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Capítulo 31

Haiukan

Na noite seguinte

— Fale-me sobre sua vida aqui. — Começo, testando com cuidado.

— Você não sabe de tudo? Não colocou alguém atrás de mim?

Ele não parece estar com raiva ao me perguntar aquilo, mas somente curioso.

— Recebo reletórios diários de suas atividades. — Respondo, porque não tenho razão para mentir. — Sei que está em segurança, mas estou perguntando sobre o resto.

— Eu voltei a estudar.

— Em um colégio? — Pergunto. Se for esse o caso, meus homens falharam em monitorá-lo.

Eu determinei que reletassem seu dia a dia, sem deixar nada de fora.

Há cerca de meia hora, fui buscá-lo no trabalho e antes de entrar na loja, observei-o do lado de fora. ele parecia feliz enquanto conversava com um gato amarelo.

Percebi que mesmo com o tempo que passamos juntos, conhecemos muito pouco um do outro.

Yao nunca me disse que gostava de animais.

Viemos do trabalho dele direto para casa e mal pusemos os pés em sua sala, estávamos nus nos braços um do outro. Duas horas depois, pedimos comida chinesa e agora estamos conversando na cama, sua cabeça em meu colo.

A cena doméstica me faz sentir falta de algo que eu nunca tive. Como isso é possível?

Não tenho a menor ideia, mas ver Yao relexado e protegido parece a porra de um sonho.

— Não. Eu me matriculei em um curso não-presencial. Online — ele responde.

— Isso significa que você poderia fazê-lo em qualquer lugar?

— Que pergunta é essa?

Não sou do tipo que deixa algo nas entrelinhas, então resolvo abrir o jogo.

— Volte comigo para Atlanta. Vamos retomar os planos de morar juntos.

— Retomar? Não tínhamos plano algum. Você me comunicou  que eu poderia ficar no seu apartamento, mas não me disse nada sobre virarmos um casal. Essa sua proposta é porque quer me proteger?

— Nós não temos  que virar um casal. Nós somos um casal. E sobre protegê-lo, eu sempre cuidarei para que esteja seguro, ficando você comigo ou não, mas não é disso que se trata.

— O que, então?

— Eu quero que seja meu namorado, marido ou qualquer rótulo que queira dar, mas seja meu, só meu.

Ele não responde por um tempo, os olhos lindos prescrutando meu rosto e fazendo minha ansiedade voar.

— Como isso funcionaria? — Enfim pergunta.

— Não entendi.

— Conheço seu jeito mandão e eu não vou viver dentro de uma prisão outra vez. Como eu disse, comecei a estudar e tenho um emprego. Se eu aceitar voltar para Atlanta, vou continuar a trabalhar. Também pretendo fazer terapia e aulas de defesa pessoal.

— São muitos planos.

— Não deboche.

— Não estou debochando e nem o proibirei de fazer nada. Você é livre, Yao. Comigo você sempre será livre. Só tem uma coisa da qual não abrirei mão.

— O quê?

— Não se coloque em risco. Você pode fazer o que quiser. Estudar, ir à terapia, trabalhar, mas tem que saber o que significa ser o namorado de alguém como eu.

𝕺 𝖒𝖆𝖋𝖎𝖔𝖘𝖔 𝖊 𝖘𝖚𝖆 𝖔𝖇𝖘𝖊𝖘𝖘ã𝖔Where stories live. Discover now