, seus olhos estão bem melhores agora.
- Eu sei disso, aquela cor de olhos era muito humana, agora estou aqui e prefiro mil vezes ser uma de nós, nossa espécie gloriosa, a que vai dominar o mundo.
- É uma maníaca inteligente.
- Eu sei.
Ele olhou para Patrick e caminhou até ele.
- Me lembro que os dois eram muito próximos quando eram humanos, certo?
- Afirmativo.
- Você ainda tem medo de machucá-la?
- Negativo.
O maníaco pegou um canivete.
- Machuque-a então.
Ele deu o canivete para Patrick que mostrou um pouco de nervosismo.
Patrick caminhou até mim, olhou nos meus olhos e franziu as sobrancelhas, eu fingi estar completamente calma, ele pegou meu braço e sussurrou para que só eu escutasse: - Me perdoa.
Ele fez um corte no meu braço e meu sangue começou a escorrer, procurei não esboçar reação e continuei olhando firmemente nos olhos dele.
- É, me convenceram, bem vindos todos vocês.
Ele desceu as escadas e todos fizemos o mesmo...

Diário de uma sobrevivente_Livro 1Where stories live. Discover now