Capítulo 17 - Filhos de Wano

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Três dias depois…

—Ah…! Eu desisto! — Teach exclama, batendo o seu caneco contra o chão. Está arfando como um cão, cansado e com a barriga bem cheia.

Os piratas que estão ao nosso redor caem na gargalhada, alguns frustrados por terem perdido suas apostas, outros contentes pelo dinheiro fácil ganho.

—Poxa, eu estou apenas começando! — alcanço outro barril de saquê, virando-o na boca e arremessando-o longe em seguida. —Ah!

Estamos sentados um de frente ao outro no convés, em uma competição amigável para descobrir qual dos dois bebe mais. O moreno não deveria ter me desafiado, e muito menos, me subestimado.

—Eu te falei! Ninguém bebe tanto quanto o Y/N! — Ace se joga no chão próximo a mim, me abraçando lateralmente com um grande sorriso estampado no rosto.

—Para onde vai tanto álcool…? — Thatch está com a mão no queixo, analisando a cena horrorizado.

—Acho que serve de combustível pra ele-yoi… — Marco sorri de braços cruzados.

Nossa comemoração não é em vão, e sim, por conta do batismo de Ace como filho de Barba Branca. Contanto com o dia de hoje, já fazem três que o todo o navio está em completa farra.

—Vai, Y/N; anda… me diz logo o que você quer! — o barbudo pede em derrota, se deitando no chão, fadigado.

Combinamos que o perdedor deveria fazer um favor ao vencedor, não importando o quão difícil ou absurdo fosse.

—Olha, tem algo que eu ando procurando há um bom tempo… — levo o dedo ao queixo, pensando. —Você se lembra de um arco que encontraram junto a mim?

—Um arco, você diz?

—Sim. Eu sou um arqueiro, afinal.

—Achei que você só era um aspirante! Nunca te vi empunhando um arco… ou sequer atirando uma flecha  — o chef se serve de um pouco de saquê, nos acompanhando.

—Claro que não viu, estão lembrados que me sequestraram e roubaram meus pertences?

—Ei, ei! Não faça acusações sem provas!

—Nós temos o seu aljava e flechas, isso serve? — Thatch lembra.

—Não é o bastante.…

—Me diga então, como ele é? — o pançudo pergunta.

Izou – um dos comandantes que andava por ali – olha em minha direção, curioso em ouvir melhor o que falávamos.

—É turquesa, com pequenas protuberâncias na haste e com as pontas curvadas. Sua corda é dourada, e emite o som de mi menor ao ser dedilhada.

O descrevo sem poupar detalhes, para que não o confundam.

—Quanta informação! Você está inventando ou sua memória é realmente boa-yoi? — a fênix se senta junto a nós, alcançando um copo.

—Se você ouvisse cada coisa que ele se lembra… — Ace põe um pouco de bebida para Marco e para si.

—Não me lembro de algo assim, Y/N… tem certeza de que não o perdeu? — o chef coça a cabeça, confuso.

—Absoluta. Não esqueceria de um objeto tão valioso pra mim.

—Pode deixar eu procuro! — Teach volta a se sentar, com dificuldades.

—Obrigado!

O homem de kimono – que estava parado sem dizer palavra alguma – me observa de cima a baixo, como se me julgasse.

Precious Memories: Em ChamasWhere stories live. Discover now