Deserve You • Raphael Veiga [PAUSADA]

Quarenta e Três

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📌 16 semanas de gestação. 21 de maio de 2023. Rio de Janeiro.

T A T I A N A

— Respira, Tati. Respira. — Desirée pede enquanto eu ando em círculos na sala da casa do camisa 10.

— Puta que pariu. Qual o problema do Gabriel? — passo as mãos pelo cabelo em desespero.

— Amiga, sem querer defender, mas ele já tinha marcado a resenha antes de saber que você vinha. — Desirée tenta aliviar a barra do jogador.

— Você tá do lado de quem? Olha só como são as coisas. — ponho uma das mãos no peito fingindo estar ofendida. — Ele poderia simplesmente ter me avisado, que eu sequer pisaria aqui.

Isso pode dar uma puta confusão. Pode não, eu sei que vai dar uma puta confusão. Logo agora que as coisas estão finalmente tranquilas entre eu e Raphael. Eu com certeza teria repensado mil vezes em vir se eu soubesse que o Yuri estaria presente.

E não é nem pelo fato de Raphael não lidar bem com ciúmes, pelo contrário, isso é o menor dos problemas. O problema é que eu realmente não me sinto bem tendo que lidar de frente com algo do meu passado que eu simplesmente ignorei por anos. A gente ficou, eu não quis mais e evitava ele o máximo que podia. E por todos esses anos foi assim até o dia de hoje. Não era algo que eu queria resolver nem agora nem nunca.

— Ele não queria que eu ficasse sozinha aqui assim como eu não queria que você ficasse sozinha lá. Deixa disso, Tati. Yuri é insignificante. A vida seguiu. Fiquei sabendo que ele até namora uma loirinha sem sal amiga da Dhio. — novamente Dedê tenta aliviar o clima.

Namora, é? A única coisa que eu sei da vida dele é que ele tem uma filha. Achei até que ainda fosse casado. Seguiu toda a linha que a maioria dos jogadores seguem. Mas pelo visto não vingou.

— Ah é? Que bom pra ele. Ainda assim, quero longe de mim. Então acho que vou subir pra dormir. — viro as costas mas sou puxada pelo braço.

— Deixa de onda, Tatiana. Vai deixar o Yuri estragar sua festa? — põe as mãos na cintura.

— Que festa? Eu tava ali em pé comendo salgadinhos, apenas. Agora meu filho está alimentado e quer que eu durma. — uso Pietro de escudo.

— Nada disso. Vamos, por mim. Fica mais um pouquinho, prometo que não saio do seu lado. — Desirée pede com as mãos juntas.

— Você vai ficar me devendo essa. — aponto o dedo em direção à morena que comemora me puxando para o lado de fora da festa.

Andamos até um dos espaços mais calmos. Um pouco perto da piscina. Meus pés estão um tanto cansados de ficar em pé, mas resisto bravamente.

— Acredita que ele me apresentou pra todos os amigos dele? O Gerson, aquele que veio do Olympique, tá de olho na Débora do Gómez. — fofoca baixinho.

— Eu acredito em tudo que vem do Gabi a partir de agora. Se ele tinha chances de ser padrinho do meu filho, agora não tem mais. 1000x0 pro Fabinho. — tagarelo e Desirée sorri nasalado.

— Como que vai ser padrinho do seu filho se você vai embora no final de tudo? — estala a língua no céu da boca e me deixa sem palavras.

Fui pega no pulo. Deixei minha emoção falar muito mais alto que a razão. Ela tem razão, eu vou embora no final de tudo, mas vez ou outra eu penso alto como se eu realmente fosse ficar. Igual aconteceu agora.