Deserve You • Raphael Veiga [PAUSADA]

Trinta e Nove

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📌 16 semanas de gestação. 21 de maio de 2023. Aeroporto Internacional de Guarulhos. São Paulo.

T A T I A N A

— Tem certeza que vai ficar tudo bem por lá? — Raphael pergunta pela milésima vez.

Decidi que não queria ficar sozinha em casa enquanto Raphael viaja pra jogar e Desirée me chamou para ficar com ela uns dias lá no Rio, já que o Gabriel também vai viajar pra jogar. Nada melhor do que tempo de qualidade com minha amiga. Muito melhor do que ficar de cara pra cima por vários dias.

— Tenho, Veiguinha. Fica tranquilo. — sorrio baixo.

Óbvio que a ideia não agradou o jogador do Palmeiras com quem eu tô tendo uma relação sem rótulos. Mas ele entendeu que não é bom pra mim ficar sozinha, principalmente depois da minha recente crise.

Fazia muito tempo que eu não ficava tão mal como fiquei aquele dia e até guardei a caixa para não ficar remoendo mais e mais. A única coisa boa nisso tudo foi a proximidade que eu e Raphael tivemos, finalmente posso me permitir sentir o que sinto, sem ter tanto medo. Estamos bem, e o melhor, estamos felizes.

Ah, também decidimos o nome do neném. Pietro. Mas não contamos pra ninguém ainda. Desirée vai ser a primeira a saber.

— Você quer ir mesmo em um jogo do Flamengo no Maracanã? — Raphael continua perguntando e faz uma careta.

Ciúmes? Porque se for, tá engraçado.

— Eu não vou vestir a camisa do Flamengo, se é isso que te incomoda. Se eu pudesse iria com o seu uniforme lindíssimo desse ano com aquela gola verde fluorescente que chama atenção a metros. Mas eu ainda tenho amor à minha vida e também carrego um futuro Veiga no meu ventre, então, é melhor não. Vou ver como a Dedê vai, provavelmente neutra, e tento ir parecida. — ajeito a passagem que comprei em cima da hora.

— Não sei como a Desirée topou ir. É, tipo, os dois times que ela mais odeia. — dá ombros.

— E os dois times que você também mais odeia. — estalo a língua no céu da boca e ouço ele fazer apenas "tsc, tsc". — Ela só vai por livre e espontânea pressão, e pelo que eu pude perceber as coisas por lá estão um pouco melhores.

Não entendi direito mas por algum motivo eles não estão mais se matando como antes. Só saberei o que realmente anda acontecendo quando estiver lá.

— Tem certeza que não quer ficar em um hotel? Eu posso pagar. — continua falando.

— A Dedê já me chamou pra ficar lá. E eu acho bem melhor. A intenção é não ficar sozinha, Raphael. — faço cara de tédio.

— O problema é que a casa da Desirée é a casa do Gabigol. Ai, Tatiana. — passa as mãos no cabelo nervoso.

— Ei. Para de surto. Vai pra casa, arruma suas coisas e viaja tranquilo, papai. Eu e Pippo estamos bem e vamos nos divertir no Rio de Janeiro. Você vai pro Paraguai garantir nossa vaga na próxima fase da Libertadores. E já já estaremos todos juntos em casa. Eu, você e ele. — aponto pra barriga o que faz a postura brava de Raphael mudar para um sorrisinho bobo.

Ok, tô aprendendo a lidar cada vez melhor com ele.

— Filho, cuida direitinho da mamãe, tá bom? — passa a mão na minha barriga, o que me causa o arrepio de sempre. — Ai, meu Deus! Sabe o que eu lembrei Tatiana? De um lado tem o mala do Gabigol e do outro lado tem o modelo da Fiel.