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Amery, criada pelos pais que só se importam com eles mesmo. Uma mãe narcisista e um pai que morreu pelos seus próprios erros. Mesmo crescendo em uma família conturbada e cheia de segredos, Amery viu um porto seguro na amizade de Vinnie, um ga...
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Faz quatro dias que Jordan não voltou para o dormitório. Eu tentei ligar, mas seu telefone parecia estar desligado.
Não tínhamos aulas juntas, apenas às de balé. E eu não conhecia nenhum dos seus amigos, para assim poder perguntar por ela. Fiquei com uma pulga atrás da orelha, pois as únicas pessoas que ela viu foi a mim e ao garoto desmaiado do outro dia.
Não queria fazer falsas acusações, ainda mais sem provas. Mas ele foi o único com quem eu a vi.
Depois que terminei minhas aulas, pulei o ensaio e estava indo para o outro prédio de dormitórios. Queria encontrar alguma coisa, ou alguém, como o Liam. Eu não sei exatamente como ele é, e provavelmente tem vários com esse mesmo nome. Mas eu precisava de pelo menos uma pista de onde Jordan poderia estar.
Não tivemos exatamente uma conversa sobre nós mesmas. Mas seu sumiço me preocupa. Lembro que naquele dia ela parecia um pouco bêbada, o que só fortalece minha preocupação. Somos colegas de quarto, isso é o mais óbvio de se fazer.
O prédio era igual ao nosso, tinha várias pequenas janelas, que davam a vista para o campus. Vejo que a porta de vidro está entreaberta, então eu entro e não vejo ninguém sentado na pequena mesa. As únicas pessoas no pequeno cômodo era eu é um garoto de pele pálida e cabelos longos encostado na parede.
— Procurando alguma coisa? — pergunta, desinteressado, mexendo em seu celular.
Por palpite, eu acho que ele é algum monitor ou algo do tipo.
— Oh, sim... — falo me aproximando. — Uma pessoa, o nome dele é Liam.
Ainda com os olhos no aparelho, ele diz:
— Liam? Qual deles?
— Bom... eu não sei... — ele tira sua cara do telefone e me olha desconfiado.
— Sério? O que exatamente você quer. — ele levanta uma sobrancelha, olhando fixamente para mim.
— Estou procurando minha colega de quarto, Jordan, seu nome. Alguns dias atrás ela trouxe um cara desacordado para cá. Ela e outra pessoa chamada Liam.
— Sim, você está correta. Eles trouxeram o Vinnie algumas noites atrás. — diz calmamente. — Mas ela não ficou aqui, saiu logo pela manhã.
— Você poderia me dizer se ela disse para onde iria? — concentro meus olhos nos dele. Ele nega e se concentra em seu celular novamente.
— Não. Mas Liam ou Vinnie deve saber. O quarto deles é o 52, mas não recomendo bater lá agora...
Eu o agradeço e descarto seu aviso. Precisava falar com algum deles.
Procuro o quarto com o número 52, quando encontro, tem o nome Vinnie e Liam em um pedaço de papel colado. Bato uma vez, duas vezes e nada. Na terceira, escuto uma batida e logo passos apressados.
Meus olhos quase soltam para fora quando um homem de cabelos ruivos aparece na porta, sem nenhuma peça de roupa. Nenhuma mesmo. Meu rosto esquenta e me recuso a desviar meus olhos do seu rosto.
— Espero que seja importante, estava no meio de uma coisa... — é só isso que ele fala ao me ver, com a cara irritada. Nem ao menos se importou em cobrir seu próprio corpo.
— Quem é, Liam? — algum outro cara grita de dentro. Parecia estar respirando com dificuldade.
— Não faço a mínima.
— Poderia se cobrir, por favor? — ele levantou uma sobrancelha, com um sorriso disse:
— Desculpe, ratinha, mas eu estou no meu dormitório.
Ok. Abaixo meus olhos para meus pés e pergunto a ele.
— Poderia me dizer onde Jordan está?
— Perguntou a pessoa errada, não sou eu quem vive comendo ela. — diz irritado.
— O que? — falo confusa, olhando para ele. Ele suspira sem paciência, passando a mão pelo cabelo ruivo.
— Espere aí. — avisa e entra para dentro do cômodo novamente. Escuto uma batida em alguma porta.
Tento me manter parada na porta, esperando, como ele avisou, mas meu corpo não obedece. Sou pega de surpresa quando vejo outro dois homens nus, fazendo sexo oral, enquanto o Liam caminhava para a direção deles.
O que estava com a boca livre, sorriu para mim.
— Eu vou esperar lá fora... — aviso virando minha cara e saindo apressada pela porta. Escuto uma risadinha de um deles é depois um gemido.
Encosto meu corpo na parede do corredor, apoiando minhas mãos no meu joelho. Estava morrendo de vergonha por ter visto aquilo. Não estava preparada e também não esperava que tinha pessoas fazendo sexo às 18:00 da noite.
Escuto passos vindo e fico aliviada por ver um homem vestido dessa vez. Era o mesmo daquela noite, cabelos loiros, olhos mais claros dessa vez. Algumas marcas de sono mal regulado estava em seu rosto.
Quando ele me vê, seu rosto ficou pálido, sem esboçar nenhuma expressão. Apenas seus olhos que fixaram nos meus, sem pensar em desviar.
Meu corpo ficou tenso, querendo sair correndo dali. Desviei meus olhos do seu, abaixando minha cabeça para olhar o chão.
— Amery? — disse ele, me fazendo encará-lo. Em seu rosto havia confusão, como se estivesse em dúvida por me ver ou chateado.
Fiquei confusa, por ele saber meu nome. Mas não o questionei.
— Me desculpe interromper, aquilo... — falo. — Mas eu queria saber onde Jordan está, tipo, você esteve com ela...
— Eu não sei onde ela está. — cospe as palavras, me fazendo o olhar confusa.
— Como não sabe!? — falo sem paciência. — Ela esteve aqui alguns dias atrás...
— Alguns dias atrás... — ele repete. — Ela não está aqui e eu não sei onde ela está, ok? Agora, se me dá licença... — diz se virando para entrar.
— Ei, espere! — grito. Mas ele não se importa, batendo a porta, me deixando sozinha.
Eu bato sua porta frustrada pela sua má educação, mas resolvo não insistir. Não queria ter a mesma vista de minutos atrás ou interromper o sua "ocupação" idiota.
Eu poderia entender por que ele age assim comigo, mas como entender? Nem ao menos trocamos alguma frase normal e ele nem me conhece para querer me tratar desse jeito.
Eu iria confrontar ele, mas antes, eu tenho que encontrar Jordan e perguntar o que aconteceu.
