Capítulo LI

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-Vossa Excelência me chamou? - O Almirante Batt Tromus entrou nos aposentos com ambas as mãos detrás das costas.

O Arquiduque estava com um manto negro sentado no meio de vários círculos com uma iluminação baixa. À sua frente, enquanto de costas para Tromus, ele levitava com as mãos diversas peças no ar. Tromus segurou a reação de espanto.

-Você está familiarizado com os costumes da Força, Almirante? - O Dathomiriano falou, após um tempo.

Tromus claramente hesitou para a pergunta, e notou um olhar sutil por cima dos ombros do Arquiduque.

-Temo que conheço muito pouco, Vossa Excelência. - O Almirante respondeu.

Tinha de admitir que, desde o confronto com a Insurgência no planeta Hammurr, o Arquiduque estava diferente. Após ser atribuída a patente de Almirante para Batt Tromus, suas obrigações triplicaram, e o Arquiduque certamente sabia daquilo, mas isso ainda não o impedia de chamar Tromus para falar sobre crenças mortas.

-A Força seria uma energia vital que cerca tudo e todos na galáxia. - Cabbar começou a falar, enquanto as peças em sua frente começavam a se montar vagarosamente, como um exercício que ele já estava acostumado a fazer. - Através dela, a galáxia se mantém unida e a vida flui naturalmente... Ou pelo menos era isso que os antigos Jedi da Velha República ensinavam.

A dúvida de como o Arquiduque sabia daquilo não fugiu de Tromus, mas ele rapidamente chegou à conclusão de que tais estudos eram naturais para alguém escolhido pelo próprio Líder Supremo. Supôs então que o Arquiduque tinha domínio sobre aquela Força, não só no mais superficial como levitar peças mas também no mais profundo como seu estudo nas eras passadas.

-Já os Sith, ou pelo menos aquilo que restara deles, ensinavam que a Força era o poder natural da galáxia que regia tudo vivo, sendo assim a forma mais natural de poder que existe. - O Arquiduque retomou a fala. - Há aqueles escolhidos pela Força para se tornarem mais fortes e governar, com a regra simples de que o mais forte deve prevalecer, como os costumes selvagens. O Lado Negro da Força é o responsável por nos libertar de amarras idealistas e subjetivas, nos compelindo a alimentar nossas paixões pois essa é a verdadeira natureza do poder.

Tromus se mantinha calado, ainda parado na frente da porta agora fechada dos aposentos do Arquiduque. Não deixara de notar também que o Arquiduque aparentava conhecer mais sobre o Lado Negro e as crenças Sith do que o seu oposto.

-O planeta de onde vim, Dathomir, é um lugar devoto do Lado Negro da Força, e as tatuagens em meu corpo são só mais uma das milhares de formas e rituais do meu povo de expressar isso. Banalidades, se quer saber a minha opinião. - O Dathomiriano dizia. - Mas a parte importante é que, no longo tempo em que eu vivi, eu aprendi vários segredos da Força guardados de ambos Sith e Jedi. Um deles é a habilidade de saber do passado de algo ou alguém, conhecido como "Eco da Força".

Naquele momento, as peças se juntaram e formaram dois sabres de luz, ativados instantaneamente, com as lâminas brancas. Eram as armas, de acordo com os registros que Tromus viu, do líder da Insurgência. Aquele era provavelmente o motivo do Arquiduque estar diferente.

-O Regente, o misterioso líder da Insurgência, estava armado com estes dois sabres de luz, armas conhecidas como de Jedi. - O Arquiduque proferiu, enquanto se levantava e fazia ambos os sabres flutuarem apenas com a mão direita. Logo fez ambos se deitarem em sua mão e colocou os objetos em cima de uma mesa próxima. - Não podia permitir que ele fosse o início de um problema com Jedi para a Primeira Ordem, dado o fato de que ainda não sabemos onde está Luke Skywalker. Além, é claro, de me interessar de onde vieram essas duas armas milenares.

-Perdoe minha pergunta, Vossa Excelência, mas não consigo parar de me perguntar porque gostaria de compartilhar uma informação tão importante comigo. - O Almirante Tromus disse, quando percebeu a brecha deixada pelo Arquiduque.

Cabbar - Uma História Star WarsWhere stories live. Discover now