Capítulo 23 - Confie em Mim

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"Como vieram parar aqui?!" escutei Amber dizer, ainda apontando em nossa direção. Sua expressão revela um misto de espanto e raiva.

—Invadindo, é claro — dou de ombros, irônico. —Como você veio parar aqui?!

—Por sua culpa! — ela se ergue da cama, segurando as barras da cela com ódio. —Por culpa dos dois!!!

—Como podemos ter algo a ver com isso? — troco um olhar confuso com o sardento, que também não faz ideia.

—Ace, Y/N!!! — o boneco atravessa a grade tranquilamente, abraçando minha perna. Me pergunto se os guardas sabem dessa peculiaridade.

—Olha só, seu bonequinho decorou nossos nomes! — sacudo minha perna para que a solte, e ela é jogado de volta até a cela.

É curioso como o pequeno é carinhoso. Parece até que somos seus amigos queridos de longa data.

—Ele não é meu boneco! — a moça sacode um pouco as barras, por birra.

—Eu vou procurar uma cela vazia pra gente — Ace decide, se despedindo com um beijo em minha bochecha.

—Volta logo! — aceno e volto meu olhar a dupla. —E então… falando sério agora, como veio parar aqui?

—Não que eu te deva alguma satisfação, mas tudo se deve a fruta que você comeu — ela se afasta um pouco.

—A Nendo Nendo no Mi… — me torno argila e passo por entre o vão das grades, entrando ao me tornar sólido.

—Ainda não consigo acreditar que estão usando esse nome ridículo… — a vejo se sentar na cama com a mão na testa.

—Faz sentido… é a fruta da argila, afinal — o esqueleto diz, se sentando ao lado dela.

—De qualquer forma… desde que a roubou fui sendo rebaixada cada vez mais em minha corporação — sinto seu olhar fervoroso me culpar.

—Hm… — não consigo sentir um pingo de remorso.

—Tentei seguir vocês até onde pude… mas um Imperador interceptou vocês primeiro.

—O Barba Branca! — o pequeno complementa as frases da morena. Ele é uma figura.

—Por ter deixado alguém com esse poder se aliar a um Imperador, fui exonerada de meu cargo — Amber suspira, frustrada.

—Como castigo final, fomos mandados para cá, para cumprir nossa sentença — o boneco fala, sacudindo as pernas.

—Temos mais dois anos de penitência… perdi meu emprego, meu status, minha liberdade… e tudo isso é sua culpa! — ela se ergue com o punho cerrado, partindo para cima de mim.

—Não me culpe se é incompetente — desvio tranquilamente, vendo a marca de seu soco na parede. —Se minha fruta é tão importante, deveria protegê-la com sua vida!

—Não venha dizer como fazer meu trabalho! — esticando seu dedo indicador, avança novamente em minha direção. —Shigan!

—Se alguém tivesse feito antes, talvez não estivesse aqui — nem me dou ao trabalho de atacá-la. Não vale a pena.

—Ora seu… — a mulher junta ambas as mãos em frente ao peito, as esticando em meu rumo. —Rokuogan!

O seu golpe atravessa a parede e a quebra, deixando um enorme buraco no local. A pessoa da cela ao lado olha através dele.

—Até mais, Amber — salto para fora, me tornando argila por apenas um segundo. —Tchau caveirudo!

Ace chama minha atenção no final do corredor com um assobio, e logo o alcanço para ver o local vazio que encontrou.

Precious Memories: Em ChamasWhere stories live. Discover now