Minha Querida Bailarina - Vinnie Hacker

⋆Capítulo Dez⋆

As lutas começaram. Hoje será uma longa noite, pelo menos é a minha previsão para o tanto de homens que vão lutar.

É um pouco estranho pensar que todos estão aqui por dinheiro, que aceitam levar uma surra por algum trocado no final da noite. Acho que nunca vou entender o boxe, as lutas ilegais, o porquê de tanta violência.

Quando passei aqueles poucos minutos com Vinnie na academia mais cedo, eu tive uma vaga imaginação de ter conhecido ele, que ele me conhecia, de algum modo. A forma como ele me olhou, com aqueles olhos, não parecia ser de hoje. Eu queria muito entender e pensei que ajudando ele, poderíamos nos dar bem.

Mas ele me tratou mal no fim. Claro que me senti uma idiota, por ainda tentar. Mas, de um jeito que nem eu entendo, ainda sinto que esse não é ele de verdade, que ele não é um babaca ignorante, mas talvez só estou imaginando coisas, como minha mãe sempre diz que faço.

O Vinnie será um dos últimos a lutar e lutará com algum homem chamado  Brendam, eu ouvi algunas pessoas discutir e fazer apostas nos dois, mas acham que Brendan irá ganhar.

Eu e Jordan estávamos sentadas nos bancos da frente, uma ótima vista para o ringue. Um homem careca e com a cara tatuada lutava contra um dos estudantes de boxe da universidade, um de cabelo preto e mais magro.

— Grande G não quer perder essa noite. — a mesma voz grossa fala. — Vaaamos, Dan!

Pessoas gritam torcendo.

Jordan não parecia estar prestando atenção na luta, ao contrário dos demais agitados. Ela parecia estar distante, preocupada. E até que enfim me olhou.

— Vou procurar um banheiro, Amy. — ela diz se levantando. — Volto em um minuto.

— Se quiser, eu posso... — tento falar.

— Não precisa! Eu não vou demorar. — e então ela sai, esbarrando em um casal que estava se beijando.

Não vou atrás dela, apenas continuo vendo os dois brigarem. O que parecia ser o Grande G não estava pegando leve, dando socos fortes no Dan até ele cair. Um homem tirou o corpo do Grande G de cima do Dan, se não, acho que poderia ser pior.

— A vitória é do Grande G! — gritos, alguns vaiaram.  — Ainda temos muito socos para dar, pessoal! Vamos continuar em alguns minutos. — uma música baixa começou a tocar.

Quando estava prestes a me levantar, para pegar algo para beber, um corpo grande esbarrou em mim, e um copo com bebida alcoólica molhou minha blusa.

— Mas... — falo, passando a mão pela minha roupa molhada.

— Oh, foi mal...  — ele diz.  — Ei, eu conheço você... — sua voz familiar me fez levantar meu rosto rápido.

Para a minha Infelicidade, um ruivo gigante estava na minha frente, com um pequeno sorriso e um copo vazio na mão.