Todas as lembranças da noite de cinco anos atrás vieram a tona quando Amery entrou dentro do carro. Por um segundo quis gritar, fugir para longe da minha própria mente, quis fugir para longe dela.
Depois naquele acidente, entrar em um carro era o meu maior pesadelo. Passei um ano e dois meses sem entrar em nenhum, preferi ir de bicicleta para todo canto. Mas quando comecei a frequentar a faculdade, meio que fui obrigado a enfrentar esse medo, graças a Jordan e sua persistência.
Pensava que eu já estava pronto, por isso pedi para ela vir comigo, mas assim que seu pequeno corpo se sentou meu lado, toda a minha coragem sumiu, deixando apenas medo. Lutei por uns segundos antes de ligar o carro e o medo de falhar ficou em ombros até chegarmos ao hospital.
Sei que nunca vou me perdoar, nunca vou conseguir olhar para ela sem sentir a culpa em meu corpo, sem sentir que estraguei sua vida e a minha também.
Quando estacionei, algumas horas depois, quase pulei para fora do carro, apressado e com o coração acelerado. Amery notou.
— Você está bem? — perguntou.
— Sim. — falei secamente. — Pode ir entrando, vou logo atrás.
Ela me analisou. Sei que se ela ficar me encarando assim vai acabar descobrindo, então desviei meu rosto de seus olhos.
— Certo. — ela se afastou, indo para a entrada do hospital.
Minha mão estava em meu peito, tentando acalmar a agitação que ali estava. Percebi minhas mãos tremendo, então passei pelo meu cabelo, até não sentir elas trêmulas, afastando todos os pensamentos. Peguei meu telefone e vi uma ligação perdida de Eric, um dos meus colegas do boxe, retornei.
— E aí, cara? Consegui encontrar o cara.
Suspirei aliviado.
— Ótimo, me passe o nome.
— Claro, mas Vinnie, você não quer que eu vá com você?
— Não precisa, Eric. — falei, encostando no carro. — Eu vou resolver isso, vou fazer aquele bastardo se arrepender de ter encostado suas mãos em... você sabe.
— Eu não sei, mas não vou me intrometer, até porquê você já sabe a minha opinião.
— Tanto faz, Eric. — falo sem paciência. Eric é legal, mas ele insiste em evitar confusões, o que é meio irônico.
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Minha Querida Bailarina - Vinnie Hacker
Romance[+17] Amery, criada pelos pais que só se importam com eles mesmo. Uma mãe narcisista e um pai que morreu pelos seus próprios erros. Mesmo crescendo em uma família conturbada e cheia de segredos, Amery viu um porto seguro na amizade de Vinnie, um ga...