Planos || Gabigol

amarrou.

"Só quer sentir o meu gosto
sabe qual é o modo
desafio o seu ego
quando sou eu que comando..."

Lua 🌊

Eles estavam certos, a estreia da loja tinha sido foda.

Lotou, vendemos várias peças, rolou até show improvisado de uns caras que faziam um som. Deu tão bom, que era segunda e eu estava aqui, me arrumando pra sair e comemorar com o Matheus.

Em plena segunda-feira.

Estava animada pra caralho pelo o que estava por vim, não via a hora do meu neguinho chegar no final da semana pra construir nosso futuro, só nós dois, em uma cidade nova. Tava cheia de saudade dele.

Sobre Gabriel, nunca mais vi. Quando ver de novo, penso em uma forma de buscar contato, hoje quero emcachaçar em paz.

- Que isso, ein? - Matheus apareceu na porta do quarto e eu dei uma voltinha.

- Tem que respeitar esse dupla, tá? Ta gatão tu.

- Pronta pra mais uma noite saindo gostosos e beijando zero bocas por todo mundo achar que somos um casal?

- Dez anos nessa, não aguento mais, ein? Apesar que você nem sente tanto, né? Sempre sai com alguém, época que viajavamos nunca foi embora sem uma gringa doida. Eu que tomava no cu, que mesmo depois que tu saia, ninguém chegava.

- Mais ou menos, né? Que até filho já fez. - Gargalhei alto.

- Vai se ferrar, Matheus. Vamos vai, bora bora. - Ele riu e nós descemos, pedindo uber da porta do condomínio.

- Agora que me liguei, não faço a minima ideia de onde estamos indo, só to seguindo seus passos como se tu conhecesse esse Rio de ponta a ponta.

- To carioquinha já pô, respeita. Show do pessoal da mainstreet, não é longe não, aqui pela Barra mesmo.

- Pegou ingresso ou estamos indo na cara e coragem?

- Os caras deram lá na loja pra agradecer.

- Bom demais ser empresário. - Fizemos um toque e ele riu.

- Tu sabe, o negrão tem o dom da labia. - Fomos conversando e logo chegamos na casa de show. O querido tinha o dom da lábia mesmo, que o ingresso era bem no camarote.

Esperava pista com horas pra pegar um balde, recebi lugar pra sentar e open bar.

- Ainda bem que viemos de uber, se já ia beber pagando, agora então. - Ele soltou, brindando comigo.

- Tu que me carregue, viu?

- Vamos voltar escorando um no outro que nem nas antigas, merecemos.

- Demais. Posso me declarar já ou espera mais algumas doses?

- Mais algumas doses pra eu poder falar de volta, sem alcool sabe que sou meio dificil de expor sentimentos. - Gargalhei.

- Jurou, né? Nego doce desse jeito.

- Minha face oculta, unica que merece é dona Marta, você e minha futura esposa. Já falei que vou esperar só até os 30 ein? Ela que se adiante pra aparecer logo, tempo ta acabando.