--2-- Uniforme de dar inveja

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Depois de pronta e devidamente alimentada, coloquei o meião e o patins dentro da bolsa, coloquei minha jaqueta de couro preta e peguei meu capacete. Tenho 5min contados para chegar lá. Coloquei o capacete e dei partida na moto.

O tempo corria e eu voava, 1min de atraso era adicionado mais 10min de hora extra, e se passasse do horário de fechar, você terminava de pagar no outro dia. Emocionante. Só que não!

- Ok, cheguei a tempo! - abri as portas dos fundos exatamente as 18h em ponto, coloquei meus meiões e meus patins correndo e já fui para o bar começar a servir. Assim que passei para o salao avistei a mesa do babaca do Felipe, o ex amigo de infância do meu irmão, ele vinha aqui dia sim dia não e "FDS" quando não tinha nenhuma balada pra ir, - "bom agora esse não será mais um problema, já que meu irmão vai abrir uma boate na mesma rua do nosso AP "-, ficaria no final da rua e nosso AP no inicio, bem prático, -" espero que o idiota do Felipe e sua turma se dediquem a frequenta-la e sumam do meu alcance visual"-, eu já estava no meu limite, nunca gostei do Felipe, todos o chamam de Lipe, menos eu.

Nunca quis intimidade, nem quando criança e frequentava minha casa, nem 9 anos depois que meu irmão foi embora, pelo menos esse tinha sido o lado bom da partida dele, já que com ele seu meu melhor amigo sumiu, e nunca mais botou os pés nojentos em minha casa outras vez.

Ele sempre pegou no meu pé, não de implicância normal, como toda criança e adolescente, mas de forma cruel e desnecessária, eu sempre fui um palitinho, cheia de espinhas, usava aparelho freio de burro, lindo por sinal, meu cabelo era curtinho, pegava no meio da orelha, nunca crescia muito, era ralo e mal cuidado. -" Ainda bem que o tempo passou pra mim e estou mais aceitável perante a sociedade."-. Uma vez ele grudou 5 chicletes no meu cabelo, me fazendo corta-lo ainda mais curto do que era.

Colocava os pés na frente para que eu caísse, jogava cascas de frutas em cima de mim se fazendo de confundido com a lixeira. Era o melhor amigo do meu irmão, e meu "melhor" pior inimigo, o primeiro da lista com louvor.

Agora tenho que olhar pra cara desse infeliz quase todos os dias, e de brinde seus amiguinhos seguidores.

- Ta surda garota? Não ta me ouvindo chamar não? To assobiando pra você a 5min e você ta ai com essa cara de mosca morta! - Esse imbecil ta falando comigo? Alias, berrando comigo? já que eu to longe da mesa dele.. Como assim assobiando para mim? o jeito que ele tava assobiando parecia que tava chamando um cachorro. Babaca!

Patinei em direção a sua mesa com meu bloquinho de pedidos e uma caneta, respirando fundo e me concentrando como sempre fazia antes de atende-los, e pra minha infelicidade ele só chamava por mim, acho que é algum tipo de penitência já que meu irmão foi embora e ele não pôde continuar seu trabalho de infernizar minha vida dentro da minha própria casa.

- Pois não, qual o seu pedido? - perguntei de forma indiferente sem olhar pra cara dele, depois olhei enquanto o aguardava falar com minha expressão mais seca possível.

Ele sorri meio de lado antes de me responder, me olha de cima em baixo, piora seu sorriso que antes parecia de diversão e agora de diversão e malícia. Revirei os olhos.

- Vai pedir ou não?- perguntei indignada.

- Taah.. - risos - eu vou querer uma vodka e um suco de uva.. Na jarra Belinha! - Belinha? Revirei os olhos.. Ele insiste em me chamar por nome de Chochorro.

- Trás um copo pra cada, com bastante gelo.. Alias.. Trás um balde de gelo gata! - babaca, gata uma OVA.

- Só isso? - Pergunto.

- Já que perguntou vou querer vc embrulhada em celofane pra mim, peladinha! - Todos na mesa riram e eu senti meu rosto corando, de rosa a vermelho, a vontade de enfiar meu bloco de pedidos dentro dos córneos dele, até sair pelo único lugar por baixo sugestivo, evoluiu de vontade para necessidade de vida!

Não respondi nada, respirei fundo me preparando para o que viria a seguir quando eu me virasse para sair da mesa, a porcaria de um tapa na minha bunda, sim, ele fazia isso toda vez que eu saia da mesa. E a idiota aqui não podia abrir a boca, ou perderia o emprego, se notarem pelos uniformes ridículos podem imaginar o quão machista era o meu patrão. E não tá muito fácil arrumar emprego esse período. Como eu o odiova... Só não o odiava mais do que odeio o Felipe, esse ai é mais forte do que tudo que eu pudesse sentir, não existe palavras pra descrever a raiva que eu sinto por esse cara. Estúpido!

E mais ou menos assim se seguiam minhas noites de trabalho, era uma luta todos os dias. Paciência era a palavra chave, dentro do meu serviço, por que na rua, eu não respondia por mim!

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Eu e o melhor amigo do meu irmão - ATUALIZANDO 2019Onde as histórias ganham vida. Descobre agora