017

85 22 0
                                    

Capítulo 17

Zanjin

Último dia deles no chalé na Suíça

Eu demorei a me levantar da cama, mais do que o normal. Sei que ele saiu cedo para correr como sempre faz e o escutei voltar e seguir direto para o chuveiro. Ele mal havia aberto a água quando entrei no banheiro.

— Posso tomar banho com você? — Peço, sem ter muita certeza do que estou fazendo.

É a primeira vez que tento algo assim à luz do dia. Deixar que ele me veja, quero dizer.

Continuamos a transar no escuro e mesmo que a cada vez eu me sinta mais íntimo de Haiukan , sei que essa é uma barreira que ainda mantenho entre nós dois.

Hoje, no entanto, é nosso último dia na Suíça. Apesar dele me dizer que a nossa história não terminará aqui, não há garantias de que teremos outras oportunidades de ficarmos juntos, então decidi dar esse passo em nosso relacionamento.

Somente a possiblidade de que o que temos chegará ao fim, me deixa um pouco louco e sem esperar sua concordância, começo a abrir os botões da camisa.

— Se vai ficar nu para mim, faça isso olhando nos meus olhos — ele comanda ao ver que mantenho meu olhar fixo no chão.

Não é só por vergonha dele, mas também por causa dos espelhos. Eu ainda não contei a ele como não os suporto e o desse banheiro é enorme.

Eu sei que está me desafiando a recuar. Haiukan  tem andado irritado e eu acho que entendo a razão.

Só posso imaginar que seja porque eu ainda não quis contar a verdade sobre o meu passado.

Mas se ele pensa que vou voltar atrás, está muito enganado. Não sei quanto tempo nos resta e sou corajoso o bastante para admitir que estou apaixonado. Então, não abrirei mão de viver a experiência completa com ele.

Hoje, quero tudo entre nós dois.

Desistindo dos botões, seguro a barra da camisa e a puxo por cima da cabeça. Desvio um instante de seu olhar e vejo seu pênis, que estava semi ereto, se erguer completamente.

Uma onda de desejo me domina, deixando minhas pernas trêmulas.

As últimas semanas têm sido de conhecimento mútuo, onde ele tem me ensinado sobre meu corpo e feito muito pela minha autoestima. Não tenho a ilusão de que os anos em que fui escravizado serão apagados de um momento para o outro — talvez, nunca — mas ao menos sei que ainda tenho recuperação.

O problema é que sei que depois de Haiukan , qualquer relacionamento que eu venha a ter nunca passará de um rascunho do que ele me faz sentir.

Mesmo sem dizer as palavras, me mostra que sou precioso. Ele me adora em silêncio quando me toma em seus braços noite após noite. Nunca me solta, como se quisesse garantir que eu não irei para longe. É uma sensação deliciosa e assustadora, mas passei a me ver pelos olhos dele e isso tem ajudado no processo de reaprender a me amar.

— Tire a cueca também.

— Sim, senhor. — Brinco parcialmente, porque a verdade é que eu gosto de me submeter a ele.

Com Haiukan , eu sempre tenho uma escolha e isso me faz sentir forte e poderoso, ainda que essa escolha seja ser seu ômega bonzinho.

Tiro a cueca e o encaro sem pudor ou reservas .

E então, dou o primeiro passo para assumir os meus desejos como um ômega normal. Até hoje, eu o deixei me guiar.

— Eu quero você — digo.

𝕺 𝖒𝖆𝖋𝖎𝖔𝖘𝖔 𝖊 𝖘𝖚𝖆 𝖔𝖇𝖘𝖊𝖘𝖘ã𝖔Onde histórias criam vida. Descubra agora