Capitulo 55

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Amanda Meirelles

A gravidez desperta ainda mais meu lado sensível me fazendo chorar e me emocionar por qualquer coisa. Mas além disso, o que estava acontecendo naquele momento não era qualquer coisa.

Era o homem o qual eu amo, pai do meu filho, bem a minha frente sem nenhuma mascara ou ferradura de esconderijo, totalmente aberto pra me pedir desculpas e dizer que me amava. 

Realmente não tem coração que agüente.

Por mais que eu quisesse não ceder, esperar um pouco mais, da voz a minha insegurança que gritava dizendo que ele mentiria de novo, que na verdade ele já estava mentindo, ao dizer que me amava. Eu simplesmente não consegui.

Seus olhos transmitem verdade e eu não consigo duvidar disso.

Sinto seu toque em minha barriga e mesmo sendo sob o tecido do vestido, sinto minha pele arrepiar e meu coração acelerar.

-Tem certeza disso? Não se pode mentir pra uma grávida. –Falo sorrindo sem jeito.

-Eu não mentiria nem se você não estivesse carregando o outro amor da minha vida, muito menos com você carregando, Amanda.

Antes que eu consiga falar mais alguma coisa, sinto suas mãos me trazer pra perto e no segundo seguinte, seus lábios tocam os meus.

Me entrego ao beijo sentindo as borboletas voltarem a voar em meu estomago, meu coração acelerar e uma sensação de voltar para meu lar me atingir. Não tem como fugir, Antonio é o homem da minha vida.

Assim que nos separamos passamos alguns segundos com as testas colocadas e as respirações em um sincronismo absurdo.

-Eu senti tanta a sua falta, tanto medo de te perder. Por favor, não foge nunca mais. –Ele suplica me fazendo sorrir

-Por favor, não me deixe fugir nunca mais. –Volto a lhe abraçar apertado e assim ficamos por alguns minutos.

-Não vou deixar. –Ele sussurra em resposta.

*

Passados alguns minutos, sentamos a mesa para jantar e logo um garçom vem nos servir.

-Como você veio parar aqui? –O indago curiosa.

-Fred. Depois de expressar sua imensa vontade de me matar, ele decidiu me ajudar. Nisso ele falou que havia sugerido que você viesse para cá, para fugir um pouco da loucura do Rio de Janeiro, do dia a dia na academia, das fofocas que poderiam rolar por lá, enfim, de tudo isso. E aí ele falou que era melhor que eu deixasse pra falar com você aqui, com mais calma, depois que sua raiva tivesse amenizado.

-Fred sendo Fred. –Respondo rindo.

-Ele me falou que você foi ao medico, viu o bebê... –Ele fala com um tom de voz baixo e olhar perdido, percebo seu desconforto.

-Sim. Eu precisava da autorização medica para viajar de avião e precisava saber se estava tudo bem com o bebê também.

-E está?

-Sim. O medico disse que ele tá se desenvolvendo perfeitamente e daqui a pouco a gente vai até conseguir saber qual o sexo dele.

-Será que na ultrassom pra descobrir o sexo, eu posso ir? –Preciso sua voz falhar.

-Claro que pode, Antonio. –Respondo segurando sua mão e atraindo seu olhar para mim. –Se você quiser, amanhã mesmo podemos procurar um obstetra na cidade e fazermos uma ultrassom para que você possa ver o bebê. –Seu sorriso se alarga no exato momento que ele me escuta falar isso.

-Sério?

-Claro que sim, lindo. É seu filho, quero que você participe de tudo dessa fase mágica.

-E eu quero participar de tudo. Absolutamente tudo, até mesmo dos momentos difíceis. Quero estar ao seu lado quando você estiver vomitando a noite, ou com dor, no momento do parto, em tudo, Amanda. Tudo.

-Você vai estar, até porque, é muito importante pra mim que você esteja. Você sabe que eu não esperava por essa gravidez agora, por mais que eu quisesse ser mãe, esse era um sonho distante.

-Mas Deus quis que fosse agora e a gente vai aproveitar isso, certo?

-Certo. –Sorrio e ele beija minha mão.

-Já parou pra pensar o quanto o pessoal da empresa vai comentar? Todo mundo vai falar que eu to te dando o golpe da barriga.

-Já parou pra pensar que a gente não depende deles pra nada? Nenhum deles tem nada a ver com nossa vida não, Amanda. Deixa eles falaram.

-Eu queria pensar assim, mas eu sei que no primeiro comentário negativo, eu vou ficar triste e eu tenho medo que isso afete o nosso filho, os três primeiros meses são sempre complicados. Tenho medo de não ser forte o suficiente para proteger o nosso bebê.

-Você não estar sozinha nessa, amor. Eu vou tá do seu lado em tudo e pra melhorar, podemos ficar por aqui pelos próximos dois ou três meses.

-Sério?

-Claro que sim. É uma cidade diferente, ninguém nos conhece e a Team Figueiredo vai abrir uma filial aqui, eu fico para acompanhar todo o processo administrativo e você a parte medica.

-E a recuperação do seu joelho? Você precisa se recuperar pra conseguir voltar a lutar.

-Eu só vou voltar a lutar quando o nosso filho tiver 1 ano e cinco meses. Quero aproveitar cada segundo da sua gravidez e dos primeiros meses de vida dele.

-Sério?

-Para de me perguntar se é serio, claro que é. 

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