22|try

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"Eu preciso mesmo de falar contigo." Ele diz.

Olho para o meu relógio e vejo que faltam apenas 3 minutos para a próxima aula.

"Temos pouco tempo." Digo-lhe.

"Não te preocupes com isso." Ele diz e puxa-me para fora da escola.

"O que achas que estás a fazer?" Pergunto enquanto olho para ele.

Os seus caracóis encontravam-se bem volumosos, os seus olhos mais verdes com o reflexo do sol e os seus lábios, bem, são os seus lábios. Penso comigo mesma tentando-me recompor dos meus pensamentos sobre o Harry.

É a primeira vez que penso nele assim e isso não é um bom sinal, penso, balançando a cabeça negativamente.

"Vamos matar aula." Ele diz como se fosse a coisa mais normal do mundo.

"Oh não, desculpa tenho de ir." Digo virando-me para entrar mas ele volta a puxar-me.

"Oh vá lá Ruby, isto não mata ninguém." Ele sorri-me e eu reviro os olhos.

"Está bem." Digo resmungando.

"Anda." Ele diz pegando na minha mão e assim que recuperei do choque segui-o.

Andamos por várias ruas até chegar a um parque com árvores muito grandes, podia-se ver turistas a sorrirem, o parque era muito bonito.

Ele puxou-me até um banco onde nos sentamos com ele a olhar para mim.

"Ruby..." Ele começa. "Eu..."

"Harry não precisas de ter medo, podemos não ser mais como antes mas ainda nos conhecemos um ao outro, acho." Digo olhando para as minhas sapatilhas que de repente ficaram muito interessantes.

"Ruby, olha para mim." Ele disse. "Primeiramente eu quero pedir desculpas, sei que nestes dias tenho sido muito estúpido e eu realmente estou arrependido, nunca te quis magoar, apenas dói-me ver que a cada dia que passa estás mais longe de mim..." Ele diz e eu rio. "Sei que não é culpa tua, mas não é essa a minha intenção também, só quero que as coisas entre nós voltem a ser como dantes. Eu sei que isso é impossível, mas eu quero tentar."

"Agora a sério, o que andaste a fumar? Deve ser bem forte, porque a pessoa que está aqui parece a pessoa que desapareceu da minha vida há um ano atrás." Eu digo e vejo ele baixar a sua cabeça. "Harry, eu não te vou mentir, tu magoaste-me muito, ainda ontem magoaste, acho impossível que queiras mudar de um dia para o outro." Lanço.

"Apenas dá-me uma chance." Ele pede e eu só dou um sorriso fraco.

" Eu só quero que saibas que só palavras não me servem de nada." Digo-lhe e ele abraça-me.

"Eu quero tentar." Ele sussurra no meu ouvido e eu sorrio.

"Queres um gelado?" Ele pergunta e eu assinto.

A verdade é que me sinto desconfiada da mudança do Harry tão de repente, mas não consigo evitar, parece que o Harry de anos atrás voltou, parece impossível mas só rezo para que seja verdade.

Ele volta com 2 gelados na mão e eu sorrio ao perceber que ele ainda se lembra do meu sabor favorito.

"Obrigada." Digo.

"De nada, Rubs." Ele mostra o seu sorriso.

Assim que começamos a fazer o caminho de volta ele retorna a pegar na minha mão, depois de ter posto a flor que ele apanhou no meu cabelo.

"Eu pensava que íamos voltar para escola." Digo.

"É melhor se não o fizeres, iriam desconfiar. Vamos apenas ficar juntos, ok?" Assinto um pouco contrariada e largo a sua mão, fazendo ele me olhar desapontado.

Paro por uns minutos deixando ele seguir em frente e pouco depois corro e subo para as suas costas, apanhando-o de surpresa.

"Ruby! O que é que estás a fazer?" Ele grita tentando-me pôr de volta no chão, mas eu agarro-me a ele com mais força.

"Fizeste-me andar isto tudo, agora aguenta."

"Ainda vamos acabar por cair." Ele resmunga, ajeitando-me melhor nas suas costas, enquanto eu repouso a minha cabeça no seu ombro, aconchegando-me no seu pescoço.

"Não fiques chateado, se quiseres eu posso descer, estava apenas a brincar." Digo a pensar que talvez tenha passado dos limites.

"Não estou." Ele afirma. "Por acaso gostei muito." Ele diz, apertando mais as minhas pernas contra si. "Obrigado."

"Porquê?"

"Por me dares uma oportunidade." Ele fala e eu deixo um beijo na sua bochecha.

Quando chegamos ao dormitório ficamos a falar até eu receber uma chamada da minha mãe. Rapidamente o meu coração apertou, era a minha mãe e eu estava tão longe dela. O meu ponto mais fraco sempre foi e será a minha família, então nesse caso eu tenho 4 pontos fracos. Atendi logo o telefone.

"Alô, filha há quanto tempo." Ela diz alto e eu emociono-me ao ouvir a voz dela.

"Mãe?" Digo já com lágrimas que ainda não deixaram os meus olhos e com a voz a falhar.

"Estás bem, amor?" Ela perguntou e senti as lágrimas caírem.

"Está e contigo, mãe?" Pergunto não me controlando mais, a minha voz já não era a mesma, as minhas lágrimas já saiam descontroladamente.

"Também meu amor, não chores, por favor." Ela pede, mas mesmo não estando com ela, sei que existem lágrimas nos seus olhos neste momento.

"Não me peças coisas impossíveis neste momento, mãe." Digo rindo um pouco. "Estou com tantas saudades." Digo e sinto Harry abraçar-me os ombros. Confesso que me senti um pouco envergonhada ao fazer estas figuras à frente do Harry, mas agora não mais, até porque é a minha família.

"Nós estamos com muitas mais meu amor." Ela diz.

"O pai está bem?" Pergunto preocupada.

"Sim, minha filha, como vai a escola?"

"Que bom, a escola vai bem." Fico nervosa por ter matado aulas com o Harry.

"Filha, agora tenho de ir, o teu pai diz que não encontra as chaves do carro." Ela diz e imagino-a a revirar os olhos.

"Está bem mãe, manda beijos ao pai." Derramo mais lágrimas e suspiro. "Eu amo-vos mais que tudo."

"Acredita, nós também meu amor, tchau." Desligo não podendo mais.

"Eu estou aqui." O Harry diz deixando um beijo no topo da minha cabeça.

Blurred // harry stylesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora