Te vejo em cores de Almodóvar
Ela muda na lua cheia
Caí no canto, é game over
Dama da meia-noite e meiaGabriel
- Praia me dá soninho, não te dá? - Deitou no meu ombro.
- Demais, filhote. Se não tivesse prometido que ia sair com a sua mãe, estaria tirando um ronco firme com você.
- Hmm... Vão jantar, é? - Gargalhei.
- Não, fofoqueirinho. Vamos em uma festa com seu dindo e a Mariana.
- Hm... - Segurei o riso, já sabia que vinha coisa. - Papai, a gente é melhor amigo, não é?
- Somos sim. - Ia sim ficar bobo toda vez que ele me chamasse assim.
- E a gente compartilha segredo, né?
- Sim senhor.
- Vou te contar um então. - Veio no meu ouvido. - Você gosta da mamãe. - Falou baixinho e os dois gargalharam.
- Claro que gosto, ela me deu o meu melhor presente. - Apertei o nariz dele, que riu, revirando os olhos.
A porta abriu e nós dois a olhamos.
Tá de sacanagem...
- Que lindaa!
- Gostaram? - Deu uma voltinha.
- Muito, tá gatona.
- Tá, tá ótimo. Ó, show! - Ela me olhou, segurando o riso.
- Vem aqui, meu gatinho. - Ele levantou, pulando da cama pro colo dela. - Vai se comportar na vovó?
- Sempre. Vou é dormir, quero nem saber de farra. - Seguramos o riso.
- Tô pronta, podemos ir? - Me olhou.
- Bora. Vem aqui, parceirinho. - Meti ele no meu ombro, saímos do quarto e fomos andando até a casa dos pais dela.
O moleque tava com tanto sono que foi tombando, tive que pegar ele no colo normal, enquanto ele me abraçava e deitava a cabeça no meu ombro.
- Chegamos, pequeno. - Acariciei as costas dele.
- Já?
- Já, foi no colo né gatão? - Lua falou e ele riu, coçando os olhos.
- Papai, é pra cuidar da mamãe, ein? A gente prometeu. - Lua me olhou e eu dei um sorrisinho.
- E vou cumprir, meu pequeno. - Fizemos nosso toque e a Larissa saiu, enquanto eu o colocava no chão.
Ele ia dormir aqui enquanto saíamos e íamos passar aqui pra pegar ele de manhã. Mas falar que surpreendentemente, a noite de boa com os dois era mais interessante que virar a noite na farra.
Mas o negócio é equilíbrio, né? Então já tava sentindo o gosto da cerveja daqui.
- Papai, é? - Ela disse, me fazendo rir.
- É chegado o grande momento. Me chamou assim na praia hoje cara, fiquei todo desconcertado. - Ela riu.
- Perco tudo com vocês dois juntos.
- Ele é meu parceiro demais. Mas aê... Tu quis me derrubar hoje, né? - Peguei sua mão, fazendo ela dar uma voltinha, observando o tomara que caia vermelho.
- Ficou bom? Fiquei com medo de fugir das minhas raízes buzianas.
- Tá carioquinha, mas tá gatona, dá pra perdoar.
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Planos || Gabigol
FanfictionTenho você por perto Nunca me senti tão completo Nunca me senti tão seguro Perco o medo do fim do Mundo [...]