Capítulo 55: Em casa a gente conversa.

937 189 33
                                    

Briar Harding

As coisas estavam saindo do controle muito rápido. Estava pronto para dar um soco na cara de Conwey por tocar em Jasmine, quando ela o imobilizou com a mão torcida atrás as costas, fazendo o jogador de hóquei muito maior que ela gritar de dor. Acho que todo mundo ficou surpreso, mas nada iria superar a expressão surpresa e assustada de Jasmine quando se deu conta do que tinha feito.

—Puta merda, você está me machucando! —Conwey gritou, gemendo de dor enquanto tentava se soltar do golpe que Jasmine tinha dado nele. —Me solta sua maluca!

—Então não me toque! —Jasmine retrucou, antes de soltá-lo, tropeçando na minha direção com os olhos arregalados e as bochechas vermelhas. Ergui minhas sobrancelhas quando ela me encarou, parecendo muito constrangida. —Eu fiz aula de autodefesa.

—Compreendo. —Foi o que consegui dizer, puxando-a para perto de mim, enquanto Conwey se recuperava e olhava pra nós dois com os olhos queimando de raiva.

Acho que ele estava muito constrangido por ter sido imobilizado por Jasmine, porque sem dizer uma palavra ele virou as costas e foi embora, o que fez seus amigos tomarem o mesmo rumo depois de lançarem olhares desagradáveis sobre nós. Jasmine se encolheu contra mim, enquanto um silêncio estranho se instalava entre nós, já que o restante do bar tinha começado a sussurrar sobre o que tinha acontecido.

—Sabe, acho melhor a gente dar o fora daqui. —Millie afirmou, depois do que pareceu um minuto muito longo. —Vou ligar para o Nathan.

Ela puxou o celular, enquanto Victor pagava nossa conta. Segurei a mão de Jasmine e seguimos até a saída em silêncio. Ela parecia sem graça, enquanto minha irmã estava silenciosa e inexpressiva, bem diferente de Julian que soava mais do que frustrado. Soltei um suspiro pesado quando paramos na calçada, me virando para encarar Jasmine.

—Me lembre de nunca irritá-la. —Comentei, vendo os lábios dela se repuxarem em um sorriso fraco. —Gostei do que fez. O deixou sem palavras, a ponto dele ir embora.

—Ele é só um mimado idiota. —Jasmine deu de ombros, cruzando os braços na frente do peito, olhando para qualquer lugar, menos pra mim.

—Bem, pelo menos eu venci na sinuca. —Afirmei, tentando deixar o clima mais leve, observando Jasmine girar o rosto para me encarar com uma expressão incrédula.

—Não venceu, não. —Rebateu, do jeito que eu esperava que fizesse. —A gente não chegou a terminar de jogar, então ninguém venceu.

—Não tenho culpa se Conwey atrapalhou. Mais nós dois sabemos que eu iria vencer. Eu estava na frente. —Afirmei, tentando soar o mais inocente possível, porque tinha passado nossos momentos do jogo tentando desestabilizar Jasmine e tinha funcionado melhor do que eu esperava. —Então você me deve algo.

—Não vou fazer nada pra você, se insistir naquele jogo ridículo que Conwey te convenceu a entrar. —Jasmine ergueu o queixo, enquanto eu escutava Abigail rir perto de nós, deixando claro que estava ouvindo e que estava do lado de Jasmine.

—É só um jogo, Jas. —Suspirei, porque não queria discutir com ela sobre isso.

—Se é só um jogo, por que você precisa dar esse gostinho a ele? —Ela ergueu as sobrancelhas, me desafiando a respondê-la. O que ela e Abigail não entendiam eram os meus motivos de fazer isso. Não era pela vitória. Não era por Conwey. Era por mim mesmo. Porque não pude comemorar aquela taça como deveria.

Como conquistar Briar Harding / Vol. 5Onde as histórias ganham vida. Descobre agora