capítulo 1

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[Clara]

NÃO AGUENTO MAIS!

Não tinha tempo para nada: era trabalho, divórcio, mudança. Estava ficando louca. Ninguém me falou que era tão difícil arrumar um apartamento. Passei semanas procurando um novo para morar, mas estava quase impossível achar um, pois não gostava de nenhum. Quando achei um bom, tive que correr atrás de alguém para pegar minhas coisas na casa do meu querido ex-marido. Além de ter me traído mais vezes do que o Arthur Aguiar traiu a Maíra Cardi, não queria assinar o divórcio. Mas depois de muita luta, ele assinou, dizendo que eu não iria encontrar alguém igual a ele. Amém, porque não quero ninguém, ainda mais igual a ele. Hoje era o dia da minha mudança e o cara que iria realizá-la atrasou duas horas. Ele e mais dois homens levaram tudo como lesmas e foram embora, mas esqueceram de levar um vaso que ganhei da minha mãe antes dela partir. Ele era enorme e pesado, como eu iria levar aquilo não sabia, mas tinha que tentar. Então, lá fui eu, tentei, tentei, mas praticamente nem do lugar ele saiu. Já estava suada e sem forças quando ouvi uma voz atrás de mim.

- Oi moça, quer ajuda aí? - disse uma moça de cabelos preto escuros e curto, vestindo um conjunto de academia que realçava bem seu corpo, que por sinal era muito bonito.

- Nossa, pra falar a verdade, vou querer sim - falei, depois de secar o suor da cara. - Mas já aviso que está muito pesado, os Tonhão que fez minha mudança esqueceu de levar.

- Ah, você deve ser a nova moradora do 302, né? - concordei com a cabeça. - Bom, acho que nós duas conseguimos levar, não é? Vamos tentar, eu pego de um lado e você do outro.
Assim fizemos: peguei de um lado e ela do outro. Ainda estava um pouco pesado, mas pelo menos estávamos conseguindo. Subimos pelo elevador e paramos em frente à minha porta.

- Bom, conseguimos - disse, sorrindo, cansada. - Quer ajuda para levar lá para dentro ou daqui você consegue sozinha? - pergunto à morena.

- Acho que sozinha não vou conseguir. - Então abri a porta e entramos, colocando o vaso no lugar que eu queria deixá-lo. - Nossa, cansei. Quer beber uma água? - perguntei, vendo que ela estava suada e com a respiração cansada, assim como eu.

- Não, obrigada. Bebo em casa, moro no 303 aqui do lado. Como o vaso já está no lugar, vou indo. Prazer te conhecer, vizinha. - disse, sorrindo simpática. Fiz o mesmo.

- Prazer é meu. Qual é o seu nome mesmo? Nem tive tempo de perguntar antes.

- Meu nome é Helena.

- Assim, prazer então, Helena. O meu é Clara. - Helena estendeu a mão para mim, sorrindo, e eu logo peguei.

- Bom, então vou indo, Clara. Qualquer coisa que precisar, só bater lá na porta do lado. - Acompanhei ela até a porta.
Assim que a morena saiu, eu fechei a porta e fui arrumar o resto da mudança.






Continua......

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A vizinha - CLARENAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora