Parte Dois: Capítulo 15

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“Então é aqui que você vive.” Remus girou em círculos, observando cada centímetro do quarto de Sirius. A escrivaninha junto à parede, os tapetes macios, a cama enorme. A janela. Remus se aproximou e olhou para fora. Ali estava a estufa, logo abaixo da janela. Remus se virou e encostou-se no parapeito. "É bem legal," ele informou a Sirius.

"Oh, estou feliz que você pense assim," a voz de Sirius estava tingida de sarcasmo, mas ele parecia muito satisfeito. Remus sentou-se no parapeito da janela e se inclinou para frente.

“Como você faz esses pássaros?” ele perguntou. “Aqueles que você envia para mim.”

"Eu posso te mostrar!"

"Seja meu professor." Remus sorriu e Sirius pegou dois pedaços de papel da mesa.

“Você começa rasgando-o em um quadrado perfeito.”

Rasgando? Não existe uma maneira melhor de fazer isso?”

Sirius suspirou bem-humorado. “Dobre a parte de cima assim, na diagonal– sim, que bom! E agora pegue a parte dobrada e dobre de novo, amasse, desdobre e dobre para o outro lado– faça isso duas ou três vezes… bom... e agora você pode rasgá-la facilmente.” Sirius desdobrou seu pedaço de papel. “Olha, agora você tem um quadrado!”

“Um excelente começo,” Remus disse enquanto segurava seu próprio quadrado.

“Sim, um começo verdadeiramente impressionante.” Sirius sorriu para ele. “Agora, vamos começar com o pássaro.”

Fazer o pássaro acabou sendo muito mais difícil do que Remus esperava. Seus dedos não eram tão ágeis ao manusear o papel quanto os de Sirius, e onde Sirius fazia vincos perfeitos e nítidos, as dobras de Remus eram irregulares e ásperas.

"Deixe-me ajudá-lo," Sirius disse rindo depois que Remus cometeu um erro particularmente impressionante.

“Neste ponto, não sei se algo pode ajudar, mas sinta-se à vontade para tentar.”

Sirius sentou-se no parapeito da janela em frente a Remus. Mal havia espaço entre eles para o papel, e toda vez que seus joelhos se roçavam, arrepios percorriam a espinha de Remus. Sirius pegou o papel e parou. Ele olhou para Remus através dos cílios, quase nervoso, antes de pegar as mãos de Remus e trazê-las para o papel. Remus descobriu que não conseguia olhar para Sirius. Tudo o que ele conseguia focar eram as mãos deles, entrelaçadas, enquanto Sirius o guiava pelos passos. Finalmente, um passarinho de papel se formou na palma da mão de Sirius. Remus ousou olhar para ele, e de alguma forma encontrou coragem para sustentar o olhar de Sirius enquanto estendia a mão para arrancar o pássaro de sua mão. Ao fazer isso, a mão de Sirius se fechou em torno da sua.

Sirius se aproximou e Remus pôde sentir sua respiração soprando em seu rosto. Os olhos de Sirius desceram para os lábios de Remus, e Remus pensou, foda-se.

Ele diminuiu a distância entre eles, e o beijo foi hesitante no início, mas quando ficou claro que nenhum deles havia interpretado mal o outro, seus dedos se apertaram, com cuidado para não esmagar o pássaro. A mão livre de Remus envolveu o ombro de Sirius, e a de Sirius subiu e se enroscou no cabelo de Remus. Eles se separaram, ambos ofegantes, e Remus encostou a testa na de Sirius, sorrindo para o espaço entre eles.

De repente, outra voz falou. "Meu senhor, almoço para você e Remus."

Remus e Sirius se separaram e Remus bateu a cabeça na janela. Esfregando a nuca, ele olhou para a porta e viu James parado ali, segurando uma grande bandeja cheia de comida e exibindo um sorriso maroto.

"Vou deixar isso aqui para vocês dois... aproveitarem." Ele saiu da sala e Remus ouviu o clique distinto da chave girando na fechadura. Ele olhou para Sirius, e os dois se dobraram de tanto rir.

Remus ficou com Sirius a tarde toda, e quando ele saiu, um passarinho limpo e perfeito foi segurado gentilmente em seus dedos, e um passarinho bagunçado e meio amassado estava na mesa de Sirius.

You Hold The Key To My Heart •Tradução•Where stories live. Discover now