capítulo 6

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[Helena]

Nossa, fiquei tão feliz que ela aceitou dormir comigo hoje. Claro que eu não queria apenas dormir, né, mas já era um começo. Estava acabando de escovar os dentes quando ouvi a Clara falar lá do quarto, ela estava em frente ao espelho.

- O que foi, linda? - abracei ela por trás.

- Olha, sabia que ia ficar roxo o chupão que você me deu. - Eu dei uma risadinha discreta e ela virou de frente para mim. - Você ainda ri, né, besta?

- Dá um em mim também aí, a gente fica quites. - falei e ela sorriu, aproximou-se do meu pescoço, deixou dois beijos e começou a chupar. Quando ela parou, eu olhei no espelho e estava bem roxo também. - Olha, ficou até mais roxo que o meu.

- E não é para esconder com maquiagem, não tá, lindinha? - ela falou indo deitar na cama.

- Não vou esconder, mas você também não é para esconder, tem que deixar minha obra de arte à vista. - falei, me deitando atrás dela e cheirei seu pescoço.

- Hummm, tá bom, boa noite. - me deu um selinho.

- Boa noite, linda. - dei um selinho nela também.

E assim dormimos de conchinha à noite toda.

[Clara]

Acordei com o barulho do despertador que eu tinha colocado. Assim que desliguei, senti uma mão apertar minha cintura e ouvi:

- Você já vai tem que ir, né? - falou, enterrando seu rosto no meu pescoço.

- Já, mas o bom é que hoje eu chego cedo - segurei o rosto dela e dei um selinho.

- Aí, eu gostei. Então vai lá se arrumar e depois volta aqui que eu vou preparar um café da manhã para você - ela se levantou e me deu a mão para levantar também.

- Tá bom, então já volto.

••

Quando acabei de me arrumar, voltei para o apartamento da Helena, bati na porta e ela logo abriu, já arrumada também.

- Oi, linda, entra aí. Estou acabando de fazer o café - sentei e fiquei reparando nela. Ela tinha algumas tatuagens pelo corpo que eu achava bem atraentes, mas a que eu mais gostava era uma rosa que ela tinha atrás da orelha. Seu tanquinho também estava à mostra. Ela estava muito linda, para o meu gosto. Não sei qual a necessidade de sair tão gata assim. Aff. Ela logo acabou o que estava fazendo, sentou do meu lado na mesa.

-Então, gatinha, posso te esperar que horas hoje? - pergunto, me servindo um pouco de café.

- Umas 6 horas já vo- não deu tempo de eu terminar de falar porque seu celular começou a tocar. Olhei para ele, que estava em cima da mesa, mas o nome que apareceu na tela não me agradou muito: "Mari mi amor ". QUE PORRA ERA AQUELA ? A Helena, quando pegou o celular, sorriu e aquilo me deixou ainda mais com raiva. Ela levantou pedindo licença e saiu indo para a sala. Nossa, eu só podia ser uma otária mesmo, achando que ela só ficava comigo. O pior é que eu realmente estava gostando dela. Me levantei e fui ao banheiro me acalmar. Vi que aquele chupão ainda estava ali à mostra, logo tratei de cobri-lo. Até parece que vou deixar um chupão aqui enquanto ela está fazendo em várias. Quando acabei de cobrir, saindo do banheiro, dei de cara com a Helena.

- Estava te procurando, pensei que tinha ido embora. Que horas você chega mesmo? - disse sorrindo e me abraçando. Que cara de pau!

- Vou chegar às 6 e já estou indo - falei saindo do abraço e indo em direção à porta, Helena veio logo atrás.

- Já mas você nem tomou o café que eu fiz.

- Poise, tchau!- saí e nem olhei para trás.

O dia passou voando e Helena ainda me mandou umas mensagens, mas não queria papo, então nem respondi. Sei que não temos nada, mas poxa, fiquei triste, né? Chateada porque pensei que ela estava gostando de mim também. Nesse tempo, me falava coisas bonitas, mas pelo visto era mentira, mas tô nem aí, não quero nem olhar na cara dela. Cheguei, não fiz como de costume que era bater na porta dela, passei direto e fui para minha casa. Tomei um banho e fiquei assistindo até a campainha tocar e adivinha quem? Se você falou Helena, acertou.

- O que você está fazendo aqui?

- Como assim, o que eu tô fazendo aqui? Vim te vê, linda. Ainda trouxe isso para você - me estendeu um buquê de rosas enorme, mas eu não ia cair na dela. - Me falou que amava rosas, então pensei que você iria gostar.

- Obrigada, não precisava - falei séria. Pegando o boquê. Ela veio para me dar um beijo, mas eu desviei. - Era só isso, Helena, tô ocupada.

- O que aconteceu para você estar me tratando assim, Clara, te mandei várias mensagens e você não respondeu, te liguei e você não atendeu. Agora venho aqui te ver e você me trata assim. Eu te fiz alguma coisa? - Como pode alguém ser tão sínica.

- Por que você não pergunta para o seu amor? - Tentei fechar a porta, mas ela segurou para eu não fechar. - Dá licença, Helena.

- Não, calma aí, vamos conversar. Você está com ciúmes - ela disse rindo. - Para com isso, linda, deixa eu entrar, vai.

- Não, Helena, vai para sua casa. Não quero conversar com você - falei, ainda tentando fechar a porta, mas ela era mais forte que eu. - Deixa eu fechar a minha porta, por favor, Helena.

- Nossa, pra que isso? Deixa eu explicar, vai. Depois eu vou embora se você quiser - por fim, deixei ela entrar, mas ela estava muito enganada se pensasse que eu ia acreditar em qualquer mentira.

- Fala logo, vai. Quero ficar sozinha - falei, sentando no sofá, e ela sentou do meu lado, até perto demais.

- Para com isso, linda. A Marina é minha melhor amiga, o carinho que eu tenho por ela é quase de irmã, meu amor é só um jeito carinhoso que salvei. Ela estava me ligando para contar como foi o encontro dela que aconteceu ontem. Pode ver se quiser - disse, tirando o celular do bolso desbloqueado e me entregando já na conversa com essa tal Marina.

- Não quero ver nada, não, Helena.

- Mas eu quero que você veja, para você ver que ela não é nenhum lance amoroso, como você deve ter pensado, né? - ela grudou em mim, passou o braço pelo meu pescoço e começou a mostrar a conversa. E realmente não era nenhuma conversa de amor. Não vou mentir, fiquei muito aliviada e feliz por não ser nenhuma ficante dela. Ela guardou o celular no bolso de novo. - Viu, não é o que você estava pensando. A gente está ficando quase 2 meses, Clara. Estou gostando de você de verdade. Tudo o que eu te falei e falo é verdade - sorri sem graça por ter tratado ela tão mal antes.

- Ai, desculpa, Helena, pela forma que te tratei - ela sorriu e me deu um, dois, três selinhos, até aprofundar o beijo.

- Eu te desculpo, ciumenta.

- Eu sou, mas sou um pouco assim - fiz o sinal com a mão e ela deu risada.

- Agora posso continuar aqui te fazendo companhia?

- Não só pode, como deve - puxei ela para mais um beijo.



Continua.....

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A vizinha - CLARENAWhere stories live. Discover now