Capítulo 26

755 83 63
                                    

Antonio Cara de Sapato

Minha cabeça estava a milhão, nem minha medicação extra, foi capaz de me fazer parar de pensar em tudo que estava acontecendo e não querer surtar.

Mas a Amanda com um simples sorriso e uma conversa fiada, consegui.

Em meio a muitas risadas viemos conversando o resto da viagem.

No aeroporto, Beta já estava nos esperando da Maria, minha sobrinha.

-Você já conhece a Maria? –Indago a Amanda enquanto caminhamos nos aproximando das duas.

-Não. Ela é filha do Mário né?

-Isso.  –Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, minha mini versão feminina me abraça com empolgação.

-TITIOOO!

-Oi, meu amor! Que saudades de você. –Respondo soltando a mala e abraçando seu corpo.

-Eu também tava com muita saudades de você, nem acreditei quando a mamãe disse que você tava vindo.

-Eu vim lhe buscar né? Ou tá pensando que vai ficar aqui e perdendo aula? –Falei um pouco mais sério e lhe soltando.

-Eu preciso ficar com a vovó, a matéria da escola depois eu recupero. O tempo com a vovó talvez não tenha como.  –A pequena me falou triste.

-Ei, vai dar tudo certo! Ainda teremos longos anos ao lado da vovó. Agora vamos que eu estou exausto.

-Oi. –Antes de voltar a caminhar, a pequena direcionou seu olhar para a Amanda que sorria encantada. –Meu tio não me apresentou, mas eu posso me apresentar. Prazer, eu sou a Maria, sobrinha predileta do meu tio e a mais linda também. Prazer!

-Oi, Maria! Prazer em lhe conhecer, você é realmente muito linda. –Amanda comenta lhe abraçando e enfim caminhamos em direção ao carro onde Beta nos esperava.

*

O exagero da Dona Wilma quando decidiu construir essa enorme mansão em João Pessoa nesse momento foi útil, pois todos conseguimos ficar hospedado em casa, sem precisar quebrar cabeça com hotel.

-A onde a mamãe está? –Indaguei meu irmão assim que guardei as malas.

-No quarto. Hoje ela acordou um pouco molinha, mas tá bem animada com sua chegada. Pergunta a cada cinco minutos se você já chegou. Acho que sua presença vai fazer bem a ela.

-E o quadro clinico dela, como está?

-Na mesma. –Ele confessa soltando um suspiro cansado e eu o abraço. 

Assim que me desprendo do abraço do meu irmão, viro meu olhar em direção a porta aberta, encontrando Amanda parando nos encarando com um sorriso no rosto.

-Desculpas! Eu não queria atrapalhar, só vim perguntar se você tá precisando do meu carregador ainda. –falou um pouco sem jeito.

-Não. Tá aqui, mais tarde eu vou comprar um pra mim. –falo entregando o carregador dela que estava em minhas mãos. –Estou indo ver minha mãe, quer ir comigo?

-Acho melhor não. Ela nem me conhece e aposto que deve ta querendo um tempo a sós com o filho dela.

-Voce não conhece a dona Wilma, Amanda. Conhecer pessoas nova alegram o dia dela e ela tava ansiosa pra te conhecer, vai lá com o Juninho. Tenho certeza que ela vai adorar.

-É, o Dindinho tem razão. –Completei. –Vamos?

-Se vocês estão falando, né? Vamos.

-É muito estranho você e seu irmão dois homens enormes se tratando no diminutivo. –Ela falou rindo, tentando puxar assunto enquanto irmos para o quarto de minha mãe.

-A gente sempre se tratou assim e as outras pessoas acompanham. Menos você que ainda me chama de Antonio.

-Você ainda é meu chefe, Senhor Figueiredo.

Reviro os olhos sem responder, pois já estávamos na porta do quarto da minha mãe. Dou duas batidas na porta e logo a enfermeira que cuida dela, abre a porta.

-Bom dia! O Senhor deve ser o Juninho, acertei? –A bela morena me encara sorridente.

-Isso. Posso entrar?

-Claro. Sua mãe está ansiosa para lhe ver. –Ela responde abrindo a porta e me dando espaço para passar junto a Amanda que ela cumprimentou rapidamente. 

-Meu amor, que bom que você chegou. Não queria ir embora sem lhe ver. –Ela fala empolgada e eu corro pros seus braços.

-Não fala assim mamãe, você ainda vai viver muito tempo.

-Quem me dera, Júnior ! –Ela se desfaz do abraço e encara a Amanda, que está em pé ao lado da cama. –Essa é a mãe dos meus futuros netos?

Amanda automaticamente fica vermelha igual um tomate e eu sei que ela deve estar morrendo de vergonha.

-Calma, minha linda! Eu só estou brincando. Roberta me falou que você é a fisioterapeuta dele que viria o acompanhando para que ele não viajasse sozinho e não interrompesse o tratamento.

-Oi Sra Wilma, prazer em conhecer. Me chamo Amanda, fisioterapeuta do Antonio, como já falado a senhora.

-Ela é sempre assim, tão formal? –Minha mãe me indaga sussurrando em minha direção e eu assinto sorrindo. –Senhora está no céu, meu amor. Eu ainda não estou lá, pode me chamar só de Wilma.

-Perdão, Wilma!

-Fique a vontade, minha linda. É um prazer lhe receber em minha casa e um grande alivio saber que meu filho está sendo cuidado por alguém como você. Seus olhos não negam a pessoa incrível que você é. Espero que der tempo criarmos algumas memórias juntas ainda.

-Com certeza dará, Wilma. E será um prazer imenso para mim.

Demorei mas chegue! Volto com 55 comentários! Espero que estejam gostando.

love and hate Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora