Capítulo XLIII

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Uma grande rocha facilmente maior do que toda a ponte do Destróier Estelar passou na frente do vidro, fazendo o Capitão Padias Vildu acompanha-la com os olhos, enquanto ela passava vagarosamente apenas vagando pelo espaço. De repente, outros três Destróieres Estelares saem do hiperespaço um pouco mais longe do Cinturão de Fynnan, na frente do Destróier Triunfo.

-Senhor, a Almirante chegou. - Uma oficial avisou para Padias.

-Vamos ver se colocar minha nave no meio deste labirinto de pedregulhos está valendo a pena. - O homem resmungou. - Me conecte com ela.

Não demorou muito para a mulher aparecer num holograma, sentada e aparentemente bebendo algo em uma taça.

-Capitão Vildu. - Ela declarou, afastando a taça da boca pouco tempo depois. - Acredito que exija respostas.

-Certamente seria bom para acalmar meus oficiais, Almirante Rivera. - O homem respondeu, tentando soar respeitoso com sua voz carrancuda. - Nunca nos foi dito que as coordenadas de encontro eram no meio de um cinturão de asteroides.

-Não foi dito pois não poderíamos correr o risco de esta operação dar errado, Capitão. - Rivera justificou, após outro gole. - Hoje atacaremos a base recém-descoberta da Insurgência, dando um fim a este conflito tortuoso e voltando a nos focar no que realmente importa: A expansão da Primeira Ordem nas Áreas Desconhecidas.

-Temos a localização da base rebelde? Todas as naves deveriam estar indo para lá então! - Padias declarou.

-Não é da vontade de Vossa Excelência. - Rivera respondeu, como se mal prestasse a atenção.

-Ah, o alienígena. - Padias resmungou, com singelo desdém.

-Cuidado com o que fala, Vildu. - A mulher retirou o copo do holograma, aparentemente deixando-o em algum lugar perto. - Só se certifique de que sua nave não falhará na hora do conflito. Temos que ganhar tempo para algum plano avulso.

-Plano avulso, hein? - Padias disse. - Não gosto de não saber onde estou colocando minha nave, Almirante.

-E talvez seja por esse motivo que não sai da patente atual, Capitão.

Padias mordeu a língua. Sabia o quanto valia sua opinião de como estava sendo dividida as patentes dentro da Primeira Ordem, e sabia as consequências de pensar de tal forma também.

-Ah, estou te mandando uma companhia para reforçar o nosso ataque. Seremos apenas a Calamidade, a Triunfo e a Desafio nesse ataque. - Rivera Shinks declarou. - Mas em compensação, não pouparemos esforços para ter sucesso.

-Companhia, a senhora diz?

-O comandante Stormtrooper Alexius Chrio e... - Rivera pegou novamente uma taça entregue por alguém que estava no mesmo local que ela. - ...o alienígena, com seu esquadrão pessoal.

Dava para se ver um sorriso no rosto da mulher pouco antes de ela sumir da frente de Padias, enquanto o homem inconscientemente engolia em seco.
Não sabia qual seria a batalha mais difícil que enfrentaria naquele dia.

****

Ele sentia na Força o distúrbio, como uma onda prestes a atingi-lo, mas que ainda tardava a chegar.
Meditava no meio da cúpula de encontros do conselho. Não conseguia ignorar o sentimento corrosivo de que havia falhado, mas se o tempo desse para as naves irem embora, ainda teria uma luta contra a Primeira Ordem. Talvez, uma coisa que ele não tinha notado até ali, a parte importante seria ainda enfrentar aquele mal independente de quem estaria na frente.

"Não."

Ele se obrigou a pensar.

"Tudo será meu."

Ecoou pela sua mente, antes calma por causa da meditação.

"É o meu destino."

O alarme tocou.
Ele se levantou e em passos largos foi até o grande vidro que cercava a cúpula. Lá nos céus, três Destróieres Estelares Classe-Ressurgent atacavam as naves Insurgentes quase completamente carregadas para a fuga.

Havia começado.

-Três naves? Parece que nos subestimam. - O Nikto Zambrick disse, parando do lado do Regente. - Não sei dizer se isso é sorte ou falta de respeito.

-Vá. - O Regente brevemente declarou. - Lidere as nossas forças e mantenham-nos longe da base.

Zambrick confirmou com um aceno de cabeça e se pôs a correr enquanto colocava seu capacete.

-Zambrick. - O Regente chamou. O Nikto olhou para trás, apressado. - Use a névoa a nosso favor.

Um sorriso apareceu no rosto do pirata.

-Estava pensando nisso.

****

-Caças TIE avançando rápido, senhor! - Uma Togruta avisou pela ponte. - Nossos esquadrões ainda não saíram do hangar!

Keshan Zennun simplesmente respirou fundo. Naquele momento, ele estava sob o controle de toda a frota da Insurgência. Por mais que fosse um conjunto de variadas naves não tão preparadas para o combate, Keshan sabia que com um pouco de esforço eles conseguiriam dar cabo de alguns Destróieres Estelares. Talvez a soberba da Primeira Ordem fosse a maior arma de Keshan naquele momento, já que mandaram somente três naves para atacar a base deles.

-Já temos confirmação de que naves são essas? - Zennun perguntou à ponte.

-Calamidade, Triunfo e Desafio, senhor. - Alguém respondeu. - São as naves sob o comando da Almirante Rivera Shinks.

-Rivera? - Keshan reconhecia o nome. - Então não foi soberba, sobretudo.

Keshan se pôs a ponderar.
Por mais que Rivera Shinks fosse uma mente brilhante a se considerar, eles ainda estavam com menor número tanto no espaço quanto na terra. Ele não poderia perder uma oportunidade daquelas.

-Lutaremos com tudo que temos. - Keshan declarou, lembrando-se do discurso do Regente. - Chame os transportadores, caças, cruzadores e tudo que voa nessa maldita base. Hoje derrubaremos mais naves da Primeira Ordem.

****

-Não permitam que os caças inimigos se aproximem demais de nenhuma das nossas naves! Deixem o raio trator ativado para qualquer nave inimiga de médio ou grande porte dentro do alcance. - Padias Vildu ordenava para a ponte. O aviso já era passado também para os caças já despachados. - Quero todas as naves desses malditos vermes em chamas!

-Senhor, os transportadores já foram enviados. - Um oficial avisou, durante a barulheira toda na ponte da Triunfo.

-Senhor, temos confirmação de que o Capitão Armandi enviou cinco AT-ATs para a superfície. Devemos mandar algo também? - Uma outra oficial avisou.

-Diabos, mande tudo que temos! - Vildu vociferou. - Já era para estarem à caminho.

Lá na frente, as naves começavam cuspir fogo enquanto o fino ciano dos escudos defletores evitavam qualquer disparo direto de tocar no Destróier Estelar de Padias. Não era uma verdadeira frota militar, logo que as únicas naves que poderiam ser consideradas verdadeiramente militares ali eram as restantes Nebulosas-K roubadas da Primeira Ordem, e as decadentes Classe-Arquitens. Eram apenas naves casuais, e era por isso que eles perderiam.

****

Um deles fez um som indecifrável.

As luzes piscaram. Um vislumbre vermelho nas armaduras negras.

Chrio colocou seu capacete e parou do lado de Cabbar, enquanto erguia seu fuzil de raios.

Um som cacofônico soou. As portas começaram a se abrir junto das luzes vermelhas agora constantes.

Cabbar pisou no úmido solo de Hammurr.

Ativou seu sabre rubro.

-Sem prisioneiros. - O Dathomiriano declarou. - Sem sobreviventes.

Um som horrendo foi repetido quatro vezes como se fosse eco.

Um som que significava "Entendido". 

Cabbar - Uma História Star WarsWhere stories live. Discover now