Capítulo XII

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Passos apressados invadiram a ala central, acompanhados por Stormtroopers desesperados. O Tenente Longton entrou nervoso, com uma pequena pistola de curto alcance, olhando para todos os lados e suando frio.

-Senhor, você nos chamou?

-Sim, Tenente. - Respondeu Cabbar, com uma calma surpreendente entre todo o caos que os soldados de branco criaram ao entrar no local. - Reviste cada centímetro deste local. Existiam pessoas vivendo aqui, que acredito que faziam parte de uma célula rebelde.

-Sim, senhor. - Respondeu o Tenente, enquanto olhava em volta, tentando entender como alguém viveria ali, e como o Arquiduque ainda vivia. - E o que o senhor irá fazer?

-Eu irei atrás dos fugitivos.

-Fugitivos? - Perguntou um Longton confuso.

-Sim. - Cabbar declarou. - E... Tenente?

-Sim, senhor?

-Não faremos prisioneiros.

-Entendido, senhor. - Longton assentiu.

Avançando para o outro lado da ala, onde o fogo queimava entre os destroços da plataforma recém-derrubada, Cabbar passou por uma característica passarela que conectava os dois lados. Fina e escura, com um abismo frio e incerto abaixo, o Arquiduque passou com passos apertados.
Com a Força, ele desviou o fogo de seu caminho e seguiu até a entrada por onde havia visto os fugitivos irem. Enquanto ele mergulhava na Força e procurava o Gotal ferido e o Devaroniano franco-atirador, ele usou seu sabre rubro para iluminar a passagem. Não seria novidade alguma se os fugitivos vissem o sabre de Cabbar, não mais. Com um simples movimento, a porta de metal que impedia seu caminho, cujo provavelmente foi fechada pelos fugitivos, abriu-se com um rangido que ecoou por todo o corredor. Com a Força Cabbar sentia a aflição tomar conta de suas presas, que agora aceleravam o passo muito mais à frente no corredor.

Depois de meia hora de caminhada pelo corredor escuro, ele chegou na porta da garagem que se encontrava aberta, um descuido dos fugitivos. Com um sorriso, Cabbar desceu a pequena estrada quebrada que levava entre a floresta para a cidade. A chuva ameaçava as árvores, e os relâmpagos ainda oscilavam entre as nuvens cinzas do céu negro. A lua de Puglara criava uma sombra extravagante para Cabbar, enquanto ele avançava para a floresta.
Com a amplificação da Força, ele sentiu o cheiro de sangue do Gotal, e percebeu que eles desviaram da estrada principal. Uma decisão inteligente, já que obviamente teriam Stormtroopers lá, e que Cabbar poderia facilmente comunicar a Guarnição para esperar os fugitivos. Entre as árvores, Cabbar conseguiu ver a silhueta dos dois fugitivos chifrudos, e um terceiro que ajudava a levar o Gotal machucado. Franziu a testa, para tentar ver melhor, porém não conseguiu nada mais do que já tinha.
Cabbar inflamou seu sabre, fazendo os fugitivos olharem para trás e entrarem em desespero.

-Merda! Vamos! - Disse o Devaroniano, enquanto forçava o Gotal a acompanhar o passo.

-Não, Malvus. - Disse o terceiro. - Isso não vai funcionar.

Cabbar avançava devagar com o sabre ligado. As gotas de chuva nem mesmo chegavam perto o suficiente do sabre para que Cabbar percebesse, já que evaporavam antes.
O terceiro virou-se com uma pistola na mão, revelando ser um Cereano. Um tiro escarlate foi disparado, porém Cabbar o defletiu sem dificuldade aparente. Faíscas saíram com o impacto do tiro com uma árvore próxima. Fogo queimou no tronco da árvore, porém logo diminuiu com a chuva.

-É inútil! - Gritou o Devaroniano. - Eu já tentei...

-Nós nos rendemos. - Gritou o Cereano, enquanto o Devaroniano deitava o Gotal, que tossia e mal respirava.

Cabbar sentiu algo subindo por ele, algo que realmente o lembrava prazer, talvez fosse, e ele havia se esquecido de como era a sensação. Com um clássico sorriso sádico, ele encarou o Cereano, que jogava a pistola em sua direção.

-Não haverá rendição. - Ele declarou.

-O que? Isso é loucura! - O Cereano gritou. - Você vai simplesmente matar dois homens desarmados e um gravemente ferido?

-Ele não está desarmado. - Cabbar disse, apontando com o sabre para o Devaroniano. - E sim, eu irei matá-los independente disso.


