capítulo 17

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[Helena]

- O que ela fez?

- Eu e ela a gente brigou e...

- Ela te machucou? - perguntei, vendo se ela tinha algum hematoma.

- Sim, mas não fisicamente e sim com palavras.

- O que ela te disse?

-ela disse que tinha certeza que você pegaria ela e que logo logo você ia me trair igual o Theo fez comigo - ela voltou a chorar.

- meu deus, que absurdo! Essa mulher é louca. Meu amor, você não deve ligar para o que ela diz, ela só quer te ver mal.

- eu sei, eu até tentei não ligar, mas foi algo que mexeu comigo, sabe? Eu não entendo por que ela é assim tão mal-amada. Eu pensei que depois da briga que tivemos, ela não faria mais isso. Ela disse para mim que não faria.

- Briga? Vocês já brigaram outra vez?

- Já, quando eu ainda estava com o Theo, ela fez a mesma coisa e a gente acabou brigando. Ficamos um bom tempo sem nos falar. Aí ela me procurou, pediu desculpas, falou que errou e eu desculpei ela.

- Ela ainda está aqui? Eu vou lá fala umas coisas pra ela. - Tentei levantar, mas a Clara não deixou.

- Eu mandei ela ir embora, amor. Ela não está mais aí.

-Que bom! - Sequei seu rosto que estava molhado pelas lágrimas que caíram e dei um beijo na sua têmpora. - Não gosto de te ver assim, triste e chorando. Isso me parte o coração.

- Obrigada por estar aqui comigo, amor. Você me acalma tanto.

- Eu sempre vou estar aqui com você, linda. - Dei um selinho nela. - Vamos deitar um pouquinho, você nem deve ter dormido ainda, né? - A levei para o quarto, onde ela lavou o rosto e deitou com a cabeça no meu peito. Pensei que ela já estava dormindo, mas escutei sua voz baixa.

- Helena...

- Oi.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Pode, claro.

- Eu te satisfaço na cama?

- Que pergunta é essa? Claro que sim, por que?

- Nada, é que... Quando eu estava discutindo com a Cecília, ela disse que eu não te satisfazia.

-E você ainda dá ouvidos para o que ela fala. Imagina, você não ia me satisfazer? Nem a pessoa que ganhou na mega virada tem mais sorte que eu, só de você olhar pra mim eu já tô satisfeita. - Ela riu alto e eu sorri. O som da sua risada é música para os meus ouvidos. Ela parou de rir, passando a mão pelo meu rosto, e eu iniciei um beijo querendo demonstrar todo o meu amor nele.

••

Estava preparando meu pré-treino quando atendi o interfone.

- Boa tarde, dona Helena, tudo bem?

- Oi, Figueiredo, tô bem e você?

- Tô bem também. Então, tem uma moça aqui querendo subir.

- Não estou esperando ninguém. Tem nome?

- É Cecília.

- Tô descendo.

••

- Coragem, você aparece aqui depois das baboseiras que disse para Clara.

- Ah, Helena, para, né? Ainda peguei leve. Abri aqui para mim ir lá pegar o resto das minhas coisas que eu deixei lá.

- Pegou leve? Não falou uma verdade. Me impressiona como você é tão infeliz e mal-amada, sabia?

- Mal-amada e infeliz? Olha bem para mim, querida.

- Tô olhando. Você que parece que não se enxerga .

- Aí, Lena vai falar que não tem uma queda por mim, que não me pegaria. Pode falar a verdade, a Clara não está aqui.

- Eu tenho é dó de você, isso sim.

- Ah, tá bom. Não vim aqui para ficar falando com você, não, linda. Vim aqui pegar o resto das minhas coisas. Abre logo aqui, vai.

- Pode deixar que eu mesma pego suas coisas.- Subi com a chave reserva da Clara, que peguei ali na portaria, e comecei a jogar as coisas da Cecília pela janela que dava para a rua.

- Tô suas coisas! Talvez quebre alguns perfumes, mas depois você compra outros, né?! Tchau. - Joguei um beijo para ela, fechando a janela. Como a Clara morava no 3º andar, ainda dava para ouvir ela gritar xingamentos lá de baixo.




Continua...

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A vizinha - CLARENAWhere stories live. Discover now