Como conquistar Briar Harding / Vol. 5

Capítulo 25: Banco de reserva.

Victor e Julian me encararam como se eu estivesse começando a ficar louco. Eu realmente estava, porque não conseguia parar de pensar nela e isso era um problema. Eu não podia simplesmente esquecê-la e fingir que nada aconteceu. Se o fato de ela ir no hospital todo dia não fosse motivo o suficiente, nosso encontro na festa era o que restava para que eu tivesse certeza que queria encontrá-la.

—E o que você pretende com isso? —Julian ergueu as sobrancelhas, cruzando os braços na frente do corpo. —Ir no hospital todos os dias esperando encontrá-la?

—Por que não? —Dei de ombros, deixando a carta sobre minha escrivaninha, antes de ir me sentar na ponta da cama. —Podemos ter como base os horários que ela ia me visitar, quando ninguém estava lá comigo. Talvez exista um horário que se sobressaia mais do que os outros.

—Acho que ele acordou com um parafuso a menos. —Julian se virou para Victor, murmurando aquilo com uma voz baixa, mesmo que eu fosse capaz de ouvir. Revirei os olhos, desejando jogá-lo pela janela.

—Sim, estou pensando seriamente em hackear o cérebro dele para encontrar onde está o problema e resolver. —Victor concordou, me fazendo bufar e revirar os olhos uma segunda vez, antes de ficar rígido sobre a cama, com uma luz se acendendo na minha cabeça.

—É claro, como eu não pensei nisso antes? —Exclamei, ficando de pé, assustando os dois com minha mudança repentina.

—Pensou no que? —Victor fez uma careta, lançando um olhar de canto dos olhos para Julian, como se achasse mesmo que eu estava com algum problema. Não me importei com isso, porque o sorriso no meu rosto era simplesmente enorme.

—Quando eu estava saindo do hospital tentei falar com eles pra me deixarem ver a câmera de segurança dos corredores, pra saber quem estava me visitando. Mas eles não permitiram, porque isso ia contra as regras de segurança do hospital. —Afirmei, me aproximando de Victor e o segurando pelos ombros, sem conseguir parar de sorrir. —Mas eu esqueci completamente que você pode fazer isso.

—Eu? —Victor apontou para si mesmo e eu balancei a cabeça positivamente de forma frenética. —Quer que eu invada o sistema de segurança do hospital para ver as imagens das câmeras?

—Claro, não é como se você já não tivesse feito isso um milhão de vezes. —Falei, vendo-o soltar uma risada nervosa, tirando minhas mãos dos ombros dele.

—Eu posso fazer, já que você está tão maluco por essa garota. Mas se eu for preso você vai pagar minha fiança, entendeu? —Victor bateu a mão em punho no meu peito, como se para deixar claro aquela última parte. —Me de um dia ou dois. Enquanto isso, faça sua pesquisa de horários pra saber mais ou menos quais eram os que ela mais costumava ir visitá-lo. Isso vai ajudar.

—Com o maior prazer. —Afirmei, sentindo que agora era questão de tempo até eu ter o nome dela.

[...]

Abri a porta de casa. Da casa dos meus pais, dessa vez. Os jantares em família tinham se tornado frequentes depois que eu acordei. Era uma forma de os dois sentirem que a família estava reunida de novo, depois de todo o caos dos últimos meses. Mesmo que me sinta sufocado, não posso ficar chateado com meus pais por isso. Eles realmente mereciam um pouco de paz.

—Ah, você chegou bem na hora. —Meu pai sorriu assim que me viu entrar, deixando o notebook de lado para vir me dar um abraço. —Como está se sentindo?

—Ótimo. —Falei, indicando o notebook no sofá. —Qual as novidades?

—O mesmo de sempre. Muitas matérias sobre você ter acordado e como todos achavam que nossa família é amaldiçoada. —Meu pai fez uma careta, enquanto eu soltava uma risada. —Logo eles esquecem da gente e nós deixam em paz. Mas e você, falou com o treinador?

—Virei banco de reserva. —Abri um sorriso forçado, vendo os ombros do meu pai caírem, como se ele não estivesse esperando por isso. —Pois é, sinto muito por isso, pai. Ele não acredita que eu esteja bem o suficiente pra voltar a jogar agora.

—Eu que sinto muito, Briar. Sei que estava ansioso para voltar ao gelo. —Meu pai apertou meu ombro, balançando a cabeça negativamente. —Mas as coisas vão se acertar com o tempo. Tenha paciência.

—Eu sei. —Falei, tentando não demonstrar que me importava muito com isso, mesmo que na hora que recebi a notícia do treinador tivesse sido como um balde de gelo jogado sobre a minha cabeça.

Tinha passado o restante da manhã de mau humor, querendo matar Conway por ter me colocado nessa situação. Por sorte, ele também não estava jogando, ou eu ia começar a pensar que o mundo estava sendo muito injusto comigo. Ainda achava que iria me encontrar com Conway no gelo de novo, e dessa vez eu iria estar pronto para enfrentá-lo.

Não queria deixar meus pais mais preocupados do que já estavam. Eu sabia que as coisas iam se ajeitar com o tempo, até porque eu não iria desistir até ter meu lugar no hóquei de volta. Eu não era aquele que ficava no banco esperando uma chance, eu era o que estava na frente do time, segurando o taco de hóquei e fazendo as coisas acontecerem.

—E a garota? —Meu pai indagou, me pegando de surpresa, porque nem ele e nem minha mãe tinham falado disso desde que saí do hospital. Na verdade, eu estava evitando falar sobre isso com eles. —Abby disse que você encontrou ela na festa e os dois conversaram, mas que você ainda não sabe quem ela é.

—É, não consegui a reconhecer por causa da fantasia e ela também não quis me dizer seu nome. —Dei de ombros, sem conseguir evitar sorrir, porque tinha certeza que Victor iria resolver essa questão pra mim. —Mas não tem problema. Como você mesmo disse, pai, as coisas vão se acertar com o tempo. Tenho certeza que logo vou encontrar com ela de novo.

E dessa vez ela não teria como se esconder e eu também não a deixaria fugir.

Continua...
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Sei que vcs estão muito ansiosas pro momento que o Briar descobrir que é a Jas. E eu estou tentando acelerar a escrita pra esse momento chegar logo, mas ainda temos algumas coisas pra acontecer antes disso. Eu só queria dizer que vcs não vão se arrepender de esperar, porque eu já tenho a cena toda na minha cabeça (pela visão do Briar, óbvio) e acho q vai ser uma das melhores cenas do livro, se não for a melhor!