010. SHAMELESS

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Bruna Marquezine

Levantei ofegante com a mão no peito e o corpo suado, tão suado que meu lençol está molhado.

Olho ao meu redor reconhecendo meu quarto e minha cama. Eu realmente só sonhei. E olha que eu não botei uma gota de álcool na minha boca ontem.

Puta merda, tô com a mente toda fudida.

Troquei o lençol da cama e fui direto tomar um banho pra esfriar meu corpo da cabeça aos pés, respiro fundo diversas vezes tentando tirar os flash's da minha cabeça. Mas mesmo com a água escorrendo pelo meu corpo os momentos intensos da noite anterior continuavam ecoando na minha mente, como se o chuveiro não pudesse lavar completamente as memórias.

Faço o resto da minha higiene matinal e saio do banheiro. Desço as escadas assim mesmo de roupão com o cabelo pingando pela casa.

– Sou muito burra, devia ter colocado uma toalha na cabeça.

Ducha larga, pensé que nunca saldría del baño. ( Banho demorado, pensei que não fosse sair do banheiro nunca.) — dou um pulo de susto quando escuto a voz de Piquerez na sala. – Lo siento, no quise asustarte. (Desculpa, não queria te assustar.)

– O que você tá fazendo aqui? — aperto o laço do roupão com mais força.

¿No recuerdas que no encontramos la llave de mi casa? ( Não se lembra que não achamos a chave da minha casa?) — ele franzi o cenho enquanto fala.

– Você perdeu a chave de novo?

No perdí. Tu que no encontraste. ( Não perdi. Você que não achou.) — dou uma risada irônica. – Estaba justo en mi bolsillo, pero no quisiste tomarlo porque... bueno.(Estava bem no bolso, você que não quis pegar porque... bom.)

– Por que o que? — cruzo os braços.

Porque estaba entusiasmado. (Porque eu estava excitado.) — arregalo um pouco os olhos. – Y dijiste que no tocarías mi bolsillo para que él no tocara el mío p... (E você disse que não tocaria no meu bolso pra não encostar no meu p...)

– Tudo bem, já entendi, não precisa terminar. — balanço as mãos em negação. – E aí você dormiu aqui né?

Sí.

– Só dormiu né!? A gente não fez nada, tipo, você sabe. — ele ri pelo nariz.

No hicimos nada. (Não fizemos nada.) — respiro aliviada. – Yo bebo y no recuerdas las cosas. (Eu que bebo e você que não se lembra das coisas.)

– Pera, então toda conversa no carro realmente aconteceu? — pergunto ainda confusa com tudo, parece que eu ainda estou dormindo.

Todo lo que pasó en el auto pasó. (Tudo que rolou no carro aconteceu.)

Minha mente vai estabilizando aos poucos quando ele confirma e alguns lápices de memórias me atingem. Agora lembro com mais clareza da conversa no carro, e que eu realmente me recusei a pegar a chave em seu bolso e trouxe ele pra cá.

Incluso quería disculparme por ti. (Inclusive queria te pedir desculpas por ontem.) — a voz dele me tira do tranze e eu olho em sua direção. – Perdón si dije algo estúpido.

– Tudo bem, você estava bêbado... — ele está se aproximando lentamente de mim. – Vou colocar a culpa na bebida. — ando para trás quando percebo que o corpo dele está prestes a escorar no meu.

Sin embargo, quiero dejar claro que no todo lo que dije es mentira. (Porém, quero deixar claro que nem tudo que eu disse é mentira.) — ele ainda anda em minha direção e eu acompanho o movimento pro lado oposto.

𝐒𝐄𝐌 𝐀𝐌𝐎𝐑. - 𝐉𝐎𝐀𝐐𝐔Í𝐍 𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙. (EM PAUSA)Where stories live. Discover now