Antonio Cara de Sapato
No dia seguinte pela manhã bem cedo, pegamos a estrada em direção a cidade que Honório havia nos informado que Helena morava.
A cidade era bastante distante da capital do estado, mas tudo ao lado da Amanda se tornava prazeroso para mim, inclusive dirigir por quase seis horas.
-Acho que estamos chegando.
-Já chegamos na cidade em que Honório disse né?
-Sim. Agora só mais uns minutos de estrada para chegarmos á fazenda.
-Como você tá? –falou colocando a mão na minha nuca e iniciando um carinho na região.
-Não sei explicar. É uma mistura de ansiedade, medo, tristeza, alegria. Meu coração tá batendo tão forte.
-Eu acredito. Mas vai dar tudo certo, tá? E eu to aqui com você, não se esqueça.
-Obrigada, Amanda. De verdade!
*
Em poucos minutos chegamos na entrada da fazenda, exatamente aonde Honório havia falado.
-Acho que chegamos! –Encaro ela entrelaçando nossas mãos na intenção de me acalmar um pouco.
-Acho que temos que descer e tentar localizar alguém que possa abrir para entrarmos.
-Fica aqui no carro, eu vou lá sozinho.
-Eu posso ir com você.
-Melhor eu ir sozinho. Não quero te colocar em risco. –Ela somente sorrir, não me contrariando.
Desço do carro e caminho em direção a porteira de madeira, de longe consigo avistar dois cavalos vindos em nossa direção.
-Opa, como eu posso ajudar o senhor? –O modo de falar do rapaz era bem diferente, com um sotaque gostoso de ouvir.
-Oi, boa tarde. Gostaria de falar com a Helena, ela se encontra?
-O que você deseja com ela? –ele me encara sério.
-Seria assunto pessoal, será que eu poderia entrar pra falar com ela?
-Não. Ela não pode receber visita de estranhos. – Ele fala fazendo menção de sair.
-Ei? Espera! –Grito desesperado e a moça que antes estava um pouco distante se aproxima.
-Julio, não fala assim com o moço. –A menina se aproxima irritada. –Liga pra ele não, moço. Julio é mal amado mesmo. A porteira tá aberta, pode entrar.
-Você vai deixar um desconhecido entrar na sua casa Lica? E se ele for um bandido?
-Ah claro! Um bandido iria pedir permissão para entrar e assaltar né? Para de ser abestado, Julio. Pode entrar moço, não liga pras asneiras que esse maluco fala não.
-Julio, né? –Encaro o rapaz a minha frente com uma cara de poucos amigos e ele assente contra seu gosto. –Olha, pode ficar tranqüila que eu não sou bandido e nem nada do tipo, eu realmente só preciso falar com a Helena e pode ficar tranqüilo que eu sou incapaz de fazer mal a alguém.
-A Lilian já autorizou sua entrada, fique a vontade. –Ele se limita a dizer e sai.
-Não liga pra ele, pode entrar. Guio você até a casa da Helena.
-Obrigado!
Retorno para o carro, ainda mais aflito, com medo da maneira a qual seria recepcionado.
-E aí?
-Ela vai no guiar até a casa da Helena. Amanda?
-Hum?
-Você acha que ela pode não querer falar comigo? Sei lá, eu a ignorei uma vez, ela pode querer fazer o mesmo.
-Claro que não. Para de criar paranóia na sua cabeça, vamos logo!
Sem responder, somente dou partida no carro.
Dirijo por alguns metros, até chegar em uma grande casa, onde a moça que me recebeu parou. Existia uma seqüência de outras casas ali perto também.
-Pode descer, é aqui. –Grita ainda em cima do cavalo.
-Vai dar tudo certo. –Amanda sussurra e me da um beijo rápido.
-Dona Helenaaa! –Escuto seu grito enquanto saímos do carro.
-Oi, meu amor! –Escuto uma voz vindo de dentro da casa e me coração acelera ainda mais.
-Visita para a senhora.
-Já estou indo. Só um momento.
-Prontinho. Eu vou indo, mas pode ficar a vontade aí, já ela sai viu?
-Tá bom. Muito obrigada! –Me despeço e logo ela sai em seu cavalo.
Amanda se mantém encostada no carro e eu de frente pra ela, enquanto tentava me acalmar.
-Antonio... –Amanda sussurrou com o olhar fixo na entrada da casa e eu me virei curioso.
Assim que meus olhos encontraram o da mulher a minha frente, eu paralisei. Em minha mente passava inúmeras coisas, meu coração saltava do peito e eu sequer conseguia me mover.
-Eu devo tá sonhando. –A mulher a minha frente fala buscando apoio em algum lugar. –É você mesmo? –Somente assinto sentindo a primeira lagrima escorrer por meu rosto.
Helena corre em minha direção, me envolvendo em seus braços e me causando uma sensação que eu jamais havia sentido antes.
-Meu Deus! Eu só posso está sonhando. –Ela diz emocionada com o rosto banhado de lagrimas, assim como o meu. –É você mesmo? O meu menino. Eliás! O meu menino! –Ela grita parecendo extremamente feliz.
-Me perdoa por não ter te procurado antes. –falo com a voz embargada e a abraço novamente. –Me perdoa por no dia em que você me procurou, eu não ter te escutado. Eu sei que tudo poderia ser diferente.
-Tá tudo bem! O importante é que você está aqui. –Passamos mais alguns longos minutos abraçados. O único barulho escutado, era do nosso choro.
Após um tempo, nos afastamos um pouco e ao abrir os olhos, consigo ver que a varanda da casa já tinha outras pessoas que nos encaravam também emocionadas.
Perdoem o sumiço. Dias difíceis para a autora, mas tenho tentado me manter presente, não desistam de mim não! 🫶🏻
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love and hate
言情Antonio Carlos Monteiro Figueiredo Junior, também conhecido como Cara de Sapato. Lutador famoso, empresário e influeciador. Após uma grave lesão no joelho, Antonio decidiu retornar ao seu país de origem, Brasil. Mas com tudo que aconteceu, afastado...