020. Namorada.

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Montevidéu/URUGUAI x BRASIL.📌

Joaquín Piquerez

Me sinto muito bem quando estou com a seleção uruguaia. Não que no Palmeiras eu não me sinta bem. Mas aqui é diferente sabe!? São pessoas que falam a mesma língua, são culturas iguais, comidas típicas, enfim, tudo isso torna o Uruguai um lugar super confortável pra mim.

Apesar que o Brasil ultimamente têm sido mais interessante, se é que vocês me entendem.

Bom, mas aqui não é lugar pra pensar nisso. Temos um grande clássico contra o Brasil hoje, e é na nossa casa, oque já nos dá uma grande vantagem sobre eles.

– Pedala Ronaldinho. — Veiga estala um tapa na minha nuca. – Dormindo aí?

Me molestas hasta ahora. (Você me enche o saco até aqui.) — dou um chute nele que desvia.

– Eu amo te estressar. — dou risada. – Tava pensando na Bruninha é!?

Bruninha? ¿Qué intimidad es esta?

– Ele todo ciumento já. — tentou fazer cócegas em mim mas tomou um tapa na mão. – O pedido de namoro vem quando?

Que amório Veiga? Calla esa boca. (Que namoro? Cala essa boca.) — minha vez de estalar um tapa em sua nuca. – Nosotros simplemente... no sé qué está pasando. (A gente tá... Sei lá oque tá acontecendo.) — ele ri negando com a cabeça.

– Tá tão estampado nessa sua cara de mula que você já tá amarradão.

¿Es? Yo no creo. (Está? Eu não acho.) — ele ri da minha cara.

– Está. — imita meu sotaque. – E aí? Minha idéia de chamar ela pra um jantar foi boa?

Amigo, en realidad fue... (Cara, na verdade foi...)

– Qual foi Veiga. De papinho com rival. — a voz do Neymar me interrompe e ele envolve o braço ao redor do pescoço do Raphael. – Posso saber qual o assunto?

Veiga ri sem graça enquanto eu me esforço pra não revirar os olhos com essa pergunta incoveniente.

– Eu acho melhor você não saber. — Veiga responde rindo.

– E você Joaquín... — franzi o cenho quando ele me chama pelo meu primeiro nome. – Acha que eu devo saber de algo?

Senti um ar de arrogância em sua voz, como se ele estivesse me desafiando. Suspiro fundo e me lembro da conversa que tive com a Bruna no jantar sobre ego ferido.

No. No creo que sea asunto tuyo. (Não. Não acho que é da sua conta.) — ofereço um sorriso sem mostrar os dentes. – Si me licencia... Hablamos luego Veiga. (Se me dão licença... Depois a gente conversa Veiga.)

Na verdade não sei se a gente conversa não Veiga. Você é tão fofoqueiro. Pra abrir a boca pro Neymar, não muda de roupa.

Mas, bom, oque eu posso falar sobre o jantar. Foi bem... Esquisito.

Bruna estava apreensiva, olhando pros lados, pro celular, totalmente desatenta, mesmo que eu tenha escolhido um lugar bem reservado pra nós dois. Ela parecia muito incomodada. Não comigo, mas com as coisas ao redor. Como se estivesse se sentindo... Perseguida?

Seus olhos, uma vez brilhantes e cheios de vida, no jantar exibiam uma sombra de desconfiança e preocupação. Cada som, cada movimento ao seu redor a fazia pular.

𝐒𝐄𝐌 𝐀𝐌𝐎𝐑. - 𝐉𝐎𝐀𝐐𝐔Í𝐍 𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙. (EM PAUSA)Where stories live. Discover now