capítulo 19

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[Helena]

- Alô? - atendi sem nem ver quem era.

- Fala, Helena, tudo bem? Aqui é o Hugo. Tô querendo terminar de fechar o braço, tenho umas ideias aqui que...

- É... calma aí, já já te retorno. - levantei com cuidado para não acordar Clara e fui para o banheiro, fiz minha higiene pessoal e retornei a ligação. - Oi, Hugo, desculpa, é que eu tinha acabado de acordar, não estava nem raciocinando direito.

- Puts, te acordei, foi mal. Mas aí, tem um horário para mim amanhã? Quero fechar esse braço logo.

- Não vou poder te dar uma resposta agora, porque não estou em casa, então não sei como está minha agenda para amanhã. Mas faz assim, me manda aí o que você tá pensando em fazer, que quando eu chegar em casa eu dou uma olhada e te aviso, pode ser?

- Tá bom, fechou, Helena.

Aproveitei que já estava ali no banheiro e tomei um banho. Quando saí, a Clara ainda estava dormindo. Deitei atrás dela e comecei a beijar seu pescoço, ela resmungou baixinho.

- Amor, acorda! Olha que dia lindo tá lá fora.

- Só mais 5 minutinhos, vai.

- Você não falou que ia com meu pai lá conhecer a pizzaria? Daqui a pouco ele já deve estar indo.

- Hum, verdade. Que horas são?

- Já são quase 11 horas - ela se virou, ficando de frente para mim.

- Você tá tão cheirosa, já tomou banho?

- Já.

- Vou tomar um rapidinho então.

- Tá, vai lá. Vou esperar aqui. - Me deu um selinho e foi pro banheiro.

•••••••

[Clara]

- E aqui é a cozinha onde tudo acontece.

- E você é pizzaiolo há quanto tempo?

- Há mais de 20 anos que tenho essa pizzaria e aqui é meu lugar de paz. Quando estou aqui fazendo as massas, colocando os ingredientes, me sinto leve. E o melhor é ver os clientes satisfeitos, os elogios, saber que mesmo depois de tanto tempo as pessoas ainda gostam e apreciam meu trabalho.

- Faz uma para ela, pai - Helena disse, chegando na cozinha.

- Verdade, sentem lá aproveitando que ainda está cedo. Vou fazer uma para você provar - eu e a Helena saímos da cozinha para deixá-lo trabalhar melhor. Sentamos numa mesa lá do fundo, perto da janela, e ficamos conversando.

- Aí, ela disse que não ia, como se... Tá prestando atenção, amor?

- Tô.

- O que é que você tanto olha lá pra fora?

- Aquele cara ali não para de olhar para cá, você o conhece? - Olhei e gelei na hora que vi o demônio do meu ex-marido parado do outro lado da rua, olhando fixamente para nós duas.

- Não conheço não. - Para de ser burra, Clara !

- Eu vou lá. - Ela ia levantar, mas eu a puxei.

-Não vai não. Deixa ele pra lá. Vamos sentar em outro lugar. - Sentamos numa mesa que praticamente não dava para ninguém nos ver. - Esquece ele, amor. - Vendo que ela estava com a cara fechada, puxei seu rosto para mim e iniciei um beijo lento e carinhoso. Quando o ar faltou, ficamos nos selinhos. Íamos aprofundar o beijo novamente, mas escutamos a voz da Flávia, que nos fez separar rapidamente, assustadas.

A vizinha - CLARENAWhere stories live. Discover now