Capítulo 42

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Antonio Cara de Sapato

Pagando um absurdo de passagem aérea, conseguimos embarcar para o Ceará no mesmo dia.

-Eu ainda não to acreditando que você pagou tudo isso de passagem em um vôo de menos de duas horas. –Amanda fala me acompanhando com sua mala pelo o aeroporto.

-Eu não quero mais perder tempo, Amanda. Preciso encontrar minha mãe.

-Eu contei a Mário a verdade. –Seu tom de voz tem um fundo de medo.


-E qual foi a reação dele?

-Você não vai me matar por ter contado? –A encaro confuso.

-Era pra eu fazer isso?

-Bom, partindo do ponto que você me pediu extremo segredo e eu descumpri esse pedido, eu deduzi que você fosse querer me matar.

-Se você contou, eu tenho certeza que você viu que se fazia necessário contar. Você não faz o tipo de quem conta as coisas somente por fofoca, por isso eu confio em você de olhos fechados. Se você achou que era melhor contar, por mim tudo bem.

-A cada dia você me surpreende cada vez mais, sabia? Não imaginei que existia alguém tão incrível por trás daquela armadura de ogro.

-Nem eu. Até você chegar e despertar o melhor de mim. –As palavras saem de maneira automática da minha boca e eu percebo que ela fica surpresa.

Não sei o que vem acontecendo comigo, não consigo explicar porque eu nunca senti isso. Mas sei que tem algo diferente no que sinto pela a Amanda.

Talvez se isso fosse a meses atrás, eu fugiria. Lhe demitia, bloqueava e evitava qualquer tipo de contato.

Mas eu simplesmente não consigo pensar na possibilidade de não lhe ter por perto. Então eu só vou vivendo e esperando o dia em que teria coragem de descobrir o que estou sentindo.

Amanda permaneceu em silencio, talvez pensando sobre o que eu acabará de falar. Sei que as vezes devo lhe deixar, a situação em que vivemos deve ser confuso.

Mas não sei se tenho coragem de esclarecer tudo. A possibilidade destruir esse vinculo que nós temos nem passa pela minha cabeça.

Amanda Meirelles

Confusa. Assim eu estou.

As coisas que o Antonio vem falando ultimamente têm me deixado totalmente confusa em relação ao que estamos vivendo.

Mas não tenho coragem o suficiente de lhe indagar sobre isso. Ainda mais na situação que estamos enfrentando no momento.

Penso bastante nisso durante o vôo, mas tento não da margem para as vozes malucas da minha cabeça. Preciso urgentemente falar com minha melhor amiga, pra ela trazer luz pra minha cabeça.

O vôo até o Ceará foi tranqüilo. Desembarcamos na cidade quase a noite e decidimos pegar a estrada para o interior onde Helena mora somente amanhã.

Dessa vez, sem coincidências, Antonio mesmo aluguel o hotel, somente um quarto para nós dois.

-Algum problema pra você dividir o quanto comigo? Sei que deveria ter te perguntado antes, fui egoísta, confesso. –Ele fala com um tom de voz inseguro, enquanto procura na mala uma roupa.

-Por mim sem problema algum. Você que deveria não gostar, porque eu bagunço tudo e você é o rei da organização.

-Sua bagunça não me incomoda, Amanda.

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