As semanas seguintes foram bem mais calmas do que Camila pensou que seria. A O.P.U ainda não havia dado nenhum sinal. Nenhuma tentativa de assassinato contra ela e contra nenhum dos outros Viajantes. Dian parecia estar bem mais tranquilo com tudo. Porém, ele raramente dizia algo sobre si. Camila concluiu que talvez, ele fosse bem reservado e não gostasse de falar sobre coisas pessoais, o que não permitiu que ela o conhecesse muito.
As exigências que Paty havia feito ao Diretor haviam sido atendidas. Bom, algumas. No final do mês de setembro, Pablo havia anunciado a mudança de que os alunos de bolsa agora poderiam tirar as mesmas notas dos estudantes de Marion e Presépsis. Lucas foi o primeiro a comemorar quando estavam no refeitório, se não quem mais comemorou.
— Isso é ótimo! — Ele comentou, sorridente. — Não vou ter que me preocupar do mesmo jeito que me preocupei do ano passado. Agora vou poder voltar a matar aula.
— Se você fizer isso, vou falar com o Diretor para ele aplicar essa nova regra a todos, mas com exceção de você. — Paty disse em um tom sério.
— Eu estou brincando! Mas você não faria isso, não é? — O sorriso em seu rosto se desfez quando a menina não o respondeu e lhe lançou um olhar enigmático. — Não é, Paty?
— Eae, gente! — Pleasy os cumprimentou enquanto se sentava ao lado deles, na mesa do refeitório. — Se deu bem, Lucas. Eu sempre percebi que você não era muito estudioso. Se continuasse assim, iria repetir.
— Bom, você não falou nenhuma mentira, — Lucas riu. — Mas eu não iria repetir, eu iria ser expulso. Os estudantes de bolsa, caso tirassem nota baixa, eram expulsos.
— Sério, galerinha? — Pleasy pareceu surpresa. — Nossa, que ditadura. Que bom que os tempos de sofrimento passaram.
— Aliás, ainda não entendo como você ganhou bolsa se suas notas não são boas. — Paty lançou um olhar desconfiado ao garoto.
— Bem..., não são. — Ele pousou o olhar no prato de comida, parecendo aflito. — Sabe... essa escola tem um ensino muito puxado.
— A Lia chegou! — Henrique apontou na direção da entrada do refeitório, onde Lia passava o olho pelo local, parecendo procurar alguma coisa. Os quatro acenaram para ela, com as mãos levantadas. Quando a menina os viu, sorriu, e começou a caminhar na direção deles.
— Ah... eu preciso ir! — Lucas se levantando apressadamente do banco e saiu correndo.
— E deixou a comida. — Paty revirou os olhos.
— Oi, gente! — Lia se sentou perto deles, e ao seu lado, Camila percebeu que havia um menino de pele negra e alto. — Esse é o Felipe. Ele é novo aqui na I.E.T, e estuda na 2000B.
Ele sorriu amigavelmente para os quatro.
— Você é de onde? — Henrique perguntou.
— Sou de Pandiógeis.
— O Lucas também é de lá.
— Lucas? — Felipe desfez o sorriso e os olhou com uma expressão séria e confusa.
— Sim. — Camila respondeu. — Mas ele saiu daqui agora. — Virou a cabeça para olhar em volta. O garoto havia sumido.
— Ele anda bem estranho. — Paty comentou com seu já conhecido olhar desconfiado.
— É melhor irmos logo para a sala antes que o sinal toque. — Pleasy falou. — Aliás, devia de ter mais de um elevador por aqui.
— Eu também acho. — Lia concordou. — Mas sempre que eu, meu pai ou minha mãe vamos falar com meu tio sobre, ele diz que não precisa, sendo que muitos estudantes reclamam disso.
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A Viajante - A Resistência Secreta (Livro 2)
Science Fiction⚠ Atenção, este é o segundo livro da triologia "A Viajante". A sinopse pode conter spoilers! ⚠ Sem a ajuda de Henry Danly, os Viajantes se veem perdidos e sem nenhum rumo para seguir em frente ou encontrar as soluções de seus problemas. Após se liv...