O Cereano agiu rápido, jogando-se no chão em direção da pistola. Conseguiu alcançar, mas Cabbar puxou o pequeno objeto para suas mãos, deixando o Cereano sem esperanças.
Rapidamente, o Devaroniano virou-se com o rifle de precisão, e começou uma sequência de tiros contra o Arquiduque. Cabbar defletiu os que quase o atingiram, e golpeou o Cereano no chão, matando-o. O Devaroniano gritou em resposta, mas não cessou os tiros. Como um vulto, Cabbar fora até ele e cortou o cano de sua arma, jogando o alienígena para trás.
O Gotal tentou agir, mas não conseguiu. Gemeu diante a dor de seu corpo, e paralizou-se novamente. Cabbar levantou o Devaroniano pelo pescoço, e o encarou sinistramente.

Naquele momento, um pequeno disco atrás deles apitou, e uma luz ciano saiu dele.
Uma figura apareceu. De corpo inteiro, Cabbar reconheceu que a figura usava a roupa clássica de um oficial da Primeira Ordem, porém seu rosto era coberto por uma máscara de couro, que ostentava somente dois buracos para os olhos.
Cabbar o fitou de relance, enquanto a criatura desfazia sua pose de comando quando via o Devaroniano sendo enforcado.

-Mas que... - Antes que o ser pudesse completar sua fala, o Gotal puxou uma pequena pistola e atirou no aparelho.

Cabbar, irritado pelo ato do Gotal, quebrou o pescoço do Devaroniano. O Gotal gritou algo desesperado, e apontou a pequena pistola para Cabbar. Com a Força, o Dathomiriano jogou a pistola para longe, e avançou na direção do Gotal ferido.

-Quem era aquele na gravação ? - Perguntou Cabbar, enquanto pisava na barriga do Gotal. O alienígena começou a falar em milhares de línguas diferentes, ou talvez em só uma, mas qualquer que fosse, Cabbar não reconhecia. - Responda!

-Eu prefiro morrer! - Respondeu o Gotal, em básico.

-Que assim seja... - Cabbar retrucou, com um olhar sombrio.

Com a Força, Cabbar levantou o Gotal do chão. Sua perna estava lesionada, e sua barriga parecia estar com algum machucado aberto.
Esmagando sua traquéia, o Gotal foi posto de pé e logo estava levitando na frente de Cabbar. Em uma fração de segundos, Cabbar invadiu a mente do Gotal e percebeu que, mesmo se ele fosse contar quem era aquele homem, ele não sabia sua verdadeira identidade, só que ele era o líder. Depois da declaração de Cabbar de que não haveria rendição, o homem planejava nem mesmo dar aquela informação à Cabbar, porém ele a adquiriu.
Com um movimento rápido de dedos, e um olhar concentrado e contido, Cabbar matou o Gotal, fazendo sua vida se esvair do corpo.

Ele olhou em volta. Estava cercado de corpos, como estava antes na ala central da fábrica de especiarias. Puxou com a Força o pequeno holocomunicador destruído. Não teria como rastrear a ligação, agora que estava completamente despedaçado.
Cabbar fechou os olhos e mergulhou na Força. Snoke havia o ensinado que tudo que você vê, fica guardado na sua mente. Mesmo que não tivesse passado horas olhando, você conseguiria ter acesso àquele momento, se conseguisse se concentrar o suficiente. Foi aquilo que Cabbar tentou fazer, enquanto fechava os olhos e desligava o sabre, ele voltou para o momento em que segurava o Devaroniano, e que a ligação ocorreu. Como o esperado, o holograma estava lá, e no braço esquerdo, na manga estava um círculo com uma escrita que Cabbar há muito havia aprendido a entender. Na manga da blusa, estava escrito com letras azuis que estalavam no holograma: "Chefe de Segurança".
Cabbar abriu um sorriso convencido. Já deveria saber que Fenay Balthazar estava por detrás daquilo, e o ataque desesperado que Cabbar havia planejado levou ele àquele descuido. Agora, seria o fim de sua carreira, mas não de sua vida... não ainda.
Como já esperava, o seu comunicador apitou em seu cinto. Ele respirou fundo, sentindo as gotas de chuva caindo sobre seu rosto e tentando molhar sua roupa impermeável.

-Sim, Tenente? - Perguntou Cabbar, enquanto largava os pedaços do holocomunicador.

-Senhor, podemos ir até sua localização neste exato...

Cabbar - Uma História Star WarsWhere stories live. Discover now