capítulo 22

116 26 23
                                    

[Clara]

- Amor, estou indo pra academia, tá? Já já estou de volta - Helena falava baixo no meu ouvido e foi me fazendo despertar. Abri os olhos vendo que ela já estava vestida com um dos seus conjuntos de treino.

- Espera aí, eu vou com você - sentei na cama me espreguiçando.

- Nem pensa,você não comeu nada.

- Eu comi sim, de tarde, na hora do almoço.

- De tarde? Agora já são 8 horas da noite.

- Eu como quando a gente voltar.

- Come agora antes de ir.

- Não estou com fome agora.

- Mas tem que comer, saco vazio não para em pé.

- Eu como depois - falei entrando no banheiro.

- Se você não comer agora, você não vai, Clara - ela se encostou no batente da porta.

- Helena...

- Eu faço alguma coisa para você comer enquanto você se arruma.

- Tá, tá bom.

Depois de me alimentar, descemos e ficamos praticamente uma hora lá, e eu já estava morrendo. Sentei em um banquinho que tinha ali para descansar, e um homem sentou do meu lado.

- Licença, moça, você sabe que horas são?

- Estou sem celular aqui, moço.

- Eu também estou, por isso perguntei. Quer uma água? Estou vendo que você está cansada.

- Quero não , obrigada.

- Tem certeza? Não está envenenada, pode beber tranquila.

- Mas eu não quero.

- Tudo bem então, qual é o seu nome?

- Clara - nem perguntei o dele para não prolongar a conversa, mas não adiantou.

- O meu é Vinícius - ele me estendeu a mão e eu peguei por educação. - Nunca te vi aqui.

- Moço, onde você quer chega?

- É que eu te achei muito bonita, pensei sei lá, você poderia me passar seu número.

- Eu namoro - levantei a mão mostrando a aliança.

- Nossa, que mancada, está meio escuro, nem vi. Mas você pode me passar seu número mesmo assim, a gente pode ser amigos.

- Estou sem celular, como te falei, e não sei meu número de cabeça não.

- Então eu te passo o meu - mas que homem do caramba, viu, não se toca.

- Não tenho como anotar.

- Eu vou pedir uma caneta ali e já volto. - Ele saiu e eu saí também, até parece que eu ia esperar ele. Fui atrás da Helena e a encontrei enchendo a garrafinha. Cheguei por trás dela e tampei seus olhos.

- Adivinha quem é?

- Hum... o amor da minha vida?

- Será? - Ela virou de frente para mim e me deu um selinho.

- Claro que é. Tá com sede?

- Tô, esqueci de trazer minha garrafa.

- Toma a minha. - Me deu a sua garrafa.

Quando subimos eu fui para o banheiro tomar um banho de banheira e resolvi chamar a Helena para tomar comigo. Ela estava deitada no sofá mexendo no celular .

A vizinha - CLARENAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora