Sequestro

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Eu estava andando tranquilamente pelos corredores largos dos túneis.
- "Olhinhos claros"? Você está aí?
Cheguei a estremecer de ódio quando ouvi aquela vozinha inútil e estúpida.
- O que você quer Era?
- Eu não quero nada queridinha, até parece que eu quero alguma coisa! Só queria bater um papinho inocente com você!
- Escuta aqui sua vaca! O que você tiver que falar, fale logo! Eu não tenho a menor paciência para te ouvir falar agora!
- Credo mas que violência Kim, pensei que fosse contra isso, afinal, já viveu na Cidadela, não é?
- Vai pro inferno!
- Que seja!!! Eu quero que saia dos túneis.
- Mais uma "surpresinha"?
- Quase isso queridinha! Saia logo! Anda, não seja tímida!
Revirei os olhos e fui correndo até as escadas, subi lentamente e abri a porta.
- Era qual é a sua? Não tem nada aqui!
- Nadinha?
- É, não tem nada!
- Ah, se não tem nada deveria estar escuro, não é?
Senti meu corpo ser amarrado e alguma coisa cobriu meu rosto, logo começei a ser puxada para andar.
- O que foi olhinhos claros?! Problemas com a surpresa?!
- Mas que droga Era! O que você vai fazer comigo?!
- Eu descobri uma técnica usada por humanos criminosos no Antigo Mundo, faziam isso para trocarem a pessoa por dinheiro, ou faziam outras coisas, chama-se sequestro queridinha! Mas é claro que eu não vou trocar você pela cura! Eu estava com vontade de ver alguém sofrer hoje! Se é que você me entende!- Ela deu uma gargalhada.
- O que você vai fazer?!?!
- Não se preocupe, seus amiguinhos também vão junto! Beijinhos, tchauzinho olhinhos claros!- Ela deu uma risada diabólica e desligou o fone.
Fiquei esperando, eu já estava com calor e pouco oxigênio.
Demorou um pouco, mas finalmente parei de andar e me colocaram sentada em uma cadeira.
- Olhinhos claros! Finalmente você chegou!- Ouvi a voz dela e outras vozes ecoavam pelo salão, pareciam ser vozes conhecidas.- Não se preocupe queridinha! O show começa daqui a pouquinho!- Ela riu.
Depois de um tempo, o pano que cobria minha cabeça foi retirado.
Percebi que minhas mãos estavam algemadas e presas na cadeira, e que eu estava em um antigo teatro abandonado, todo o grupo estava lá, cada um amarrado em uma cadeira, eu era a única que estava no palco.
- Kim!!!
Ouvi Aaron gritar e olhei para ele.
- Silêncio garoto fortinho! O show está prestes a começar!- Era gargalhou, ela estava com um vestido preto e vermelho, bem longo e um machado na mão.
- Não se preocupe queridinha prometo que você não vai sentir nadinha!!!- Ela riu cinicamente, Aaron se debatia para se soltar das cordas que o prendiam freneticamente.
- Tem certeza de que quer fazer isso com a humana, senhorita Era?- Jeffrey perguntou levantando as sobrancelhas.
- Devo duvidar de sua lealdade Jeffrey Moore?
- De jeito nenhum senhorita Era.- Ele abaixou a cabeça.
- Muito bem, você fará isso então, quero a cabeça dela na minha mão.- Ela deu o machado para Jeff, ele o pegou e veio em minha direção lentamente, Era ficou atrás dele, olhei para ele e franzi as sobrancelhas, ele piscou para mim.
Ele fingiu que ia me dar um golpe de machado mas se virou rapidamente e cortou o braço de Era, ela caiu no chão e deu um grito estridente de dor.
- Seu traidorzinho de merda!!!
- Isso é pelo meu irmão sua vadiazinha do inferno!!!- Ele mostrou o dedo do meio para ela e me desamarrou e tirou minhas algemas.
- Kim, corre e desamarre quantas pessoas você puder, use isto.- Ele me deu um canivete.
- Valeu Jeff.
- Sem problemas, mas corra!
Corri e desamarrei Elliot primeiro.
- A cura está a salvo?
- Escondi o máximo que pude.
- Tá, pega o carro e dirige de volta para o laboratório.
- Não é seguro, não se preocupe, tenho um plano em mente.
- Tudo bem.
Corri para a frente da cadeira de Aaron e o desamarrei rapidamente.
- Kim? Como isso aconteceu?
- Te explico mais tarde! Só corre e desamarra o resto ok?
- Tá.
Ele me beijou e depois correu para desamarrar Garrett.
Desamarrei Morgana.
- Que porra foi aquela no palco?!
- Era.
- Vaca, eu podia ir lá acabar com ela!
- Relaxa, Jeff já deu um jeito nela por um tempo.
Desamarrei quantas pessoas pude, até que o grupo inteiro já estava solto.
Elliot era o único que já havia saído.
Nós todos corremos até sairmos dos limites da cidade.
Estávamos exaustos.
- Kimberly?
- Elliot, o que foi?
- Venha até o antigo Navy pier no lago.
- Quer que a gente vá até o lago Michigan?
- Exato.
- Tudo bem, vou avisar Cally e Morgie...

Diário de uma sobrevivente_Livro 1Where stories live. Discover now