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Escorpião.

Escorpião: Não posso perder nenhum deles dois Carol, seria culpa minha se ela perde-se a vida e a oportunidade de cuidar da cria dela.

Carol: você não tem culpa de nada do que está acontecendo escorpião, o Paulo inferniza a vida da Karina a muito mais tempo que isso.

Eu não conseguia segurar minhas lágrimas, mas eu também não conseguia olhar para a cara da Carol enquanto chorava.

Faz exatamente 4 horas que a Karina está em cirurgia e nada de notícias sobre ela, estou bastante preocupado com a situação que ela está.

Ela chegou aqui já desmaiada, fraca, com muito sangue escorrendo e os médicos levaram logo pra cirurgia sem mais nem menos.

Oque me deixa mais preocupado porque até agora ninguém veio falar NADA.

Karina.

oito horas mais tarde...

Eu sentia uma dor imensa no meu corpo, Como se eu tivesse levado uma surra muito forte.

Não fazia ideia de onde eu estava, não consegui abrir meu olho.

Eu não tinha força nem para mexer os dedos da minha mão.

"Você vai morrer"

"Sua vagabunda miserável"

"Você acha que tem chances de ser mãe?"

"Eu te mato Karina, eu te mato"

Essas palavras era como sussurros no meu ouvido, desde quando eu acordei eu não parava de escutar essas coisas.

Mas eu também não conseguia nem abrir meus olhos para tentar sair desse pesadelo.

"Ele não vai chegar a tempo de salvar você e o bebê"

"Qual o nome você daria a esse pedaço de merda dentro da sua barriga?"

"Não chore, Eu ainda estou sendo muito legal com você."

Sinto minhas lágrimas descerem e uma vontade imensa de gritar bem alto.

Karina: SOCORROO. - Gritei conseguindo abrir meus olhos, minha respiração estava tão forte, começa a olhar pelos cantos e percebo que estou numa sala de hospital.

Começo a limpar minhas lágrimas, percebendo que todas essas vozes na minha mente são só sussurros.

E eu só conseguia escutar elas de olhos fechados.

A porta é aberta brutalmente por vários médicos, me fazendo assustar.

Doutor: Boa noite, Karina. - O doutor fala. - faz um tempão que você tá dormindo. Acho que no mínimo algumas horas. Você saiu da cirurgia e não respondeu a nada, não deu nenhum sinal se estava bem.

Eu só conseguia prestar atenção nas palavras dele.

Doutor: Bom, a sua cirurgia Foi espetacular. Ocorreu tudo bem. - Ele sorriu. - você perdeu bastante sangue então a gente entendeu que depois da cirurgia você precisava de um descanso.

Karina: Meu bebê, onde está ? - perguntei sentindo que as lágrimas não paravam de cair sobre meu rosto.

O doutor parecia tenso, ele não tinha uma expressão muito boa no rosto e isso me assustava muito.

Doutor: O seu bebê.. - Ele sorriu sem mostrar os dentes. - parece que você foi espancada antes de chegar aqui, Então como você perdeu muito sangue e o seu bebê não tinha tempo suficiente para nascer...

Eu já entrei em Pânico e comecei bater em todas as coisas que tinham perto de mim, sentindo os outros médicos virem me acalmar.

Karina: Doutor, me fala que meu bebê sobreviveu por favor! POR FAVOR.  - implorei chorando.

Doutor: Sua filha esta bem, Karina. - ele sorriu sem mostrar os dentes. - na verdade ela está em uma incubadora, a sua filha não tinha meses suficientes para nascer saudável e bem. Ainda mais depois da surra que a mãe dela levou.

Senti um sorriso enorme no meu rosto fluir, e mais lágrimas caiu sendo que dessa vez de felicidade.

Não sei o que eu faria se o meu bebê tivesse morrido, eu iria me culpar para o resto da minha vida e não conseguiria viver em paz com tudo isso.

Doutor: Bom, você não vai poder ver ela por enquanto. - o doutor falou mexendo em um dos papéis que ele tinha na mão. - ela precisa ficar saudável e bem para poder sair da incubadora.

Concordei com a cabeça.

Doutor: Bom, você tem visitas aqui desde quando você chegou. Você deve ser uma pessoa muito importante para eles ficarem te esperando acordar e não ir para casa.

Eu sorri pensando em quem poderia ser.

Karina: Eu posso vê-los? - perguntei com um sorriso no rosto.

Doutor: seria crueldade minha não deixar você vê-los. - Ele sorriu. - eles já vão entrar, até depois Karina.

O doutor falou saindo da sala junto dos outros.

Fiquei ali por um tempinho esperando a porta aberta, era muito angustiante ficar nessa sala sozinha.

Mas é tão bom saber que eu estou bem e que o meu bebê também.

Nossas Ambições.Where stories live. Discover now