⋆Capítulo Três⋆

67 13 15
                                    

Depois de pousar no aeroporto, caminho pela enorme multidão de pessoas apressadas e cansadas do voo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Depois de pousar no aeroporto, caminho pela enorme multidão de pessoas apressadas e cansadas do voo.

Não sei exatamente o que procuro, mas encontro assim que vejo, de cabelos longos e escuros, pele bronzeda e saltos, segurando um grande papelão com o meu nome escrito.

— Uh, olá? — falo quando estou próxima o suficiente.

Ela me olha, me analisando com os grandes olhos verdes.

— Você deve ser a Amery! — seu humor muda, transformando seus lábios em um sorriso.

— Sim... — ela estende sua mão e eu aperto.

— Eu sou a Jordan, sua colega de quarto.

Então entendo porque ela está aqui.

— Você não precisava se incomodar...

— Não foi incômodo, Amy... — Amy? Ela coloca a mão em meu ombro e tira quando vê meu desconforto. — Bom, melhor irmos, você deve estar cansada. — diz gentilmente.

O nosso percurso de ida foi agradável, por ainda ser de dia. Fomos em seu carro e só por ser uma Porsche, imagino que ela seja rica, não comentei nada sobre.

Mando uma breve mensagem para minha mãe, avisando que já cheguei e que já estou a caminho da faculdade. Ela não responde de imediato.

— Então... — Jordan fala desviando seus olhos da pista por poucos segundos.  — O que te traz à Boston? Quer dizer, por que Boston...? — ela se volta para a pista, concentrada.

Porque ficarei longe da minha mãe.

— Consegui uma bolsa para estudar balé. É uma faculdade muito dedicada e com as melhores oportunidades. — minha resposta não pareceu ser a que ela queria ouvir.

Imagino que ela já tenha pesquisado algo sobre mim. Se eu quisesse, teria conseguido estudar aqui desde minha saída do ensino médio. Mas não queria que minha mãe tivesse mais poder sobre mim, por pagar essa faculdade.

— Oh, bom, isso é verdade. — diz ela, mas parecia querer perguntar algo.

Não perguntei e nem queria saber, pelo menos não agora.

— E você, sempre morou aqui? — pergunto a ela, que nega com a cabeça.

— Não, me mudei pelo balé. — ela sorriu para mim. — Temos isso em comum. — eu concordo.

Essa foi a conversa e depois disso, silêncio, tirando a música tocando baixo.
Nosso silêncio permaneceu pelo restante do caminho.

Chegando, fui muito bem recebida. E acompanhei Jordan até os dormitórios, onde tem várias portas alinhadas, divididas por números.

Entramos no cômodo, que é bastante grande, por sinal. Dois quartos, um banheiro e uma sala pequena.

A ideia de dividir o dormitório não me alegrou, mas eu não poderia questionar.

— Espero que se sinta confortável. — Jordan diz com um sorriso. — Seu quarto é o da direita. — eu agradeço e ela me diz algo sobre precisar praticar e saí.

Me jogo na minha cama e adormeço.

・・✧ ・・

Acordo toda suada e tremendo. Ótimo.

Procuro por Jordan, mas não a encontro. A única coisa vista é uma prancheta em cima da mesa, com as informações que preciso saber sobre a faculdade e seu número de telefone.

Já passava das 22:00 e poderia ouvir burburinho de pessoas passando no corredor. Imagino que Jordan não vai passar à noite aqui.

Tomo um banho e visto uma roupa confortável. Procuro por algo para comer, mas não encontro. Pego a prancheta para procurar algum lugar por perto e vejo que tem um bar/ lanchonete dentro do campus. Pego meu celular e saio.

A caminhada demorou menos que 15 minutos. É um ótimo bar, várias mesas fora e dentro, onde tinha grupos de pessoas comendo, bebendo e conversando, todas sorridente. Entrando havia ainda mais pessoas, está bastante cheio para uma segunda-feira.

Vou até o balcão, onde tinha dois homens, servindo alguma comida para outras pessoas sentadas.

— Oh, olá... — um cara de ombros largos e cabelo escuro fala ao me ver.

— Olá... — abro um sorrio fraco. — Queria algo para comer, qualquer coisa serviria. — ele sorrir e pega um cardápio vazio que estava do lado.

— Aqui tem as nossas opções. — diz me entregando.

Não demoro muito para pedir. Não tinha muitas opções saudáveis, então peço um hamburger simples. Falo que é para levar,  ele diz que entendeu e sai.

Em poucos minutos ele volta, segurando o pacote com o meu lanche.

— Aqui está...— ele me olha esperançoso. Ao perceber, sorrio e falo:

— Amery.

— Gabe. — ele diz com um sorriso torto. — Pode ficar, por minha conta.

Eu quis negar, mas ele insistiu, então aceitei. Não queria ficar e comer aqui, estava lotado, quase não tinha mesas vazias. Dei um breve "Tchau, até a próxima" para Gabe e saí.

Quando estou fora, caminhando novamente para o dormitório, sinto alguém segurar meu braço, me fazendo virar para trás. Me deparo com um par de olhos castanhos e cabelo loiro, me olhando confuso. Ele estava... suado? E com odor de bebida alcoólica. Usava uma regata e calça moletom. Parecia que não tomava banho fazia um tempo.

— O que você...? — começo a falar, mas não encontro as palavras.

Seus olhos me encaram de volta, sem cogitar em desviar. Sua mão continua em meu pulso, com um leve aperto.

— Não pode...ser...— ele me olha confuso, franzino suas sobrancelhas.

Ele poderia terminar a frase, mas seus olhos se fecharam lentamente, fazendo seu corpo cair para cima de mim.

A pressão nos faz cair, seu corpo pesado por cima de mim. Iria pedir ajuda, mas, escuto a voz de Jordan, correndo em nossa direção.

— Vinnie... Amy... — fala ela se aproximando. — O que aconteceu? – diz preocupada, tentando afastá-lo de mim.

Com um pouco mais te esforço, conseguimos tirar seu corpo de cima de mim.

— Meu Deus! O que houve? — pergunta, tentando raciocinar.

— Ele veio de repente e depois acabou desmaiando. — conto. — Parecia querer falar algo, mas não terminou.

— Mil desculpas, Amy... — ela parecia envergonhada. Apenas sussurrei que não foi nada.

Em poucos minutos, ela tinha o encostado em uma árvore e depois mandou uma mensagem para algum amigo dele, pelo que eu entendi.

— Já pedi para Liam vim buscá-lo. — ela me dá um sorriso tímido. — Não se preocupe, ele vai ficar bem.

— Ah, ok... — Jordan se aproxima do homem caído e tira alguns fios loiro de seu rosto. — Melhor eu ir...

Falei, mas ela não pareceu se importar. Então eu saí e caminhei depressa para o dormitório.

Isso foi louco.

✾✾✾

Espero que tenha gostado! ♥︎

Minha Querida Bailarina - Vinnie HackerWhere stories live. Discover now