Capítulo XLVI

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"Junte-se à Primeira Ordem, o verdadeiro caminho para a justiça e a paz na galáxia!"

O anúncio se repetia constantemente na cabeça de Chrio. Poderia se tratar somente do colégio militar da Primeira Ordem, baseado diretamente na falecida Academia Imperial, mas não era só sobre construir novos oficiais. A história de alguém voluntariamente se juntar as forças Stormtroopers da Primeira Ordem poderia ser facilmente traduzida como uma forma de honra e disciplina em uma experiência inesquecível para qualquer jovem humano na galáxia, mas essa não era toda a verdade. O sistema de Stormtroopers da Primeira Ordem começou com o sequestro e preparo de várias crianças desde antes da infância de fato começar, ajustando-o para se tornar o soldado perfeito sem contestações ou dúvidas na hora de executar suas tarefas, mas como todo bom serviço militar, tal façanha custa caro demais. Com o tempo, os Stormtroopers formados dessa maneira viraram minoria nas fileiras, e os melhores foram designados para as bases e naves mais importantes, como o Finalizador, de Armitage Hux, ou a própria Duquesa, do Arquiduque. Com a falta de Stormtroopers "criados em laboratório", como era o caso do próprio Alexius Chrio, a Primeira Ordem começou a vestir a armadura branca nos cidadãos comuns ingênuos o suficiente para se alistarem no serviço militar rigoroso. Chrio não conseguia imaginar o que passava na cabeça de alguém que fizera tal decisão.

-Comandante...! - O jovem arfava enquanto sua voz saía gemida de dor e desespero. - Comandante, meus pais...!

A mão do garoto segurou forte o antebraço de Chrio, onde o plastóide não protegia. A viseira quebrada revelava o olho castanho direito com a pupila dilatada.

-Diga a eles que fui um bom soldado. - Ele finalmente declarou, perdendo a força no braço e se soltando no colo de Chrio, morto.

Aquilo nem mesmo era verdade.
O jovem, cujo nome Chrio já havia se esquecido, tinha corrido para dentro da base Insurgente e tomado dois tiros logo na entrada, completamente exposto. Um soldado médico checou o pulso do garoto para dar a informação visivelmente óbvia.

-Perdemos ele.

-Quantos foram até agora? - Chrio perguntou para a Sargento que o acompanhava, enquanto se levantava e deixava o corpo do jovem com o médico.

-Trinta e nove homens, senhor. Contando com o bombardeio na encosta. - A Sargento respondeu.

-E a porta?

-Com a torre destruída, os homens estão tentando abri-la na força. - Ela reportou. - Seria mais fácil, entretanto, se--

-Nós não iremos utilizar explosivos para abrir uma porta, Sargento. - Chrio declarou antes mesmo que ela terminasse de falar. - Não estamos atrasados. Nós temos tempo.

-Sim, senhor. - Ela se bastou a dizer, quando outra figura se aproximava deles.

-Comandante Chrio. - Gulfin chegou, com as mãos detrás das costas. - Temos controle da entrada principal?

-Sim, mas a base ainda é deles. - Chrio começou a falar, enquanto andava com o Tenente e a Sargento até um amontado de caixas que outros Stormtroopers haviam montado.

Por todo o hangar, os soldados monitoravam as entradas e saídas, assim como o lado de fora. As forças Insurgentes haviam recuado ainda mais para dentro da base, e Chrio se encontrava em uma posição complicada no momento. Em cima das caixas amontoadas, a Sargento aprontou o holoprojetor com a imagem dos esquemas da base.

-Como pode ver, Tenente, atrás dessa montanha os Insurgentes tem alguns quartéis em um vale cercado pelas montanhas detrás. O vale é grande o suficiente para os cruzadores inimigos pousarem, ou para eles conseguirem se defender recuando para lá. - Chrio começou falando.

Cabbar - Uma História Star WarsTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon