Cabbar - Uma História Star Wars

Capítulo XXXVII

Um Anjo da Manhã descia graciosamente dos céus, cujo só ficara visível quando eles finalmente se afastaram de toda a fumaça da explosão.
Shessa Len sentia suas pernas fraquejarem a cada passo que ela dava carregando o corpo robusto de Rhegg Burr, enquanto ele pendia deitado entre seus ombros e detrás de seu pescoço. Ela nem mesmo imaginava que existia tal nível de exaustão. Tentou olhar para o lado, e viu Dord com um olhar sério e determinado, enquanto bufava a cada passo grosseiro que dava, tentando ignorar tudo ao seu redor a não ser a estrutura metálica negra que se erguia perante eles. O sangue do rosto cortado pelo vidro da máscara de Nirvan já estava seco, e o ar perdeu o gosto de azedo da névoa não mais tão espessa. Eles haviam sobrevivido.

Um som soou na torre ao lado do portão, enquanto Stormtroopers saíam de suas posições e luzes piscavam na lateral da gigantesca porta da academia de Stormtroopers. Shessa Len não conseguiu perceber quando ela deixou Rhegg cair brutalmente de seus ombros, e desabou no chão também. Fez seu melhor apenas para manter os olhos abertos.

-Shessa...? - Dord chamou, com sua voz falha e fraca. Ela viu de relance que o outro colocava o corpo de Nirvan o mais gentilmente possível no chão.

O Anjo da Manhã pousava, declarando a tarde do planeta.

Shessa não conseguia mais se manter acordada.

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O Império jamais teria espaço para aquele tipo de coisa.
O General Talvaz já havia escutado as histórias de um suposto Chiss chamando a atenção do próprio Imperador e ganhando o título único e exagerado de Grande Almirante, porém sabia que o Almirante Thrawn era uma figura tão ilustre porque fez por merecer, e Talvaz tinha seus motivos para achar que não era o mesmo caso com o Arquiduque.
Não fazia sentido algum uma figura nunca ter passado por uma academia ou algo do tipo e já se tornar um oficial com patente maior do que quase todos na Primeira Ordem, e ainda pior do que aquilo, um alienígena. Mhoor Talvaz ouviu dizer sobre os Dathomirianos Zabrak que foram recrutados pelos Separatistas, assassinos usuários da Força que trabalham diretamente para o Conde Dookan, cujo também utilizava da Força e havia sido treinado como Jedi, até se desviar deste caminho. Talvaz suspeitava que, talvez por essa influência com a Força, o Arquiduque havia sido julgado pelo Líder Supremo como um líder em potencial para a Primeira Ordem, mesmo Kylo Ren sendo um exemplo claro de que uma coisa não levava à outra.

Mas é claro, havia Vader.

Darth Vader era um símbolo de medo, disciplina e controle que o Império dependeu por toda a sua existência, e há quem diga que nem mesmo duas Estrelas da Morte poderiam substituir o Lorde Negro dos Sith, com toda a sua importância para a ascensão do Império Galáctico e o extermínio dos traidores Jedi. Mesmo assim, Talvaz falhava em ver o Arquiduque como via Darth Vader, da mesma forma em que falhava ver o Líder Supremo Snoke como via o Imperador Palpatine. Ele sentia e temia que a Primeira Ordem jamais seria triunfante como o Império Galáctico já foi um dia, e tinha de admitir que não fazia por onde a Primeira Ordem se igualar ao seu antecessor.

As extensas filas de Stormtroopers pelo grande salão central da academia, junto dos mais novos três AT-M6 que se erguiam mais alto do que seus antigos parentes AT-ATs, provavam que a Primeira Ordem certamente estava bastante focada em ter um exército grande o suficiente para enfrentar qualquer coisa na galáxia, por mais que as oposições não chegassem nem mesmo aos pés deles. O Comandante Alexius Chrio estava ao seu lado, revisando mais uma vez o datapad que detalhava o treinamento e a armadura especializada para os novos Death Troopers da Primeira Ordem, como se já soubesse que eles haviam concluído a missão e estavam à caminho.

-Algum sinal deles, Comandante? - Talvaz perguntou, de repente. Uma dupla de caças TIE em patrulha cortaram o gigantesco salão para a subida à céu aberto da cratera, fazendo o grito estridente de seus motores ecoarem por toda a academia.