A Viajante - A Resistência Secreta (Livro 2)

Capítulo 31

— Eu sabia! — Paty exclamou enquanto andavam pelo corredor, em direção à escadaria. Camila havia lhe contado sobre tudo o que descobriu. — Ele nunca iria arranjar uma atividade em grupo para a escola por simplesmente se importar com alunos.

Havia acontecido tanta coisa em apenas um dia. O encontro com Leyla e o prazo de Ximú, e agora, isso. Estava acontecendo muita coisa em pouco tempo. Ainda tinha muitas dúvidas. Quem era essa Darc? Ela seria mesmo da O.P.U?

— Por que a O.P.U iria querer informações do Diretor se já sabem sobre bastante coisa?

— A O.P.U pode saber de bastante coisa, mas não é onisciente. Devem ter coisas que eles não sabem. — Paty pareceu pensar. — Eles parecem suspeitar de que eu sei sobre o seu segredo.

— Provavelmente já sabem.

— Você acha... que a Leyla contou?

Apenas ficou calada. Sabia que esse assunto mexia com Paty, e não queria magoá-la ainda mais.

— Você agora está em mais perigo do que nunca. — Foi tudo o que disse, parando de andar antes de começar a descer os degraus. — Paty..., se eles descobrirem que você...

— Olha até onde chegamos. — Ela fez o mesmo e a encarou. — Não vou deixar de te ajudar! Eu sei no que estou me metendo, e eu fiz uma promessa, lembra? Eu sempre cumpro uma promessa. Não importa quais sejam as circunstâncias, eu vou até o fim!

— Você sabe que lado a Leyla escolheu. Você já sabe que ela está viva, não precisa continuar nisso. Até porque, eu nem quis mais investigar quem estava por trás da tentativa de assassinato dela junto do Daniel. Você não tem mais nenhum envolvimento com nada do que está acontecendo.

— Eu entendo o seu lado, não foi um bom momento para eu pedir para você continuar com essa história do assassinato da Leyla. E sim, no início eu estava nisso tudo para fazer justiça por ela, mas porque acha que eu resolvi te ajudar nessa história toda? Eu já não tinha mais nenhum envolvimento com isso desde que resolvemos o Caso Scarlett no ano passado.

— Então..., porque está me ajudando?

— Eu já disse, não lembra? Por que gosto de ajudar pessoas legais. E também... porque você é minha amiga, Camila.

Não conseguiu dizer nada, apenas sorriu. Não sabia que Paty a considerava assim, e isso realmente melhorou seu dia, nem que tenha sido um pouquinho.

— Você também é minha amiga. E por isso mesmo, não posso deixar que fique em perigo.

— Eu sei muito bem o que estou fazendo.

— Leyla! — Escutou a voz de Lia a chamando. As duas se viraram para encarar a menina. — Eu queria me desculpar pelo o que o meu tio fez.

— Não precisa se desculpar por tudo o que o seu tio faz, Lia. Ele já é adulto, não?

— Eu não entendi. Ele não ficou assim tão estranho só porque você foi ao banheiro, não é? — Ela pareceu desconfiada. — Tem alguma coisa acontecendo que eu não esteja sabendo?

— É ao seu tio que você deve perguntar isso. Ele esconde muitas coisas da sua família.

— É exatamente por ter uma noção disso que estou te perguntando. — Ela suspirou. — Quando tivemos aquela conversa no começo do ano, e você me contou sobre suspeitar que o meu tio estava envolvido com desvio de dinheiro, eu realmente não quis acreditar. Mas ultimamente, ele anda bem estranho.

— Estranho? Estranho como?

— Bem, não só relacionado à escola, mas... — Ela olhou em volta para se certificar de que ninguém estava escutando. —... em relação ao governo do nosso país também.