Vinte e Um

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📌 12 semanas de gestação. 29 de abril de 2023.

R A P H A E L

— Coé, como assim tu deixou o Gabigol entrar com tua mulher lá pra dentro, só os dois? — Zé Rafael se pronuncia até mesmo antes de Endrick.

Pois é. Como que eu deixei minha mulher entrar pra conversar sozinha com o Gabigol?

Minha.

Ela nem sequer é minha.

E eu não sabia que queria tanto que fosse até ver ela toda de segredinho com o camisa 10 do Flamengo.

— É o Gabigol, PORRA! — recebo um tapa no pescoço de Gabriel Menino.

Percebo que Desirée não está na mesa, apenas Joaco que permanece pensativo.

— E vocês querem que eu faça o quê? Tatiana não é "minha", igual vocês estão falando, e nem se fosse. Vou trancar ela no quarto? — sou um pouco mais firme do que o normal.

— Sei lá, cara. Só faz algo. Se não a gente vai ser obrigado a mudar a música de novo. — Murilo me faz levantar a sobrancelha sem entender.

— Que música?

— "Ô Rapha Veiga, como que é, o Gabigol pegou tua mulher." — Endrick cantarola.

Ah não pode ser. Não mesmo. Eu prefiro levar 5 gols do Flamengo em uma final, fazer um gol contra, ou sei lá, ser treinado pelo Vítor Pereira, do que imaginar o Gabriel tendo algo com a Tatiana.

— Na boa, namoral mesmo, vão se foder. Sério. — aponto o dedo na direção do grupinho que gargalha com o meu desespero.

— Isso é ciúme, papi Veiga? — Endrick me cutuca.

Eu me pergunto isso também. Será que é ciúme? Caralho, eu nunca tinha me sentido ameaçado assim, e olha que eu namorei muitos anos com a Bruna. Em nenhum momento eu passei por uma situação assim.

Acho que o fato de ser o Gabigol e não qualquer outra pessoa da face da terra, me faz ficar ainda mais inseguro, e eu odeio me sentir assim. Mas qual é, me comparam com o cara a todo instante. Comparam o jeito que a gente bate pênalti, os títulos que a gente ganha, rola até enquete de quem é mais ídolo do clube. E agora simplesmente o cara aparece aqui, na minha comemoração, trazendo presentinho pro meu filho e alugando a mãe do moleque. Porra.

Tatiana morre se pensar que eu chamei ela de mãe do meu filho, ou que falei "nosso" filho. Mas ela talvez não lembre que também chamou ele de "meu". O contrato já foi parar na casa do caralho, pelo menos por hoje.

Eu sinto como se realmente hoje, excepcionalmente hoje, todo esse nosso teatrinho de amigos que estão esperando um filho, saiu do script. Saiu total. Porque a cada vez que lembro que nesse exato momento ela e Gabriel Barbosa estão conversando sabe-se lá o que lá dentro, meu sangue ferve.

— Vai ficar aí sentado mesmo, manézão? Parece que o bobão da vez não é nosso uruguaio. — Luan sorri.

Olho de relance para o uruguaio que permanece um tanto sério mas solta uma risadinha irônica.

— Ele tá é querendo que o Gabigol dedique um gol pra Tatiana. Só pode. — Zé joga lenha na fogueira.

Ah, fala sério. É capaz de eu cometer um crime de ódio.

— Não se preocupa, Papi. Eu e o Menino vamos entrar lá por você e acabar com a raça do Gabigol. — Endrick levanta e passa o braço pelo ombro do camisa 25 que na mesma hora se mexe para tira-lo dali.

Deserve You • Raphael Veiga [PAUSADA]Where stories live. Discover now