Capítulo 19 - Um Ano Depois

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“Já faz um bom tempo desde que meu antigo bando se uniu ao Moby Dick sob a imponente bandeira de Barba Branca.

Com trezentos e sessenta e cinco dias desenrolados, os dois diários anteriores que usei para registrar minha jornada estão agora completamente preenchidos, e há apenas uma semana adquiri este novo volume.

Se porventura os meus antigos registros se perderem ou forem destruídos, começo estas primeiras páginas com um breve resumo de tudo o que vivi até aqui.

Seis dias após o desmantelamento do nosso bando e a cerimônia que fez Ace ser aceito como filho de Barba Branca, juntei-me a Izou na décima sexta divisão, onde submeti-me a um treinamento árduo que consumia a maior parte do meu dia.

As pausas só aconteciam quando a fome apertava. E mesmo assim, ainda enfrentava duelos noturnos contra Marco, na incansável busca por aprimorar o domínio sobre minha fruta do diabo.

Izou confessou que não era um espadachim de excelência, mas isso não era uma preocupação – outra pessoa me treinaria nisso.

Durante aqueles dez meses intensos, aprendi a manejar a katana com destreza. Tive aulas práticas com diversos samurais, onde cada golpe e movimento me eram incutidos com paciência.

Tornei-me um mestre do kenjutsu, capaz de cortar profundamente, dividindo até mesmo fios de cabelo ao meio, ou de acertar adversários sem cortá-los, atordoando-os com a lâmina não afiada.

Por mais que tenha adquirido esse conjunto de habilidades, mantive algumas características peculiares.

Como por exemplo, ainda não possuo domínio de meu haki. Também longe estou de ser tão polido e cortês quanto meus colegas de divisão.

A rudeza que trazia desde a minha chegada era difícil de ser domesticada, mas Izou tentava moldar-me com um pouco de etiqueta e o código de honra samurai.

Porém, eu resistia em algumas áreas, mantendo minhas maneiras ásperas.

Meu treinamento envolveu também aprimorar a mira, tornando-me tão preciso quanto os melhores atiradores do bando.

Apesar de meu haki ser fraco quando tento aprimorá-lo para defesa ou ataque, aprendi a usá-lo de um modo passivo. 

A habilidade conhecida como Haki da Observação me foi ensinada depois de muito tempo. Ela chegou em uma boa hora, já que não consigo me defender de golpes revestidos. 

Ace, para nossa surpresa, foi indicado como comandante da segunda divisão por sua proficiência e habilidades excepcionais em combate – algo que nem mesmo ele contava.

"Eu, comandante?" lembro-me de como questionou incrédulo durante um café da manhã.

"Sim. Já faz algum tempo que seu setor não possui um, e você é o melhor candidato-yoi." Marco, assim como o pai, via um enorme potencial nele.

"Mas e o Teach? Ele está aqui há muito mais tempo…" 

"Zehahahahaha! Não se preocupe, eu não tenho esse tipo de ambição." estava sorridente e se deliciando em uma torta de cereja – como sempre. 

"Vai em frente, comandante Ace!" brinquei, o entusiasmando com a ideia.

Eventualmente uma conversa reveladora ocorreu durante esse período, quando ele admitiu quem foi seu pai biológico para Barba Branca – que eu descobri se chamar Gol D. Roger, não Gold.

"Gurararara!!! Vocês realmente não tem nada em comum…" recordo-me de como não pareceu surpreso em momento algum.

Precious Memories: Em ChamasWhere stories live. Discover now