Capítulo 04

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Antonio Cara de Sapato

Voltar para o Brasil parecia a melhor opção no momento.

Impossibilitado de treinar, eu precisava focar minha atenção em algo.

Então decidi voltar para o meu país, acompanhar de perto minha academia, me cuidar e investir mais no ramo de influencier também.

Preso no transito do Rio de Janeiro, verifico a mensagem da Cecília assim que paro em mais um sinal.

Detesto me atrasar, mas o transito do Rio não me ajuda.

Assim que adentro no prédio, escuto o meu telefone tocar e vejo o nome do Fred, meu melhor e empresário aparecer na tela do celular, eu sabia que viria sermão.

"Oi, Fred!"

"Tá querendo destruir sua imagem, irmão?"

"Não. Apenas querendo aproveitar a única coisa que me resta."

"A única coisa que te resta, Sapato? Você tem a porra de uma empresa imensa te dando lucro, vários contratos de publicidade para ser fechado e daqui a pouco volta a lutar. Sério que você vai querer acabar com sua imagem por birra de menino mimado? "

"Birra de menino mimado? Eu to sem conseguir fazer o que eu mais amo na vida, Fred. E não posso nem sair pra curtir com algumas mulheres?"

"Pode, claro que pode. Mas seja discreto, porra!"

"Ah, vai se fuder, Fred." –falei ainda mais irritado do que eu já estava.

Quem esse filho da puta pensa que é pra querer mandar na minha vida?

Caminho firme indo diretamente para a sala de fisioterapia, onde alguém me aguardava pra me fazer sentir e me lembrar que eu não posso lutar, por conta da porra dessa lesão.

Assim que abro a porta, encontro Cecília e uma loira gargalhando de algo.

-Não sabia que a sala de fisioterapia havia virado centro de fofoca. –falei adentrando ao ambiente.

-Oi, chefinho.

-Oi, Cecília. Não era pra você está trabalhando nesse momento? Contratou a loirinha aí para trabalhar ou para bater papo com você?

-Sapato? –Me olhou incrédula. Talvez eu tenha sido rude demais.

-Não vem me alugar também. Me da licença que eu preciso começar logo essa tortura para acabar logo. –caminhei até a marca me deitando nela.

-Tudo bem. Depois conversaremos. –saiu batendo a porta.

Após alguns segundos de silencio, a loira se aproximou tocando os meus joelhos, ainda sem falar nada e permaneceu assim por boa parte do tempo.

Poucas vezes tive o prazer de ouvir sua voz, pois ela se mantinha o tempo inteiro em silencio e concentrada no que estava fazendo.

Dirigindo a palavra até mim pouquíssimas vezes. Talvez pela maneira que eu falei com ela a minutos atrás.

-Pronto, Sr Antonio. Por hoje terminamos. –falou seca, caminho até a mesa e pegando sua bolsa
.

Sentei-me na maca a encarando. Tão linda. Seus cabelos presos em um coque meio despojado, suas roupas bem sociais, sua pele lisinha, perfeitinha e seu corpo muito bem desenhado. Talvez coberto demais.

-Amanda? –a chamei antes de tocar a maçaneta da porta e a vi se virar surpresa.

-Oi. Posso ajudar o Sr em algo mais?

-Desculpe-me pela...

-Não se preocupe. O Sr está coberto de razão. Eu estou sendo paga para trabalhar e era isso que eu deveria está fazendo. O Sr não precisa se preocupar que a cena que o Sr presenciou hoje, nunca mais irá se repetir. Com licença!

Saiu sem me deixar responder. Filha de uma mãe!

Pego o meu celular e decido da uma conferida nas redes sociais. Ao entrar no instagram, vejo que talvez o Fred tenha razão.

Minha foto e a foto beijando a influenciadora que eu acabei de descobrir que é casada,  está exposta em tudo que é perfil de fofoca. E os comentários não são nada positivos.

Droga! O que eu to fazendo da minha vida?

Caminho até a sala de Cecília, já me preparando para o sermão que irei escutar dela também.

Cecília estava com os olhos presos no notbook e nem se quer os desviou ao me ver entrar. Permaneceu estática.

-Vai, pode começar a falar. –sentei-me na cadeira a sua frente.

-Falar o quê exatamente? –me indagou com a voz fria, ainda sem me olhar.

-Eu sei que sua língua tá coçando pra me dá um sermão. Pode começar, to aqui pra ouvir.

-Sapato, eu não tenho nada pra te falar. Você já é um adulto, sabe o que faz. Eu não preciso tá te corrigindo o tempo todo. Se você achar quer se tornar um cara que além de ficar conhecido pela mídia por ser amante, viver metido em polemicas, participar de ménages, essas festinhas fúteis, também é bacana ser um babaca, arrogante que destrata os funcionários, vai em frente. Só não me procura quando estiver sozinho.

Contrario do Fred, Cecília sabe exatamente como me atingir. E não foi diferente dessa vez, sua palavras me atingiram de uma maneira cruel.

-Desculpa. A porra dessa lesão tá mexendo com a minha cabeça. Eu sinto que eu to me perdendo de mim. Olha pra mim Cecília.

-Aqui é lugar de trabalhar, não de bater papo. Se me dá licença, eu preciso trabalhar. Eu não to afim de ser chamada atenção de forma arrogante de debochada mais uma vez.

Tia Ceci nunca erra né?

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