Capítulo 68: Beijo do amor verdadeiro.

1K 186 61
                                    

Atravessei a entrada do muro de proteção, sentindo meus tênis deslizarem pelo gelo à medida que eu corria na direção de onde Briar estava caído. Meu coração estava na garganta, enquanto eu via o caos que se formava ao redor, com os colegas de time do Briar brigando com o time rival, tentando chegar até Conwey.

Nathan estava ajoelhado ao lado de Briar, tirando seu capacete e tentando acorda-lo, enquanto alguns outros do time tentavam evitar que chegassem perto demais deles. Mas eu estava logo atrás dos pais de Briar e não me incomodei em empurrar algumas pessoas no caminho pra chegar até ele. Podia ouvir a mãe dele repetindo "de novo não" várias e várias vezes, como se não quisesse acreditar naquilo.

Parei ao lado da mãe dele, que estava puxando o celular para ligar para ajuda. Havia uma equipe médica no jogo, mas não acho que eles poderiam fazer muito por Briar naquele momento. O pai dele estava abaixado ao lado de Nathan, tocando o rosto de Briar e vendo o estado dele.

Senti as lágrimas borbulhando nos meus olhos, antes de me aproximar e me abaixar ao lado dele, tocando sua mão coberta pela luva. A expressão profunda e longe, da mesma forma que estava quando ficou em coma. Aquilo me tirou o ar, porque era como estar voltando no tempo. Nathan me ajudou a colocar a cabeça dele no meu colo, enquanto a esquipe médica se aproximava e checava como ele estava.

—Por favor, acorda. —Sussurrei, passando a mão nos cabelos dele, ignorando todo mundo ao redor.

As lágrimas escorriam pelas minhas bochechas, enquanto eu via a preocupação exposta no rosto de todo mundo. Nathan estava imóvel, encarando Briar de uma forma que parecia nem estar respirando. Abigail estava dentro do gelo, mas afastada o suficiente, com o rosto escondido no peito de Julian, como se não quisesse ver aquilo acontecer de novo.

—Você... —Olhei por cima do ombro, vendo o pai de Briar caminhar a passos decididos na direção de Conwey. Não acho que Conwey se importasse muito, mas ele teve a decência de parecer com medo ao ver a fúria no rosto dele. —Pode dar adeus a sua carreira no hóquei, rapaz. Se depender de mim, você nunca mais vai pisar no gelo de novo.

Conwey abriu a boca para retrucar, mas alguém o puxou para fora do gelo, como se a situação dele já estivesse ruim o suficiente. Voltei minha atenção para Briar, fechando meus olhos com força, enquanto engolia o nó que havia na minha garganta. Apertei com força a mão dele, tocando seu rosto com cuidado com a outra mão.

Soltei uma respiração fraca, antes de fechar meus olhos e me inclinar sobre Briar. Senti minhas lágrimas escorreram e pingarem nas bochechas dele, antes de nossos lábios se encontrarem. O beijei da forma mais carinhosa e leve que conseguia, sentindo meu coração se partir em milhares de pedaços.

Quando me afastei, mantive meus olhos fechados, enquanto meus lábios se apertavam com força. Um frio surgiu na minha barriga quando senti a mão dele se fechar ao redor da minha. Dessa vez eu não a soltei e sai correndo. Dessa vez eu a segurei com ainda mais força, abrindo os olhos para encara-ló.

Os olhos azuis de Briar estavam sobre mim, parecendo carregados de várias emoções diferentes. Escutei um coro de gemidos de alívio, enquanto minhas lágrimas ficavam mais fortes, em vez de parar. Não sabia se estava sonhando ou se aquilo estava mesmo acontecendo, só esperava não acordar.

Nathan e eu o ajudamos a sentar, antes da mãe de Briar se ajoelhar e o abraçar apertado. Fiquei quietinha enquanto ele tentava acalma-la, já que ela parecia estar tendo um ataque de ansiedade naquele momento. Logo o pai dele e Abigail se juntaram aos dois, enquanto eu e Nathan trocávamos um olhar demorado.

—Eu estou bem. Não precisam se preocupar. Eu estou bem. —Briar repetiu algumas vezes, enquanto tentava acalma-los. —Eu só bati a cabeça, mas eu estou bem.

—Pare de nos assustar desse jeito! —A mãe dele exclamou, parecendo furiosa dessa vez. —E daqui pra frente você vai tomar cuidado e parar de ser imprudente.

—Tudo bem, mãe. Fique calma. —Ele deu um beijo na bochecha dela, enquanto eu ficava de pé, o observando fazer o mesmo, com os olhos procurando por mim. —Deixem eu dar um abraço na minha garota. Ela parece um pouco assustada.

—Um pouco? —Eu ri, negando com a cabeça, enquanto lançava um olhar afiado na direção dele.

Briar riu, dando de ombros, antes de me puxar para um abraço apertado. Afundei o rosto no peito dele, tentando controlar minhas lágrimas, enquanto sentia seu calor me envolver. Briar me apertou por vários minutos, até nós dois começarmos a ouvir o time comemorando a vitória, assim como a torcida nas arquibancadas.

—Eu disse que íamos vencer e ia ficar tudo bem. —Briar sussurrou no meu ouvido, me fazendo estremecer dos pés a cabeça. Afastei um pouco o rosto para olhá-lo, sentindo meu coração prestes a transbordar do que eu tinha certeza que era amor.

—Mas você disse que ia sair correndo bate onde eu estava pra me beijar. —Afirmei, sentindo meu rosto esquentar ao vê-lo abrir um sorriso malicioso enorme. —Quase matar todo mundo do coração não estava incluído nisso.

—Me desculpa pelo meu erro. Prometo que isso não vai mais acontecer. E sobre o beijo... —O rosto dele se inclinou para perto do meu, enquanto meu coração disparava com a ideia de que ele me beijaria. —Posso resolver isso agora mesmo.

Fechei meus olhos quando senti a respiração de Briar contra os meus lábios, sabendo que estava prestes a ser beijada na frente dos pais dele e de todo mundo da universidade, mas não estava nem um pouco preocupada com isso. Só que antes que Briar acabasse com o restante do espaço, fazendo meu coração dar uma cambalhota no peito, escutamos alguns gritos e murmúrios de confusão de quem estava ao nosso redor.

Eu e Briar nos afastamos ao mesmo tempo, vendo Victor e Millie correndo pelo meio das pessoas, tentando desviar delas enquanto gritavam para saírem do caminho. Briar e eu trocamos um olhar intenso, como se estivéssemos pensando a mesma coisa. Podia sentir meu coração se entalar na minha garganta à medida que Victor corria diretamente na nossa direção.

—Você descobriu. —Briar afirmou, assim que Victor chegou até nós. Ele balançou a cabeça afirmativamente, abrindo a boca para dizer algo, antes de se inclinar e escorar as mãos nos joelhos, parecendo estar quase desmaiando ao puxar o ar com força.

—Acho que vocês não vão ficar tão surpresos assim. —Millie parou atrás de Victor, com os lábios repuxados para o lado em indignação.

—Foi a Heather D'Angelo. —Victor exclamou, antes de apontar na direção que a líder de torcida estava.

—Como é que é? —Soltei, sentindo o sangue subir para o meu rosto quando Victor repetiu.




Continua...

Como conquistar Briar Harding / Vol. 5Onde as histórias ganham vida. Descobre agora