Capítulo 13 - Piratas do Barba Branca

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[Troca de pov para Ace]

Após ficar desacordado por um longo período de tempo, finalmente recupero a consciência. Encontro-me em uma cama de hospital, cheio de remendos, coberto de bandagens e curativos.

Lembro de sempre me questionar como Y/N deve ter se sentido quando foi sequestrado por nós após desmaiar, e agora, acho que finalmente entendo sua angústia.

Ainda atordoado, tento me sentar e puxo a cortina que separa minha cama das outras. À minha vista, há duas figuras distintas.

O primeiro é um homem alto e robusto, com cabelos loiros e um olhar adormecido. Se aperto um pouco os olhos, ele parece uma fruta tropical.

Sua camisa aberta revela uma tatuagem de cruz com bigode, o infame símbolo de Barba Branca. Ele está de braços cruzados, conversando com a outra figura.

O segundo é um rosto familiar, meu querido arqueiro, Y/N. Ele tem uma expressão séria, e não consigo determinar se é raiva, medo ou preocupação.

Não consigo também ouvir o que dizem, estão longe demais. No entanto, a expressão de meu companheiro parece suavizar gradualmente.

Seja qual for o assunto, não gosto da atitude descontraída do maior, cheio de piadas, risadas e até toques com o [cor de cabelo].

Será que estou recuperado o suficiente para apagar esse sorriso presunçoso com um soco?

—Olha quem acordou-yoi — o homem loiro diz em minha direção.

—Ace!!! — Y/N exclama com um sorriso radiante ao me ver.

Ele corre até mim, seus braços envolvendo-me em um abraço apertado. Mesmo que minhas feridas ainda doam, eu não me importo.

—Oi…! você está bem!? Eles te machucaram!? — verifico se há feridas em sua cabeça ou braços.

—Se estou bem? Olhe para você! — se senta na cama e aponta para minhas bandagens. —Eu tomei um arranhãozinho, nada sério…

Passo meus dedos pelo seu corpo – por debaixo da camisa –, encontrando pontos que atravessam seu peito até seu abdômen. Subo o olhar, perplexo, e então arranco a peça de roupa.

—O que aconteceu com você?! — Sinto uma enxurrada de emoções.

Há raiva, por terem feito algo tão horrível com ele, e também culpa, por ter permitido que algo assim acontecesse.

—O que acontece quando se enfrenta alguém muito mais forte… — diz com um sorriso amargo. Meu peito arde com o comentário.

—Eu vou fazê-lo pagar, não se preocupe.

—Está tudo bem, já passou…

—Não. Ninguém pode machucar um amigo meu — estou determinado. —Ninguém pode ferir meu Y/N.

Encosto a cabeça em seu peito, ouvindo as batidas do seu coração. Elas aceleram, e seu abdômen se move ritmicamente enquanto respira. Ouço sua risada.

—Bwaha haha! Você consegue ser tão idiota às vezes, Ace... — diz de forma carinhosa, pousando a mão sob minha cabeça e acariciando suavemente.

—Vai achando que não tô falando sério… — subo meu olhar, depositando um beijo em sua ferida logo depois. 

O homem [cor de pele] ri ainda mais, me acertando um tapinha. Continuo a deixar mais beijos ali, lhe causando cócegas. Nem me dou conta do quão íntimo esse momento é.

Precious Memories: Em ChamasWhere stories live. Discover now