Capítulo 46

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No dia seguinte, aproveitou que estavam sozinhas na sala de aula, por terem sido as primeiras a chegarem, e contou à Paty sobre todo o ocorrido na casa de Heliberto, o que pareceu a deixar chocada. Camila ainda tentava processar tudo o que acontecera no dia anterior, mas algumas coisas não faziam sentido em sua cabeça.

— Bom, eles criaram portais dimensionais, então provavelmente, isso é alguma tecnologia do futuro. — Paty sugeriu.

— Matil... Akemi pressionou o brinco que usava e mostrou sua verdadeira aparência, então parece que sim. — Sentiu um arrepio subir por sua espinha. — Realmente não sabemos com quem estamos lidando. Não temos o que fazer. — Se largou na cadeira. — Estamos perdidos. — Lembrou-se de Dian. Como será que ele estava? Ele pareceu ter ficado tão abalado quanto ela, no dia anterior. — Preciso falar com Dian.

— Seja quem quer que esteja por trás disso tudo, é bastante inteligente mesmo. Eu não tinha pensado que os supostos pais do seu amigo estariam mortos, e quem estavam no lugar deles, na verdade, eram Agentes da O.P.U.

— Diana Darc, provavelmente.

— Foi uma jogada inteligente da parte dela.

Camila apenas bufou.

— Isso só nos mostra o quão encurralados estamos. Por isso não quero que você se meta mais nisso.

— Vamos pensar em alguma coisa.

— Paty, isso não é um caso de assassinato qualquer como foi com o Daniel! — Se levantou. — Isso é um caso que envolve universos paralelos, viajantes dimensionais e agentes secretos homicidas!

— Eu sei disso. — Ela suspirou. — Mas não quero deixar você sozinha nessa. Não posso ver você ficar esperando novamente apenas alguém chegar e te matar e não fazer nada, igual no ano passado!

— Eu agradeço, de verdade. Mas não tem o que você possa fazer.

— A Leyla nos deu aquela pista. Eu realmente acredito que ela esteja tentando ajudar. Se talvez, você conseguisse vê-la de novo...

— Leyla não nos deu nenhuma pista! Sei que quer acreditar na bondade da sua amiga, mas ela e Tiago se tornaram aliados da O.P.U! Fazem parte daquele lado do jogo, não do nosso! Nós estamos aqui, correndo risco de vida e eles se quer se importam!

Paty não se atreveu a falar mais nada. Apenas olhava para o nada, pensativa. Camila se sentou novamente. Sua cabeça doía de tanto pensar. Tinha tanta coisa acontecendo, e não conseguir resolver nada, a deixava louca. Talvez sua única opção fosse mesmo apenas esperar a O.P.U agir e a matar.

Sentiu um aperto no peito. Se isso realmente acontecesse, significava que todos os Viajantes iriam morrer também. Dian, Heliberto, Godofredo, os Viajantes de Pandiógeis. Todos iriam ter o mesmo destino das pessoas que foram achadas em Nierfand.

Viu a porta da sala de aula se abrir, e viu Henrique e Lucas entrarem. Os dois colocaram suas mochilas nas cadeiras atrás dela e se sentaram.

— Bom dia! — Lucas as cumprimentou. — Que caras são essas? Parecem que viram um fantasma.

— Antes fosse. — Camila suspirou.

Viu mais três alunos entrarem no local, e logo atrás deles, viram Melina e Leonie, o que a fez se sentir confusa. Leonie apenas parou na porta e lançou à Melina um olhar de reprovação, que revirou os olhos. Camila olhou para Paty, que também pareceu perceber a presença das duas ali, e lhe retribuiu o mesmo olhar confuso. Aas duas observaram Melina caminhar hesitantemente até eles.

— Eu.... — Ela suspirou. — não acredito que estou fazendo isso, mas..., eu queria pedir desculpas pela... maneira ridícula que eu tratei vocês e... por ter sido uma escrota.

A Viajante - A Resistência Secreta (Livro 2)Where stories live. Discover now