Capítulo XXXV

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Um vidro reforçado separava o grupo, o Comandante Chrio e o General Talvaz da superfície hostil de Cresund.
Nirvan olhava com interesse e um pouco de medo pelo vidro as coisas que se mexiam e brilhavam lá fora, chamando-o para explorá-las. O sol de Cresund ainda nem havia aparecido nos céus da instalação, e eles já estavam vestidos com uma armadura leve, máscaras de oxigênio ligadas à uma mochila nas costas, e rifles de energia F11-D. Nirvan nem queria saber o motivo de eles estarem preparados daquela forma.

-A missão de vocês é simples. - General Talvaz disse, andando devagar e com as mãos atrás das costas. - Há uma tribo de nativos que vem atacando nossos comboios daqui para a academia, ao leste. Nós temos mais ou menos a localização da suposta vila deles que fica no caminho entre as duas bases da Primeira Ordem, e vocês serão quem limparão eles daqui.

Os Stormtroopers se entreolharam. Nirvan ficava mais relaxado em perceber que não era o único com medo daquilo tudo.

-Senhor, isso dificilmente seria uma tarefa para uma companhia inteira. - Shessa disse, tentando soar razoável. - Não há como somente nós quatro conseguirmos identificar a vila e atacá-la com sucesso.

-E é precisamente por isso que vocês irão. - Talvaz respondeu, ríspido. - Se quisesse algo que qualquer idiota com uma arma consegue fazer, não colocaria vocês neste planeta. - Talvaz deu alguns passos na direção da Stormtrooper, que agora se encontrava rígida. - Mais fácil enviar todos para Tatooine para ficar disparando em ratos Womp, soldada.

-Mas nós não iremos a pé. - Dord disse, rindo como se fosse óbvio. - Né?

-Se forem com algum veículo, chamarão muita atenção. - Chrio replicou, rapidamente. - Além também de que se utilizarem algum tipo de combustão em uma área onde a névoa está muito densa... Pode se tornar um problema.

-A névoa é inflamável também!? - Nirvan indagou, quebrando seu silêncio.

-Somente em certos níveis, soldado. - Foi Talvaz quem respondeu daquela vez. - E lembre-se de que ser escolhido para este projeto não significa que você é especial, somente que é mais descartável que os outros. - Talvaz declarou, como uma faca. - Ainda nos deve respeito, soldado.

-Desculpe-me, senhor. - Nirvan logo disse, recolhendo-se.

-Tenente Shessa, você ficará com um cronômetro contando o tempo de exposição assim que entrarem na floresta. - Chrio disse, entregando à ela algo que ela amarrou no braço direito. - Lembre-se, uma hora de exposição e troca o filtro, dois filtros para cada um de vocês.

-Qual é o tempo de caminhada até a vila com uma marcha padrão? - Rhegg Burr perguntou, com sua voz cortando o ambiente.

Chrio olhou para Talvaz, que estava sorrindo.

-Não temos a localização exata da vila, Tenente Rhegg. - Chrio disse. - Mas o tempo de caminhada até a área onde a vila deve estar... É de duas horas-padrão.

O silêncio dos quatro Stormtroopers disse mais que qualquer coisa. Nirvan sabia que todos estavam pensando a mesma coisa.

"Teremos que correr."

-Estão dispensados. - Talvaz disse, e saiu da sala.

Chrio aparentemente deixou o veterano de guerra sair para poder falar novamente.

-Eu os levarei até lá em baixo, vamos. - Ele disse.

****

O elevador tinha um vidro voltado para a floresta púrpura do planeta, e outro voltado para a grande cratera dentro da montanha em que eles se encontravam, cheia de plataformas e speeders subindo e descendo. Provavelmente as experiências feitas com a seiva cotarium era feita bem debaixo da terra... E talvez aquela cratera só existia por causa da seiva.

Cabbar - Uma História Star WarsWhere stories live. Discover now