vida toda.

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E se eu te disser que eu só penso na gente?
E se tu quiser, nunca mais vai ter fim
Tentei me enganar, só que eu te quero sempre
Lembra da gente, não esquece de mim

Lua 🌊

- Abençoado, mente blindada, jogador caro. Anjos me guardam, mil hits na conta, marrento igual Romário. – Davi fez uma dancinha, vindo na minha direção, de uniforme laranja, chinelo e chuteira amarrada no ombro, uma de cada lado.

Não to falando que só dei a luz?

- Que isso, meu jogadô. – Brinquei, depois de gargalhar.

- Tô bonito? – Deu uma voltinha.

- Quando não tá? - Fiz ele dar mais uma. - Ta preparado?

- Quando não tô? – Revirei os olhos, rindo e abrindo a porta, enquanto ele entrava. Coloquei o cinto e fui pro banco da frente, ligando o som e dando partida. O observei, vendo ele olhando pra janela e balançando a perninha.

- Fala, meu amor.

- O papai vai aparecer, né? – Soltou depois de alguns segundos.

- Vai, claro que vai. Ta chegando já, a gente ta indo na frente só pra não atrasar, mas ele vai logo atrás. – Davi assentiu, voltando a olhar a paisagem.

- Vai dar tempo. – Afirmou pra si mesmo, enquanto eu concordava, mas pegava o celular no primeiro sinal pra ver se ele tinha mandado mensagem.

Gabriel teve jogo em Goias ontem, bate e volta, mas pro terror dos três, deu uma chuva do caralho e decidiram voltar hoje de manhã.

Gabi
ACABEI DE POUSAR
Já foram? Diz que da tempoooo

Lua
Da!!
Acabamos de sair de casa, o jogo dele é o segundo, vem tranquilo

Eu não sabia se dava, o transito do Rio é uma loucura independente do dia, mas estava tentando deixar os dois calmos.

Chegamos na escola, o negócio estava cheio, e conforme íamos nos aproximando, sentia a mãozinha dele ficando mais gelada. Um pouco antes de entrarmos na quadra, parei e abaixei na frente dele.

- Ei... Ta tudo bem?

- Ta, só tô um pouco nervoso.

- Vai dar tudo certo, cadê meu jogador caro?

- Ta aqui. – Riu. – O papai avisou se já ta vindo? – Olhou pro meu celular.

- Já ta vindo. Quer prender o cabelo?

- Não, gosto quando ele voa quando to correndo. – Ri.

- Ta bom meu rei dos cachos. Bom jogo, viu? A gente vai estar ali na arquibancada torcendo por você. Te amo.

- Também te amo, mamãe. – Demos um beijinho de esquimó. – Gustavo!! – Cortou o momento mãe e filho, chamando o amigo dele, que olhou e acenou animado, também de uniforme. – Tchau mamãe, até daqui a pouco.

E me largou como se nada, correndo em direção ao amiguinho. Ri olhando a cena, indo em direção a arquibancada, pensando no melhor lugar pra ficar.

Por ironia do destino, dois jogadores de um dos times que iam começar não chegaram, fazendo com que a partida do Davi fosse antes.

Se eu falar que eles foram bem, seria amor de mãe. Mas o outro time era pior e eles fizeram um gol, então tinhamos passado.
Eram só quatro times, então era basicamente semifinal e final, com jogos de 50 minutinhos. O meu bichinho sentou a pura tristeza no banco, observando a segunda partida. Peguei o celular, vendo se tinha chegado notificação.

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