capítulo 21

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[Clara]

- Não, não, não, merda - Tentei ligar umas duas vezes e nada. Não acredito, tinha uma reunião daqui a 20 minutos e isso me acontece. Nossa, que ódio. Peguei meu celular, disquei o número da Helena, que foi a primeira pessoa que me veio à cabeça. Tocou, tocou e nada, caiu na caixa postal. Estava discando de novo, alguém bateu no vidro, fazendo meu celular cair da mão pelo susto que tomei. Olhei para ver quem era e não era possível, esse cão só podia estar me seguindo. Apavorada, comecei a tentar ligar o carro novamente. Ele continuou batendo no vidro e puxando a maçaneta. Nessa hora, dei graças a Deus pela correria que me fez esquecer de abrir os vidros.

- Abre a porta, Clara.

- Sai de perto do meu carro agora, Theo!

- Eu quero conversar com você.

- Conversa,o que a gente não tem nada para conversar.

- Como não? Você ia me contar que está namorando quando?

- A partir do momento em que eu assinei os papéis do divórcio, o que eu faço ou deixo de fazer não é mais da sua conta.

- Abre essa porra agora, Clara! - deu um soco no vidro.

- Eu não vou abrir, vai embora, Theo!

- Eu vou quebrar esse vidro.

- Você não é louco - ele era, e eu sabia muito bem disso.

- Você duvida?

- Para com isso, Theo, me deixa em paz - já estava começando a sentir meus olhos enche de água .

- Eu só quero conversar com você, meu amor.

- Eu não quero conversar com você, Theo, você não entende isso - seu celular começou a tocar, quando ele atendeu, eu comecei a procurar o meu que tinha caído. Ouvi outro soco no vidro e o olhei.

- Eu preciso ir, mas fica esperta que a nossa conversa não acabou aqui, tá? - ele entrou no carro que estava estacionado atrás do meu e saiu cantando pneu. Me encostei no banco, fechando os olhos, respirando fundo e sentindo as lágrimas molhando minhas bochechas.

Enquanto isso...

[Helena]


- Quantas horas você acha que leva aqui?

- Umas 3 horas e meia sem pausa.

- Tudo isso, o louco!

- Quer um garranjo ou uma arte no braço? Bora da o braço, vamos começar logo.

E lá se foram 4 horas e 48 minutos sentada, estava com as costas doendo de tanto tempo curvada.

- Ou fala aí se não fiquei gatão com o braço fechado - falou, se olhando no espelho enquanto eu jogava a luva no lixo e lavava as mãos.

- Ui, um gato! - falei dando risada.

- Eu sei, eu sei, mas aí valeu, Helena. Ficou do jeito que eu queria, com você não tem erro, faz um trabalho foda.

- Ah, que isso, obrigada. Eu que agradeço, você sempre faz suas tatuagens aqui no estúdio.

Me despedi dele e sentei, vendo que horas o próximo cliente chegava. Peguei meu celular e vi que a Clara tinha me ligado há 4 horas. Meu celular estava no silencioso desde ontem, liguei para ela e atendeu no segundo toque.

A vizinha - CLARENATahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon