009. RESISTIR.

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Bruna Marquezine

Piquerez está bêbado. Não aguenta ficar em pé, mas pelo menos parece estar ciente.

– Piquerez cadê a chave? — pergunto enquanto tiro ele dos meus ombros e escoro ele no carro.

Llave. Fue gracias a una llave que te conocí, ¿¡verdad!? (Chave. Foi graças a uma chave que eu te conheci, né!?) — ele ri.

Suas bochechas estão coradas e seus olhos semi fechados, ele mexe em um dos bolsos com certa dificuldade e tira a chave do carro.

Llave. — dou risada e pego a chave de sua mão. – ¿Sabes como conducir? (Sabe digirir?)

– Sei, entra. — destravo o carro e abro a porta pra ele.

¿Alguna vez has hecho el amor en el coche? ( Já fez amor no carro?) — gargalho.

– Não é da sua conta Piquerez. — é a vez dele de rir. – Entra nesse carro. — empurro seu corpo pro banco passageiro.

Parece que tiene experiencia. ( Você tem cara de ser experiente) — dou a volta no carro dando risada de sua fala.

– Depende pra que. — respondo colocando cinto nele que está praticamente jogado no banco. – Tenho 28 anos, mas minha alma é de criança.

Eres mayor que yo. ( Você é mais velha que eu.) — ele fala rindo debochado.

– Idaí? — ligo o carro enquanto ele continua rindo. – Nunca ouviu falar que panela velha que faz comida boa?

Soy bueno comiendo. — gargalho. – ¿Quieres que te coma?

– QUE? — meu grito saí até falho. – Você tá bêbado, cala a boca.

Pero mi cuerpo está muy sano. (Mas meu corpo está são.) — ele se ajeita no banco. – Y caliente, duro... (E quente, duro...) — passa a mão por cima da calça e ajeita seu próprio pau.

Arregalo um pouco os olhos enquanto observo ele mexer o quadril pra cima e pra baixo procurando uma posição confortável.

Muy duro Bruna, carajo, me está molestando. (Muito duro Bruna, porra, está me incomodando.) — mexe mais uma vez e me olha, desvio o olhar. – ¿Quieres ayudarme? (Não quer me ajudar?) — aperta.

– Não Piquerez, definitivamente não. — volto a prestar atenção na estrada.

¿Demasiado grande para ti? (Grande demais pra você?) — porra, porque que ele está apertando o próprio pau bem do meu lado. – ¿No quieres tocarme?

– Quando você estiver consciente a gente conversa. — respondo sem olhar pra ele.

¿Entonces quieres? (Então você quer?)

– Não disse isso. — respondo rindo.

¿No dije? (Não disse?)

Só de conseguir ver a entrada do nosso condomínio respiro em alívio, essa conversa está me deixando nervosa.

Te quiero, no puedo esperar a que te deslices sobre mi... (Eu quero você, não vejo a hora de te ver escorregando em cima do meu...)

– CHEGAMOS. — grito pra não escutar ele terminar a frase.

Saio do carro numa rapidez indescritível. Dou a volta tirando seu cinto e apoiando seus braço ao redor do meu pescoço.

Piquerez não joga todo o peso do seu corpo sobre o meu, me facilitando levá-lo até a porta da sua casa. Abro a porta com as chaves que ele me entregou e tento joga-ló no sofá, mas ele firma o corpo.

𝐒𝐄𝐌 𝐀𝐌𝐎𝐑. - 𝐉𝐎𝐀𝐐𝐔Í𝐍 𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙. (EM PAUSA)Where stories live. Discover now