Três

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📌 No outro dia

T A T I A N A

Minha cabeça dói como se fosse explodir a qualquer momento. Minha boca está seca como o deserto. Tento me mover mas não consigo. E quando estico o braço para tentar entender, toco outro corpo sem ser o meu.

Puta que pariu.

O que foi que aconteceu aqui?

Abro os olhos rapidamente e vejo Raphael abraçado ao meu tronco, a cabeça dele está em meio ao meu busto. Nossas pernas estão entrelaçadas. Eu tô vestindo uma camisa do Palmeiras e nada mais.

Os cabelos do jogador estão bagunçados e, pelo que eu consigo perceber, ele está usando uma cueca.

Menos mal? Não sei. Não consigo pensar. Não consigo raciocinar.

Lapsos de memória começam a aparecer. A gente bebeu muito. E a gente transou. Transou com a desculpa de que iríamos logo fazer o bebê dele.

Porra.

Isso compromete o contrato.

Ou não.

Não tem nenhuma cláusula que nos impede de fazer sexo. Eu só não vou ter contato com ele e nem com o bebê no final de tudo. Mas sequer tem bebê aqui. Isso tudo foi só um deslize.

Tento desesperadamente sair daqui sem acordá-lo. Sem sucesso. Raphael se mexe por cima de mim e se ajeita ao meu lado, abrindo os olhos devagar e os arregalando assim que me vê.

— Tatiana? Que porra aconteceu? — fecha os olhos ao sentir a mesma dor de cabeça que eu.

— Bebemos demais. Queríamos fazer logo o seu bebê. E bom... tentamos. — o faço lembrar.

Ele fecha os olhos novamente e parece cair na real.

— Porra. E o contrato? Fodemos o contrato! — pensa do mesmo jeito que eu.

O meu sonho e o sonho dele estão em jogo. O desespero é válido.

— Não tem nenhuma cláusula que nos impeça de ter relações. E foi só um deslize. — tento amenizar a situação.

— A gente pode fingir que isso não aconteceu, não é? — olha nos meus olhos enquanto eu amarro o cabelo.

— Por favor. Pelo bem do nosso convívio e do acordo que temos. Seu filho é a prioridade. — concordo com o jogador.

O clima fica estranho. Ontem parecíamos estranhos. Depois, íntimos. Íntimos até demais. E aí agora somos completos estranhos, pior do que era antes.

— Tá. Então, hum. Você não desistiu, né? De gerar meu filho? — parece receoso e eu nego.

— Não. Isso só não vai acontecer novamente. — aponto para nós dois.

Eu não quero envolver nenhum sentimento nisso. Nem que seja desejo. Isso é um trabalho. Eu não posso mais escapar da profissionalidade. A gente pode, no máximo, ter uma relação de amizade enquanto eu estiver gerando o bebê, mas nada que comprometa o contrato. Nada mais.

— Eu tô indo, então. Pro treino. Me avisa quando tiver em casa. A Irene deve estar lá embaixo. Ela já estava a par sobre você vir morar aqui e ter um filho meu. Mas ela não sabe a verdade, ela acha que você está grávida já. E que eu só fui um bom homem e não te abandonei. Então, sustente isso. — pede e eu assinto.

Um bom homem não, fez sua obrigação.

— Tá. Tudo bem. — me ajeito na cama. — Raphael? Alguém sem ser eu, o Marcos e o Cury sabem a verdade? — pergunto curiosa.

Deserve You • Raphael Veiga [PAUSADA]Where stories live. Discover now